Chega aos cinemas mais uma adaptação do universo de Hellboy. Desta vez, o filme é Hellboy e o Homem Torto, com Brian Taylor na direção e distribuído pela Imagem Filmes. Focado no terror, no sombrio e no macabro, o longa oferece uma nova perspectiva para a franquia.
Anteriormente, tivemos três adaptações deste universo: Hellboy (2004), Hellboy 2: O Exército Dourado (2008) e Hellboy (2019). Embora todas adaptem o mesmo universo, os primeiros filmes destacam o caráter extraordinário e heroico de Hellboy. Surpreendentemente, este novo conto mergulha na parte sombria e macabra do mundo de Hellboy, trazendo um frescor para a franquia ao fugir da epicidade dos filmes anteriores. Como consegue isso?
Hellboy e o Homem Torto
A história se passa na década de 1950, quando a parapsicóloga Bobbie Jo Song (Adeline Rudolph) do B.P.D.P. solicita a ajuda de Hellboy para capturar uma aranha nas montanhas Apalaches. Embora a missão pareça simples à primeira vista, ao chegarem ao local, encontram uma série de problemas: falta de comunicação e, principalmente, a presença de bruxas e uma criatura que parece ser um demônio assombrando a região.
Hellboy e Jo precisam investigar a área, colocando suas vidas em risco. O que realmente está acontecendo ali? Eles precisam desvendar os mistérios e encontrar pistas antes que o que quer que esteja por lá os destrua.
O Terror e o macabro
O filme adota completamente uma ambientação de terror e macabro, explorando bruxas, maldições e locais assombrados. Ele se distancia dos elementos épicos e exagerados dos filmes anteriores, adotando um estilo que remete aos clássicos do terror sobre vilarejos assombrados e bruxaria. Essa mudança trouxe uma revitalização à franquia, que já estava um pouco desgastada.
A nova abordagem permitiu explorar aspectos interessantes deste universo, como o mal em sua essência sombria, a ambientação sufocante e decadente e a tentação do poder. O enredo avança com um ritmo mais calmo e constante, apropriado para o estilo de terror adotado. A sensação de isolamento é crucial para o desenvolvimento da história, e o tormento psicológico é o principal meio de ataque, embora ainda haja algumas cenas de ação esparsas.
As interpretações são, em sua maioria, satisfatórias, com algumas exceções. A bruxa Effie Kolb (Leah McNamara), por exemplo, apresenta atitudes e reações um pouco exageradas, que podem ser resultado do script e da direção ou da própria caracterização dos quadrinhos. Por outro lado, Tom Ferrell (Jefferson White) se destaca ao interpretar um personagem atormentado pela tentação do mal, lutando contra as forças sombrias.
Um ponto curioso é que, ao focar no terror e no macabro, Hellboy e o Homem Torto evita muitos efeitos especiais e cenas mirabolantes. Mesmo assim, o filme não deixa a desejar nesse aspecto.
A trilha sonora se mistura bem com as cenas e o ambiente, sem momentos estranhos ou desajustados. No geral, o filme agrada e entrega o que promete: um terror com toques de ação. Não é um dos melhores filmes do ano, mas certamente deve agradar aos fãs de Hellboy e dos gêneros de terror e suspense.
Posts Relacionados:
Longlegs – Vínculo Mortal: Ainda há criatividade no terror
Pisque Duas Vezes é um suspense psicológico fraco
O Corvo: Uma Nova Visão que Não Voará Tão Alto
Não esquece de seguir o Universo 42 nas redes sociais: