O que seriam dos nerds sem a ilustração? Afinal, é ela que dá vida aos muitos personagens que tanto amamos. Em minha fascinação por esta área, encontrei o trabalho do ilustrador Felipe Campos, que é formado em gravura e especialista em literatura infantil e juvenil, os dois cursos na UFRJ. Escreve e ilustra livros infanto juvenis, e expõe suas aquarelas em bibliotecas populares e livrarias daqui do RJ, além de visitar escolas para falar um pouco sobre literatura e ilustração.
Como autor tem interesse em histórias de terror para crianças, monstros realmente assustadores. O gênero, mesmo sofrendo preconceito, faz sucesso com o público infantil. Em suas criações tem a intenção de mostrar que existem perigos que devemos enfrentar, assim superando nossos medos e inseguranças. “Não acredito em literatura cheia de “inhos”, onde tudo é extremamente feliz e cor-de-rosa. A literatura ajuda o leitor – seja criança ou adulto – a enfrentar problemas da vida real.” -diz Felipe Campos.
Em parceria com Emerson Machado, que é jornalista pela Universidade Tuiuti do Paraná, Felipe construiu a obra “Excursão ao Parque do Terror”, que se passa em um circo, com ilustrações sombrias e violentas. O diferencial é a mistura entre terror e poesia.
Seu novo projeto como escritor e ilustrador, é uma publicação em estilo fanzine “O pequeno caderno de pesadelos”. “Nele, uma obra de autoficção, eu apresento alguns pequenos textos e desenhos de monstros, como se eu tivesse desde criança um caderno onde eu colocava o que perturbava minhas noites de sono. É um projeto em preto e branco que convida o leitor a interagir com o caderno, colorindo os desenhos ou acrescentando textos ou outros monstros nos espaços em branco. É uma maneira de lidar com o medo de forma lúdica.” – Conta Felipe.
Em uma pergunta sobre quais dicas dar para aqueles que querem entrar no campo da ilustração, Felipe diz:
“ Ainda tenho poucos livros publicados, mas as dicas que eu posso dar são: prepare um bom portfólio e sabia com que tipo de publicação você quer trabalhar; pesquise editoras que têm o perfil e veja se seu trabalho cabe com o que elas publicam; visite feiras, lançamentos de livros e eventos literários; tenha um cartão para contato; seja legal; seja responsável; não esqueça os nomes das pessoas; deixe a timidez em casa. Puxe assunto, demonstre interesse; perceba a diferença entre ser insistente e ser chato; não desista; tenha muita paciência; troque ideias com outros profissionais; saiba dizer NÃO pras propostas de divulgação como pagamento.”
Além das obras já citadas, Felipe é ilustrador dos livros A lenda do lago negro (CEditora), Bebê Auê (Editora Multifoco), Tem um Juve no meu lustre (Duna Dueto Editora) ,Tempo de Infância: música e movimento (Mar de Ideias navegação cultural) e produziu a capa do livro “Dias não tão mortos”, além de ter feito a capa, também escreveu um conto para a coletânea, com o título “A noite de vingança da galinha zumbi”.