ET – O Extraterrestre é um filme lançado no verão de 1982 e não demorou muito para se tornar um fenômeno: custou apenas 10 milhões de dólares e faturou mais de 790 milhões. Entre o seu lançamento, até o verão de 1993, com a estreia de Jurassic Park, foi a maior bilheteria da história do cinema e até hoje é o 4º lugar pela correção da inflação, atrás apenas de E O Vento Levou, Star Wars de 1977 e A Noviça Rebelde.
E não parou por aí: até hoje faz sucesso com vendas de DVDs, visualizações de streamings ou produtos licenciados. Venceu 4 merecidos Oscar, de Mixagem de Som, Edição de Som, Efeitos Especiais e Trilha Sonora para John Williams (este, o prêmio mais merecedor), mas na categoria principal da premiação, perdeu para o esquecível Gandhi.
O filme é dirigido por Steven Spielberg e não é exagero dizer que este é o seu melhor filme (ok, está junto com A Lista de Schindler, de 1993), é roteirizado pela Melissa Mathison, produzido pelo próprio Spielberg e pelo Kathleen Kennedy (que anos depois seria presidente da Lucas Film).
Spielberg filmou ET em paralelo com Poltergeist – O Fenômeno, lançado no mesmo ano e embora o filme de terror não seja dirigido por ele (quem assume da direção é Tobe Hopper, de O Massacre da Serra Elétrica), há muito do coração de Spielberg e as diferenças entre os dois longas são muito visíveis.
E para quem veio de Marte, literalmente, na história do filme, uma nave espacial invade a Terra e para que os alienígenas são fossem pegos pelos agentes do governo, decidem fugir, mas um deles é deixado para trás. Esse alien acaba caindo no quintal no jovem Elliot (Henry Thomas), que decide criá-lo como se fosse da família, também é acolhido por sua família, seus irmãos. Michael, o mais velho, e Gertie (Drew Barrymore), a caçula, além de sua mãe Mary (Dee Wallace).
Mas todos devem proteger o ET, já que os agentes do governo estão de olho nele para fazer estudos, estender a espécie e não vão descansar até que tenham a criatura nas mãos.
O filme é uma mistura de vários gêneros, desde ficção científica, ao drama e com toques de comédia, mas o grande diferencial é que ele não se prende a explicações técnicas sobre ciência, sobre a vida na Terra ou à biologia de uma espécie diferente da nossa, mas é o coração do Spielberg em tela, usando a história para colocar toda a sua emoção e experiências em metáforas sobre a vida.
E por falar em metáforas, o filme está cheio delas, cada um pode enxergar e interpretar de acordo com a sua vivência e é justamente aí que mora a magia de ET – O Extraterrestre: o filme encanta até hoje, mas cada um tem o seu ponto de vista e o longa toca no coração de cada um de maneira diferente.
Aliás, a magia presente em ET no início dos anos 1980 se iguala ou supera o sentimento que a geração seguinte teve com os sucessos de Harry Potter, O Senhor dos Anéis ou os filmes de super-heróis nos anos 2000.
E a história do ser de outro mundo que chega na Terra, que encanta uma família, mas temido pelas autoridades, pode ser interpretado de muitas formas: seja como uma alegoria a como o ser humano trata aquilo que é desconhecido – e jogando para a vida real, pode-se citar o preconceito racial, de gênero ou a xenofobia – ou uma metáfora para a amizade em todos os aspectos da vida, ou uma crítica ao abandono parental – nota-se que Mary cria os filhos sozinha e o próprio ET acaba se tornando essa figura paterna – ou indo para o lado religioso da discussão, para muitos essa é a história de Jesus Cristo (um estrangeiro que chega, muda a perspectiva de todos, amado, mas odiado por poderosos e depois voltou para casa…)
E o que seria do filme sem as cenas clássicas? A mais lembrada e icônica é a cena da bicicleta, que embora seja evidente o uso do Chroma Key, mas quem revê o longa reconhece a magia e o significado desta cena, que entrou no imaginário popular e se tornou a logo da Amblim, produtora de Steven Spielberg.
Isso sem contar a maravilhosa, inesquecível e arrebatadora trilha sonora do mestre John Williams, que compôs uma verdadeira orquestra, um hino e tanto esta cena quanto outras do filme não teriam o mesmo impacto sem a trilha, que para muitos é a melhor de Williams e mereceu mais do que o Oscar, merece ficar na eternidade das grandes obras da humanidade.
ET – O Extraterrestre é uma obra-prima do cinema, um dos filmes mais bonitos da história, vale ver ou rever de coração aberto e ainda traz uma mensagem otimista para muitos problemas que temos até hoje.
Será que um dia a humanidade vai aprender ou teremos que recorrer a seres de outro mundo?
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