“Hack the City” é o resultado de um desafio lançado pela National Geographic e a Intel e constitui uma série de quatro episódios que estreou na NatGeo e no FOX App no dia 12 de setembro às 19h45, e também no YouTube do canal, aberto ao público.
A proposta dela é mostrar como quatro artistas completamente diferentes usaram a tecnologia para potencializar seus projetos artísticos e contribuir para suavizar a brutalidade de São Paulo. Pude assistir aos dois primeiros episódios, algumas explicações e um bate papo com dois dos artistas envolvidos.
O primeiro deles mostra o Projeto Giganto, da fotógrafa Raquel Brust. Ela o desenvolve há cerca de 10 anos, modificando o tema de tempos em tempos, mas consiste em fotografias hiperdimensionadas utilizando a arquitetura da cidade como suporte para uma exposição fotográfica que reage à paisagem e interage com o público. Mostrar às pessoas seu trabalho em um ambiente aberto para instigar a imaginação e curiosidade delas com o tema abordado, além de dar importância e relevância para os mesmos. Conscientização das pessoas com temas que normalmente não lhes chamaria muita atenção. Neste caso, a tecnologia ajuda com os meios de se fazer o hiperdimensionamento das fotos, necessário para as impressões que serão coladas na cidade.
Já o segundo mostra a intervenção do coletivo criativo MOOC em Paraisópolis, restaurando uma pista de skate para ser novamente um espaço de lazer e atividades da comunidade. O episódio mostra a busca de um local para o projeto, e como o grupo resolve se envolver e trabalhar nele, trazendo benefícios e impactos positivos à população, ao mesmo tempo que nos explica o que o coletivo faz e como a tecnologia ajuda em visualizar as idéias para as modificações (com modelos 3d, por exemplo, do espaço para testar as alterações planejadas).
O que mais gostei, é que em ambos os casos, respeitaram os gostos, estilos de cada artista e fizeram de uma maneria que expressasse como são e o que pensam. A fotógrafa Raquel Brust ficou comovida com a versão final do seu episódio, pois não tinha visto como havia ficado depois das gravações e de todo o processo. A artista ficou grata e surpresa em como conseguiram captar a essência do que significava seu projeto e o jeito que gostaria de mostrar para as pessoas. Pessoalmente, também gostei bastante do episódio do Projeto Giganto, pois conseguiu expressar e passar toda a paixão e emoção da artista com seu trabalho e com o tema escolhido, me tocou e a produção está de parabéns!
O outro artista presente foi Vigas, que realizou o projeto de criar uma iluminação à base de leds em um viaduto da cidade, pois a área em particular era muito escura à noite e por consequência, perigosa de se andar e atravessar. Ele visa estimular o fluxo de pessoas no local e viabilizar as mesmas à transitarem com mais segurança, ao mesmo tempo que possam apreciar uma obra de arte e uma bela vista, pois os leds formam figuras e padrões que mudam com o tempo e intervalos. Além de utilizar de tecnologia para os próprios leds serem programados e iluminarem, também contribuem para os modelos de visualização com 3D e para a sua manutenção.
Houve um tempo de perguntas para os artistas e para o pessoal da Intel sobre o projeto da série, com os obstáculos, idéias, opções e curiosidades. Foi bem bacana e interessante saber da trajetória e expectativas antes, durante e depois do término dele.
Achei uma iniciativa muito legal para estimular a interação da população com ela mesma e com a cidade, fazendo com que se integrem. Além de conscientizar as pessoas com alguns tópicos mais delicados ou graves que nos permeiam, mas normalmente não prestamos atenção neles ou os evitamos (como por exemplo, a questão abordada pela Raquel sobre imigrantes). Assistam e reflitam sobre estes projetos e suas propostas!