Quando chegou para a gente aqui no Novo Nerd a oportunidade de testar Dandara não pensei duas vezes. Há algum tempo tenho estado curioso com esse jogo, e que maravilha saber que toda minha expectativa foi correspondida.
Num mundo de fantasia que precisa ser libertado, uma mulher surge com o poder para trazer essa libertação e essa personagem é Dandara. Uma bela homenagem a uma grande personalidade da nossa história.
Dandara, caso você não a conheça, é considerada uma grande guerreira negra esposa de Zumbi dos Palmares. Infelizmente muitos fatos históricos dela são esparsos e desconexos, porém se sabe que junto com Zumbi lutaram para defender seu quilombo e os que ali viviam.
A jogabilidade de Dandara é algo diferente, desafiador e muito bem trabalhado, com saltos velozes e em zigue–zague. Ela possibilita o jogador a pensar seus movimentos com estratégia e habilidade, é inegável que se você se dedicar um pouco, suas habilidades melhorarão muito.
Os inimigos e armadilhas são bem posicionados de modo a testar suas habilidades. O jogo decididamente é muito desafiador em sua proposta e se mantém muito bem por horas assim.
Os gráficos são simples, porém extremamente bem feitos e de uma qualidade excelente. Vi muitos “jogadores” brincando com o fato do jogo ter gráficos de Atari, e digo com toda propriedade que o fato de Dandara merecer ser comparado ou colocado como um game de Atari é uma honra, por que prova o quão bem feito e ótimo o jogo é.
O level design do jogo é realmente bem feito, os puzzles propostos realmente te fazem pensar e contar com seu raciocínio para avançar no game. É difícil mas não ao ponto de te causar irritação, é de uma dificuldade boa que te instiga a explorar cada vez mais o cenário, e o fato do mapa não ser tão detalhado colabora para a memorização das inúmeras salas.
No melhor estilo “Metroidvania”, o jogo apresenta checkpoints onde você pode melhorar suas habilidades com o “sal” coletado no jogo. Aliás, esses acampamentos me lembram muito Dark Souls, principalmente com o fato de não serem muitos. Uma outra ótima referência é o fato de sua “alma de sal” ficar onde você morre e após recuperá-los também se recupera o “sal” perdido. Uma clara referência às almas em Dark Souls e seu sistema de recuperação.
As referências à história e arte brasileiras são inigualáveis, principalmente a referência à Tarsila do Amaral e sua obra “Abaporu”. E claro, muitas outras referências como os nomes de cada cenário que você passa.
Dandara mostra que os estúdios brasileiros ganham cada vez mais força, e isso é ótimo para incentivar a carreira de criadores de games, quem sabe assim mais empresas privadas incentivem as produtoras a fazer jogos ainda mais desafiadores e elaborados.
Quero agradecer a oportunidade de testar esse lindo jogo da Long Hat, Lucas Mattos e João Brant fizeram algo único e representativo.
Caso você queira jogar esse maravilhoso game disponível para PC, você pode acessar esse link pela Nuuvem http://bit.ly/2C2kVJE
Dandara pode ser jogado também em PS4, XBOX ONE, Switch, Android e IOS