Fallout começou como um game de terceira pessoa, com visão isométrica, desenvolvido pela Black Isle Studios e publicado em 1997. Seria baseado no famoso sistema de RPG de Mesa, GURPS, porém, devido ao nível elevado de violência acabou criando seu próprio sistema e por mais que se passasse dos anos 2000, havia inspirações claras nos anos 50 e sua visão futurista da mesma, incluindo guerras nucleares. Entretanto, a série só ganhou novos ares em 2008 com Fallout 3, virando assim um RPG em primeira pessoa com opção de terceira pessoa, agora desenvolvido pela Bethesda, reclamando o mercado de RPG ocidentais para si e se tornando um grande nome, agora não tendo só a série Elder Scrolls.
Em 2010, a Obsedian lança seu próprio Fallout, ambientando anos após o terceiro game da franquia. Fallout New Vegas se trata praticamente do mesmo jogo de 2008, sem grandes melhorias gráficas, porém com novas ferramentas e mais um mundo vasto a ser explorado.
Um resumo rápido: New Vegas é um presente para quem não pôde jogar o três (que muito por um acaso, este que vós fala, comprou na Steam e teve a grata surpresa de NÃO RODAR NO MEU PC POR CAUSA DE FALTA DE PATCH PARA RODAR EM PCS COM PROCESSADORES DUPLOS E WINDOWS 7. Thanks Obama), mas todos os elementos do terceiro jogo estão presentes, com acréscimos e correções em alguns pontos, entretanto, os famosos bugs continuam ali, sendo praticamente os mesmos.
Entrando em Mojave Desert
Logo no começo do jogo, somos apresentados ao deserto de Mojave e ao nosso personagem, cujo nome não é relevante, ele sempre será o Courier (entregador). Courier é um entregador da cidade de Primm com uma entrega a ser feita, porém, é emboscado por Benny Gecko e membros dos Great Khans, levando uma bala na cabeça e tendo seu pacote roubado. Após seu regaste pelo cowboy robótico Victor e uns leves band-aids do doutor Mitchell, que tem que reconstruir seu rosto (mas não importa, você sempre será horrível), sua missão é descobrir onde o cretino está, se ele continua com o pacote e o que tem nele.
O enredo principal de Fallout nunca foi seu ponto forte, e continua não sendo (Fallout 4 tá aí pra comprovar isso), porém, aonde a história de New Vegas se mostra bela, são em suas sides quests. Seguir reto cumprindo as principais é seu primeiro erro, o jogo quase lhe pede para explorar seu mundo e as pessoas que ali habitam, que descubra cada localização, que converse com todas as pessoas que puder e faça suas missões. Só nesse composto, são mais de 50hrs de jogo no mínimo.
Ao explorar New Vegas, se deparará com três facções principais. Os NCR (New California Republic), uma facção militarizada com desejo de instalar uma nova democracia, os Ceaser Legion, inspirado pelos romanos, quer instalar um império de terror e o misterioso Mr. House, dono de New Vegas. Sua conclusão é determinada por qual você se aliou, mas claro, que sempre tem alternativas diferentes…
Trilhando seu caminho
Escolhas são fundamentais em Fallout. Seu karma vem disso. Diferente de Fallout 3, cujo karma do seu personagem tinha mais peso, aqui, o que importa é seu karma com facções ou cidades. É bem possível você colocar uma cidade a mercê de bandidos e ser odiado por lá, mas em outra, reinstalar a ordem e ser idolatrado. Contraditório. (Já tentei ser evil. Tentei mesmo. Mas quando percebi, usei tanto speech que acabei solucionando tudo sem pegar e armas, me tornando um ‘’Desert Avenger’’. UH, que raiva!)
A flora e fauna são variadas, mas tudo em suma, pode te matar. Apesar de agora ter a opção de se criar ervas medicinais a partir de plantas, além de uma variedade enorme de seres humanos (que normalmente querem te matar), animais (que também querem te matar), outros seres criados graças a radiação (que também querem te matar) e os Deathclaws (estes estão realmente te querendo morto!). E agora, não só o V.A.T.S, o sistema que faz o tempo parar e você executar tiros, estes podendo serem críticos ou não, dependendo da forma como você upou sua S.P.E.C.I.A.L (Força, Percepção, Resistência, Carisma, Inteligência, Agilidade e Sorte, respectivamente), mas seus skills e perks que vai ganhando durante o game, foi implementado a própria mira da arma, que ajuda qualquer fã mais assíduo de FPS.
Precisando de dinheiro? New Vegas te beneficia de modo muito mais simples do que roubo e pilhagem (sempre uma opção divertida) que são os jogos de azares. Afinal, qual a graça de se ir para uma Vegas pós-apocalíptica sem ao menos jogar um reles 21? Funcionam bem, mas requerem certo conhecimento do jogador. Caso prefira algo rápido, as máquinas caça-níquel estão aí. Jackpot!
E se você tem bolas de aço, tente o modo Hardcore, implementado nesse jogo, que lhe obriga a comer, beber água e dormir todos os dias, além de tudo ter peso, ferimentos precisarem de ajuda médica sem exceções. Boa sorte, champz.
Obrigado Obsidian por fechar meu jogo!
Bugs são frequentes. Não só frequentes, mas como praticamente existem aos montes. Por exemplo, o game pode crashar na sua cara, sem motivo algum, você está andando no jogo e pá, não responde mais. Além dos loadings serem um porre, podendo durar mais de um minuto. (eu perdoo o loading, mas essa de fechar na minha cara?! Qual é?!) Além da inteligência artificial dos seus companheiros. Que não conseguem pular um muro.
Em Fallout 3, após um DLC, havia-se a possibilidade de continuar seu jogo mesmo após terminado as missões principais. Em New Vegas, não se tem essa opção, o que é uma pena, já que qualquer um desaviado, terá uma surpresa desagradável ao tentar retornar ao game.
E claro. Vamos falar da dublagem. Que merece uma atenção especial!
Dentro do game, temos grandes dubladores como Ron Perlman (War. War never changes…), Felicia Day, Zachary Levi, Will Wheaton e Matthew Perry. Massa não?
Hã… Na verdade, não.
Matthew Perry dublou Benny numa vontade que merecia um Oscar pela má direção que lhe foi dada (e um pouco de má vontade, vai), e só o Ron, que é o narrador consegue se salvar, nenhum faz um trabalho regular, caindo na canastrice sem tamanho.
Mas Felicia Day sempre será Felicia Day
Conclusões finais
Fallout New Vegas é um jogo que por mais que lhe pareça um DLC do primeiro game, é capaz de se sustentar sozinho. São horas e horas explorando esse mundo devastado pela guerra nuclear, mais horas fazendo missões e a sensação de estar muitas vezes solitário em um mundo louco é desolador, entretanto, o clima Mad Max, seus personagens secundários, gameplay cumprem o papel de lhe entreter por horas e horas a fio.
Havendo no total 3 DLCs, Fallout New Vegas, apesar de seus gráficos já terem sido vencidos há muito tempo, ainda vale a pena pelo valor que se tem, e o trabalho (quase) bem feito da Obsidian em trazer um mundo em reconstrução e readaptação.
PS: Deathclaw. Lembre-se desse filho da puta. E corra. Muito.
