A pandemia da COVID-19 afetou todas as áreas e o cinema foi uma das mais prejudicadas, sobretudo por causa das salas fechadas por meses e o adiamento dos filmes. E um desses foi a animação A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas.
O filme iria chegar aos cinemas em 2020 mesmo e teria um outro nome, Connected, mas no início de 2021, a Netflix anunciou a parceria com a Sony em lançamentos de filmes e também que compraria os direitos de exibição da animação por 110 milhões de dólares.
O filme estreou na gigante do streaming no final de abril, fazendo muito sucesso, elogiada por público e crítica. E o sucesso é mais do que merecido.
Quem dirige é Michael Rianda, estreando em longa metragens e produzido por dois conhecidos do público: Phil Lord e Chris Miller, que em 2018 nos agraciaram com o fenomenal Homem-Aranha no Aranhaverso, que venceu o merecido Oscar de Melhor Animação.

O visual está incrível, a animação é muito bonita, seja pelos traços, cenários, uso de cores e o ritmo é incrível, pois jamais o espectador perde o interesse na história.
Por falar na história, a família Mitchell do título é composta pelos pais e filhos, a adolescente idealista Katie e o caçula Aaron. Logo no início, Katie está indo estudar cinema, que é o seu grande sonho, mas o seu pai, que tem a intenção de ajudar, mas acaba atrapalhando tudo. No último dia de aula da sua filha, ela resolve reunir a família e levá-la para a aula pela última vez. Paralelamente a isso, as máquinas se revoltam com a humanidade e resolvem sequestrar todos os humanos, menos a Família Mitchell, que terá que se unir e salvar o dia.
Mesmo com todas as qualidades técnicas, os maiores feitos de Família Mitchell vêm do seu roteiro. E por vários motivos.

Além de sua história bem amarrada, o filme pode parecer simplório para os mais conservadores, mas o roteiro é cheio de camadas e metáforas que equilibram a razão com o coração, como a família que tem que seguir unida, a coragem de seguir o sonho ou a confiança na pessoa próxima.
Já no que diz à tecnologia, o filme é praticamente uma sátira ao nosso vício em aparelhos eletrônicos, considerando que não conseguimos viver sem as máquinas.
Há um diálogo entre a vilã (que, na verdade, é um sistema operacional) e um humano, na qual ela diz que, para acabar com a raça humana, basta desligar o wi-fi.
E há uma crítica sutil com a perfeição nas redes sociais, sobretudo o Instagram, já que a família Mitchell inveja uma outra família, aparentemente perfeita, nas redes e isso não é muito diferente na vida real.

E quem for assistir ao filme vai encontrar uma grande obra, independentemente do idioma e tanto a dublagem como o elenco de vozes originais fazem um trabalho fenomenal, com destaques para o próprio diretor interpretando o caçula, Aaron, Danny Mcbride como o pai Rick, Maya Rudolph como a mãe Linda, Abbi Jacobson e a Olivia Colman (ela mesma!) como a vilã PAL, que é o sistema operacional que toca o terror.
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas mantém a qualidade de Aranhaverso, deve fazer ainda mais sucesso pelo boca a boca e elogios da crítica, é envolvente, comovente, eletrizante, , com grandes personagens, cômico e satírico.
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