Instinto Selvagem é um filme lançado em 1992, dirigido por Paul Verhoeven (Robocop, O Vingador do Futuro), foi uma das maiores bilheterias daquele ano, o que é um feito para um longa +18 – custou 49 milhões e faturou mais de 350 nas bilheterias mundiais – além de ter ido bem no Home Video e embora tenha dividido a crítica, é um marco do cinema até hoje.
Foi um dos filmes mais comentados na época, foi o longa de abertura do Festival de Cannes de 1992 e no contexto do início dos anos 1990, o mundo vivia a epidemia de AIDS e foi cogitado tirar as cenas de sexo da edição final para uma classificação menor, mas tanto o diretor, quanto o estúdio, resolveram mantê-las
O filme já começa com um assassinato brutal a facadas contra um astro de rock. O caso vira repercussão e o policial Nick Curran (Michael Douglas) é chamado para resolvê-lo. A principal suspeita é a escritora Catherine Tramell (Sharon Stone), mas Nick acaba se envolvendo com moça, em um caso pautado em sexo, colocando a sua credibilidade em xeque e a sua carreira em risco.
Este é um dos filmes mais lembrados quando o assunto são filmes adultos, justamente pelo sucesso comercial, fenômeno cultural e embora o filme tenha boas cenas como as boas coreografias de sexo, as sequências de investigação e o desfecho, mas a cena que ajudou a vender o longa foi o já clássico momento da cruzada de pernas de Catherine em um interrogatório cheio de homens.
OK, a cena jamais seria feita assim hoje em dia e o próprio filme envelheceu mal em muitas questões, em especial com o relacionamento entre Catherine e Roxy, na qual apresenta uma relação entre mulheres, mas ainda com o fetiche masculino.
Mas a cena da cruzada de pernas é icônica justamente porque a personagem da Sharon Stone está em uma sala fechada com agentes de polícia preparados, mas que ela os coloca de joelhos com seus argumentos. Sem contar que a própria Sharon brigou com o diretor porque ela achou que a cena seria filmada de costas, mas o próprio Paul achou melhor filmá-la de frente, pois isso iria alavancar a carreira da atriz. E ele estava certo.
Outra curiosidade da sequência, é que até hoje, esta é uma das cenas mais pausadas do cinema e embora o filme tenha sido um dos mais alugados na época, foi um problema aos donos de locadora, pois muitos pausavam o filme nesta cena, causando até falha na projeção doméstica e, consequentemente, muitas reclamações.
Mas se Instinto Selvagem tenha ficado marcado pela sua sensualidade, engana-se quem ache que o filme se resuma a isso. É um suspense muito eficiente, um thriller muito bem feito, instigante e que mantém o mistério até o final.
E essas qualidades são o mérito de 5 pontos importantes: a direção certeira de Paul Verhoeven, as atuações e química de Michael Douglas com Sharon Stone, a ótima montagem, que foi indicada ao Oscar, a direção de fotografia, às vezes límpida e às vezes, soturna de Jan de Bont (que anos depois dirigiu Velocidade Máxima e Twister), além da maravilhosa trilha sonora de Jerry Goldsmith, que também foi lembrada no Oscar.
O filme ainda gerou uma péssima continuação em 2006, que foi detonado por público, crítica, foi um fracasso retumbante, venceu o prêmio Framboesa de Ouro e hoje só é lembrado para servir de piada, mas que não estragam as lembranças que Instinto Selvagem traz no coração dos cinéfilos dos anos 1990.
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