Guardiões da Galáxia Vol 3 é a despedida de James Gunn da Marvel e agora ele vai se empenhar no novo Universo da DC, mas não antes nos agraciar com um longa que consegue divertir e emocionar a plateia na medida certa.
Após o fenômeno mundial de Vingadores Ultimato em 2019, muitos perderam o interesse pelo MCU e os problemas do estúdio são diversos, como muitas obras ao mesmo tempo, incluindo filmes e séries, o péssimo CGI, além da baixa qualidade de alguns produtos. Algumas poucas obras aclamadas, como Wandavision e Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, eram exceções à regra. Parecia que as glórias tinham ficado no passado.
E pergunta que ficava era: ainda existe sobrevida ao Universo Cinematográfico da Marvel após Thanos e Os Vingadores? A resposta é sim. Desde que haja um bom roteiro, bons personagens, pé no chão e a vontade de entregar um filme de fato, não uma parte de um todo como em muitos casos.
E no caso de Guardiões da Galáxia Vol 3, também há uma ótima direção e muito coração envolvido.
O filme foi muito adiado, o filme anterior do grupo havia estreado em 2017 e não bastasse a pandemia da COVID-19, ainda houve as polêmicas contra o diretor e roteirista James Gunn, com a descoberta de tweets antigos, que resultaram na sua demissão da Marvel, recontratação e nesse meio tempo, trabalhou para a concorrente, DC, no excelente O Esquadrão Suicida.
Na trama, após os eventos de Ultimato, o grupo dos Guardiões continua vivendo em Luganenhum, mas não demora muito para tenha um atentado que quase extermina parte do grupo, em especial o Rocket Raccum, que fica entre a vida e a morte, o grupo precisa se deslocar para ajudar seu amigo a sobreviver, para isso, precisam da ajuda dos Saqueadores (liderados por Sylvester Stallone) e de Gamora (Zoe Saldana), que não consegue se lembrar do que aconteceu antes dos eventos de Guerra Infinita.
Quem estava desconfiado deste filme por conta das últimas obras da Marvel, pode respirar aliviado. James Gunn conhece esse grupo como poucos, sabe atiçar o público e não importa se o sentimento que o espectador sente em tela é causado por um humano, uma árvore falante ou um guaxinim.
E não é exagero dizer que Rocket é o melhor personagem apresentado, não apenas porque o grupo é motivado pela iminência de sua perda, mas é ele que tem o melhor arco dramático, os melhores momentos do longa e mesmo sendo um personagem em CGI, consegue carregar mais emoções e expressões do que muitos atores e atrizes em carne e osso.
Por falar na Computação Gráfica, a Marvel esteve envolvida em polêmicas com as empresas responsáveis pelos efeitos, resultando em cenas de péssimo gosto, mas felizmente, não é o que acontece aqui, pois há uma atenção e esmero maior na concepção dos cenários, dos personagens e não há o que duvidar de uma indicação ao Oscar em Efeitos Visuais.
E esse bom trabalho técnico é fundamental para a concepção de mundo que Gunn conta no longa, pois estamos falando de uma galáxia inteira, que exigia um apuro visual mais caprichado e no caso deste terceiro filme, o conceito de outros planetas é apresentado não apenas para ampliar o universo cósmico da Marvel, mas para que o roteiro consiga dissertar sobre a vida na Terra e o comportamento humano.
Há muito mérito de James Gunn no sucesso dos Guardiões da Galáxia e tornar personagens como Peter Quill, Gamora, Drax, Rocket, Mantis, Nebulosa, entre outros, como críveis e queridos por muitos, mas não devemos nos esquecer que há um ótimo elenco envolvido, com muita química em tela e que até mesmo quem apenas dubla faz um trabalho primoroso.
Isso sem contar a parte musical, que desde o primeiro longa, popularizou o uso de músicas consagradas para compor algumas cenas, mas também na trilha incidental de John Murphy, que é importante para o sentimento e envolvimento do público.
Não à toa, temos um dos longas mais importantes da Marvel Studios dos últimos anos, um fecho digno para uma trilogia bem-sucedida, que o público aprendeu a amar e que deve fazer com que os fãs voltem a ter esperança, a ficarem felizes com o anúncio de um novo filme do MCU e que além de produzir cinema, também faz um evento com o coração.
Nada como aprender com os próprios erros.
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