Gattaca – A Experiência Genética é um filme de ficção científica lançado em 1997 e embora tenha sido um fracasso de bilheteria e de ter dado prejuízo para a Columbia Pictures na época de lançamento (custou 36 milhões e faturou só 12 nas bilheterias mundiais), hoje é considerado um jovem clássico cult, com muitos fãs e até hoje tem gente que descobre a existência do filme.
O roteiro e direção é do Andrew Niccol, que no ano seguinte foi indicado ao Oscar pelo roteiro de O Show de Truman e também dirigiu o ótimo O Senhor das Armas.
A trama, que se passa em um futuro não muito distante, onde a genética é a detentora do rumo da vida dos cidadãos. Neste cenário, temos Vincent (Ethan Hawke), um jovem sonhador, que nasceu sem muitas oportunidades na vida, sonha com um futuro melhor e tem a chance de crescer quando passa por um processo de alteração de DNA com o Jerome (Jude Law), um jovem cadeirante, mas bem-sucedido e os dois têm os dados genéticos modificados entre si.
Vincent agora é Jerome , ele consegue emprego na renomada empresa Gattaca, tem um bom cargo, se envolve com a funcionária Irene (Uma Thurman), mas quando um assassinato ocorre na empresa, Vincent é um dos principais suspeitos e pode ver seus planos de carreira irem por água abaixo, sobretudo com a investigação do incansável detetive Hugo (Alan Arkin).
Com uma ideia tão bacana quanto essa, roteiro com tantas camadas e grandes atores, porque afinal, Gattaca é um filme que não deu certo na época?
Há dois motivos para isso: o primeiro foi o marketing problemático, com o estúdio claramente sem conhecer o material que tinha em mãos. Outro motivo é esta não é uma ficção científica focada na ação, mas muito cadenciada, sem pressa de contar a sua história e sem o fator de entretenimento.
Mas quem ver ou rever Gattaca vai encontrar um grande filme, que além de uma história muito interessante, o roteiro ainda encontra camadas para muitas metáforas que refletem até os dias de hoje.
Além da clara evolução da genética e da ciência em nossas vidas ao longo de mais de duas décadas, o roteiro usa esses conceitos como alegoria para as desigualdades sociais, afinal, no futuro de Gattaca, sua vida será definida pelas características do DNA, onde os “válidos” têm mais chances na carreira e os “inválidos” são relegados à margem da sociedade – e não é assim com as desigualdades e meritocracia na vida real?
Isso sem contar as críticas às grandes corporações, já que a empresa Gattaca é uma gigante no contexto do longa, é influente e quando decisão dos sócios pode definir o futuro da sociedade.
Aliás, o próprio nome Gattaca é uma alusão à molécula de DNA, com as bases nitrogenadas G (Guanina), A (Adenina), T (Timina) e C (Citosina). Não é por acaso que este é um dos filmes com as melhores precisões científicas, segundo a própria ciência.
O filme ainda uniu o então casal Ethan Hawke e Uma Thurman, na qual se casaram, tiveram filhos, incluindo a atriz Maya Hawke, da série Stranger Things e muito em alta na carreira. O longa também revelou esse ator maravilhoso chamado Jude Law, que está com uma grande carreira até hoje, com indicação a Oscar e em filme da Marvel.
Ainda teve uma merecida indicação ao Oscar por Design de Produção e também era merecedor para Melhor Roteiro, mas parece em 1997, o mundo ainda não estava preparado para discutir a genética, sua importância para a nossa vida e formação de caráter.
Alguém ainda discorda do status de cult que recebeu nos últimos anos?
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