Alguns filmes ficam na História por diversos motivos, seja pela trama, pelos personagens, por alguma cena específica, uma música marcante, a tecnologia ou até alguma frase que ecoa pela eternidade. Mas existem alguns casos raros em que um filme tem o privilégio de se encaixar em todos os quesitos citados acima e O Exterminador do Futuro 2 com certeza é um desses casos.
O Exterminador do Futuro 2 se passa alguns anos após os eventos do primeiro filme, na qual, Sarah Connor (Linda Hamilton) foi desacreditada com a história do Exterminador, é dada como louca e internada em um hospício, sem acesso ao seu filho, John Connor, que será líder da resistência no futuro, mas que no contexto do filme, é um pré-adolescente rebelde e que mora em um lar adotivo.
Paralelamente a isso, dois exterminadores são mandados a este passado: T-800, papel do astro Arnold Schwarzenegger, que, desta vez, é programado para proteger o John. Também é mandado ao passado o T-1000, programado para exterminar John Connor e é mais evoluído do que o seu rival, sendo revestido de metal líquido e podendo se transformar em qualquer pessoa que ele toca.
Quem volta para a direção é o James Cameron, diretor do primeiro filme e é o responsável por nada menos do que duas das maiores bilheterias da história do cinema: Titanic e Avatar.
E por falar nisso, O Exterminador do Futuro 2 foi a maior bilheteria do ano de 1991, faturando mais de 500 milhões mundialmente (um número gigante na época), sem contar o faturamento com as locações, vendas de DVD, produtos e colecionáveis.
Ganhou ainda 4 merecidos Oscar: Maquiagem, Som, Efeitos Sonoros e Efeitos Especiais (imagina se perdesse essa última), além de ter sido indicado a Fotografia e Montagem – o vencedor nessas duas categorias foi o igualmente ótimo JFK, de Oliver Stone.
O filme é um verdadeiro marco do cinema, inspira cineastas até hoje, amado por fãs do mundo inteiro e se a franquia Terminator é muito querida até hoje, esse filme tem um peso gigante.
Muitos consideram este como o melhor filme de ação do cinema e tem motivos para isso: a ação é eletrizante, bota no chinelo qualquer CGI de hoje em dia, frases como ‘Hasta La Vista, Baby’ é dita até os dias atuais, já colocou uma heroína que não leva desaforo para casa em tempos que as mulheres nos filmes de ação eram apenas as “mocinhas indefesas”, a música You Could Be Mine, dos Guns N’Roses, é até hoje associada ao filme, só para contar algumas qualidades.
Por se tratar de um filme de ação onde o protagonista é uma máquina, engana-se quem acha que o filme seja artificial e que a humanidade seja posta em segundo plano: o filme investe nas relações humanas, sobretudo na relação de maternal entre Sarah e John, além da relação praticamente paternal entre o T-800 e Connor. Aliás, conforme o filme passa, o Exterminador vai entendendo melhor os humanos e entendendo cada vez mais porque os homens choram, por exemplo.
O filme simplesmente apresenta algumas das melhores cenas de ação do cinema, como a perseguição de caminhão e moto, logo quando John dá de cara com os dois exterminadores e descobre as reais funções das duas máquinas, ou quando T-800 e John resgatam Sarah Connor do hospício (e a expressão que Hamilton faz é digna de Oscar) e o seu excepcional terceiro ato, com a já clássica cena da lava.
E pode não parecer, mas o filme exige muitos dos atores, onde cada um entrega o melhor de suas carreiras, como Edward Furlong e Linda Hamilton, que não tiveram nada tão expressivo quanto este filme. Mesmo um ator como Robert Patrick, que esteve em Arquivo X e Prova Final, não se compara ao peso deste filme aqui. Ou até de um astro como Schwarzenegger, não é exagero nenhum dizer que este é o seu melhor papel.
É uma grande pena que após este filme, a franquia Terminator não tenha feito um filme com a qualidade que se aproxime dos dois primeiros. É triste que praticamente tudo o que veio depois nas telonas fracassou entre o público e a crítica, mas também é inegável o sucesso da franquia fora do mundo do cinema, seja nos games, HQs, produtos e colecionáveis.
O Exterminador do Futuro 2 é um acontecimento do cinema, uma obra como poucas e se alguém tem preconceito com filmes de ação ou blockbusters, é melhor rever os conceitos.
Pensando bem, este é sim o melhor filme de ação da história do cinema.
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