Encantada é um filme lançado no final de 2007, estreou nos cinemas americanos no final de novembro e no Brasil foi lançado em dezembro daquele ano para a janela próxima do natal. Foi um grande sucesso: custou 85 milhões e faturou 340 nas bilheterias mundiais. É o filme da vida, da infância de muitos. Foi dirigido por Kevin Lima, de 101 Dálmatas, Tarzan entre outros.
A trama começa com uma animação no reino encantado de Andalasia, onde vive a princesa Giselle, o príncipe Edward e sua mãe, a rainha Narissa. A rainha não quer que seu filho se case com a princesa e faz uma armadilha para que a moça caia no nosso mundo real, ou como diz a própria rainha, “um lugar onde não existe felizes para sempre”.
Giselle, agora na pele da atriz Amy Adams, cai na cidade de Nova York, no meio da Times Square e precisa aprender a se virar em nosso mundo. Ela é acolhida pelo advogado Robert (Patrick Dempsey), um homem viúvo que vive com sua filha e namora a Nancy (Idina Menzel). Não demora muito para que eles se apaixonem, mas as figuras de Andalasia também aparecem em cena, sendo Edward como o ator James Marsden e a rainha como a sempre ótima Susan Sarandon.
Por mais que a Disney seja uma empresa que se renove e com várias franquias próprias, o coração e a alma deles sempre se volta para as princesas, desde as clássicas até as mais contemporâneas como em Frozen ou Moana. E no caso da Giselle em Encantada, o mundo já havia mudado nos anos 2000, a Disney clássica parecia estar ultrapassada e com o sucesso de filmes como Shrek, por exemplo, que faz uma paródia aos contos de fadas, a empresa precisava se mexer, por isso concebeu essa espécie de paródia das histórias clássicas (embora que bem-comportada), mas também uma homenagem para as princesas.
E como resultado temos este filme que é uma graça, totalmente delicioso de se assistir, que consegue ser devoto e satírico com a própria Disney.
Nota-se que a empresa não economizou, investiu pesado em Encantada e a ideia era justamente transformá-lo em um jovem clássico. O filme permanece competente até hoje, misturando locações reais em Nova York, CGI e Chroma Key (é difícil parar uma Times Square ou Central Park para filmagem), sendo melhor do que muita coisa feita hoje. Um dos produtores, aliás, é o Barry Sonnelfeld, diretor dos filmes de Homens de Preto e A Família Addams nos anos 1990.
A parte musical também é um personagem próprio, seja pelas canções que tocam dentro do longa, como That’s How You Know e So Close (ambas indicadas ao Oscar), além da trilha incidental do grande Alan Menken, compositor que venceu 4 Oscar na categoria Trilha Sonora, como em A Pequena Sereia ou A Bela e a Fera e aqui faz um trabalho primoroso.
Mas para o que realmente fica no coração dos fãs de Encantada é a sua bela mensagem de otimismo, a metáfora para contos de fadas na vida real, além da inocência e pureza infantis para lidarmos com os problemas da vida, isso é muito presente na personagem Morgan (filha de Robert), mas fica muito mais evidente na própria Giselle, que chega em nosso mundo completamente deslocada das malícias da vida adulta, como uma criança que acabara de nascer.
Tudo isso é mérito de um bom roteiro, mas também da ótima performance de Amy Adams, que hoje é das atrizes mais respeitadas do cinema, está nas premiações e em filmes de sucesso, mas que sempre teve um carinho enorme por sua Giselle (tanto que voltou para a personagem em Desencantada).
O elenco do filme é competente, com destaques para Patrick Dempsey como Robert, que a essa altura já fazia sucesso como Derek em Grey’s Anatomy, além da maravilhosa Susan Sarandon como a vilã, que aqui se diverte e inaugurou a onda de atrizes veteranas em vilãs de clássicos da Disney, como Angelina Jolie em Malévola ou Cate Blanchett em Cinderela, lançado em 2015.
Mas é Amy Adams que carrega o filme até o final, acompanhamos tudo de acordo com o seu ponto de vista, sendo uma missão quase impossível não torcer ou se apaixonar pela personagem. Amy tem diversos papéis, mas sua Gisele estará sempre no coração dos fãs.
Encantada é um jovem clássico da Disney, com um grande apuro técnico, visual e musical, além de poder transformar o dia de qualquer pessoa que esteja por baixo.
Não é por isso que vamos ao cinema?
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