Quem nunca sonhou em ter um robô?
Há alguns anos já estamos a poucos passos do que provavelmente chamaremos de quarta revolução industrial.
A eficiência da máquina vem ano-a-ano tomando conta dos trabalhos manuais mais corriqueiros do setor industrial, há linhas de montagens inteiras, com poucos funcionários humanos estrategicamente posicionados para avaliar o desempenho e assegurar o funcionamento das máquinas (e do processo). Robôs estão construindo casas, chips e eletrônicos. Eles cozinham e cuidam da limpeza do chão da sua casa e parece que a cada semestre me impressiono com as novas aplicações que estão desenvolvendo.
Não podemos também ignorar as mudanças que vão além da cadeia produtiva e interferem também nas relações de emprego. Muitas profissões estão se tornando gradualmente obsoletas, na medida em que tornam-se disponíveis robôs para fábricas, os empregadores consideram o lucro e fator risco em comparação com o trabalho humano, muito mais rentáveis e conforme o mercado se desenvolve as práticas da concorrência exigem uma mudança de perspectiva.
Essas mudanças começaram na fábrica e no processo de produção e vão de forma desenfreada tomar conta de muitas atividades laborais humanas nesse século. Estaremos todos assistindo a isso, pouco-a-pouco.
Estarmos assistindo aos primórdios dessas mudanças, torna o assunto muito mais interessante do que era quando só podíamos imaginar e com isso a indústria do entretenimento se volta a cultivar nossos interesses.
Nos últimos 12 meses, vimos a estréia de alguns filmes Sci-fi com um conceito que para muitos era desconhecido, mas todos esses filmes tem a proposta em comum de testar nossa imaginação e estabelecer novos limites ou infinitudes do que os robôs podem fazer e dos benefícios e riscos que podem aflingir a nossa esfera circular azul povoada de macacos.
Muito do que Matrix se propôs fazer há mais de 10 anos (assim como muitos outros), no entanto são 3 filmes em menos de 1 ano, o assunto está quente.
Transcendence – A Revolução (2014)
O filme Ex Machina (2015) do diretor estreiante Alex Garland, apresenta uma proposta interessante e já exaustivamente apresentada, mas a abordagem é totalmente inovadora. A história do filme gira em torno de um jovem programador que é premiado com a oportunidade de conhecer o dono da empresa de tecnologia em que trabalha, consequentemente conhecer também os projetos a que o dono da empresa tem dado atenção.
O ritmo do filme começa a crescer conforme o suspense e tensão tomam conta do ambiente de enclausuramento que os personagens se encontram, também somos apresentados a três personagens e os três dividem bastante a atenção da narrativa.
O que o filme tem de melhor, é conseguir com apenas três personagens e através de suas intimidades e relações, passar conceitos de aleatoriedade e inteligência, de escolha seletiva e casual, tudo dentro de uma abordagem bastante intimista que faz você comprar a idéia do roteiro.
Algumas cenas do filme são demasiadamente pretensiosas, outras desnecessárias e acabam transparecendo a inexperiência da direção, por outro lado, considerando a repetição de fórmulas da indústria do cinema, passa a ser aceitável vermos algo desnecessário por ser novo.
Se você tem pretensão de assistir esse filme, esteja preparado para cenas longas de suspense e a construção de uma narrativa não hollywoodiana, o filme divaga e se propõe a criar emoções que algumas vezes não cumpre. Falando em inexperiência, podemos aplicá-la somente ao roteiro. A direção fotográfica está formidável, a trilha sonora também oferece a tensão e mistério que o filme propõe. As atuações são medianas, destaca-se Nathan Bateman (Oscar Isaac), pela construção de um personagem de personalidade visivelmente egocêntrica e arrogante.
Recomendo paciência e disposição intelectual pra compreender as ideias que o filme se propõe a desenvolver.