A intenção era remeter aos filmes dos anos 80. E, em clima de elogio, Laços é uma Sessão da Tarde em páginas!
A história – claro – fala sobre os laços. Não somente os laços entre uma criança e seu cachorrinho, ou os laços de amizade entre as personagens… Mas o projeto conseguiu novamente estreitar o laço entre os leitores de antigamente com a turminha. Os irmãos Cafaggi conseguiram realizar um ótimo trabalho, não somente na ilustração, mas em resgatar o que havia de mais cativante na essência das histórias e reviver todas essas características em uma história única e emocionante, pela qual eu esperava ler há muito tempo, já sem esperanças.
Pude novamente ver o Cebolinha em ação em seus planos infalíveis e suas expressões engraçadas que até hoje me fazem rir (“pindalolas!”), acompanhar a criatividade e imaginação do Cascão, a calma e esfomeada Magali, e a golducha baixinha e dentuça e bravíssima Mônica. Todos os meus amiguinhos de infância ali, em ação novamente, de uma forma que eu tinha saudades!
E nem os elementos e personagens secundárias passaram despercebidos! Xaveco sempre levando a pior, Xabéu derretendo corações, Denise e Carminha sendo as mesmas metidas de sempre, Titi e seus galanteios, seu Juca só na espreita vendendo os hot dogs… E referências a outras histórias, como ao filme “As Aventuras da Turma da Mônica”, onde em uma das histórias animadas, Mônica vai a uma festinha fantasiada de Rata Cor-de-Rosa . E até a meia que foi usada como Sininho em Laços me faz lembrar de uma história onde a Maria Cebolinha sumiu e usaram um fantoche de meia no lugar! Aliás, uma das minhas histórias favoritas!
Até já tentei vez ou outra ler uma das novas revistinhas… Mas com o tempo elas foram perdendo o encanto. Pra não dizer que estão chatas, vamos dizer que estão politicamente corretas. E rasas. Poucas páginas, histórias curtas e nem metade tão engraçadas e memoráveis quanto antes. Até procurei sobre o assunto agora que toquei nele, e encontrei vários textos em vários blogs reclamando da mesma coisa, o politicamente correto e a perda da identidade das historinhas que tanto nos faziam rir. Ufa, ainda bem que metade da minha coleção antiga está bem guardada! A outra metade deram sem me consultar. Mas é um assunto doloroso e não quero falar sobre isso. 🙁
Maurício acertou em cheio na forma de reconquistar os leitores adultos. A Graphic MSP é uma renovação. Os maiores fãs das revistinhas (ou gibis, mas pra mim são e serão sempre revistinhas) já cresceram. A Turma da Mônica Jovem não me cativou tanto (mas já o Chico Bento Moço, adorei! Conseguiram o “move on” do caipirinha sem que ele perdesse o charme! E, como sempre, as histórias dele são cheias de lições de moral que sempre pegam em alguma parte da vida da gente). Enfim, challenge accomplished, Maurício! O projeto das Graphic Novels foi um tiro certeiro, e atingiu o alvo com grande sucesso!
Tanto sucesso, aliás, que depois dessa primeira leva de 2013, já foram apresentadas no último FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) de Belo Horizonte os novos títulos que serão lançados em 2014 e 2015 pela Graphic MSP. Confira aí em baixo os que estão por vir! 😀