Elas em jogo: as personagens da minha vida | Parte II

Garotas e videogames: nós sempre estivemos aqui. Jogando. E vamos continuar crescendo. Não para tomar espaço, mas para fazer parte.

Bem-vindos à segunda parte da minha lista de personagens femininas dos videogames que marcaram minha infância, adolescência e vida adulta com suas histórias e força inspiradoras! Para conferir a primeira parte, é só clicar aqui.

5. Zhen Ji, em Dynasty Warriors

Zhen Ji, apesar de todo o apelo sexual no design de sua personagem, me ensinou lições valiosas e virou realmente uma referência para mim na época em que descobri Dynasty Warriors. Ela não só quebrava muito marmanjo na porrada enquanto vestia roupas visivelmente desconfortáveis, mas também o fazia tocando uma fucking flauta!

Mas não é por isso que ela era uma referência para mim, haha! Quando jogamos a rota dela em Dynasty Warriors 5, o jogo nos conta a história de como Zhen Ji, antes casada com Yuan Xi, conheceu, encantou e se apaixonou pelo inimigo, Cao Pi, durante a batalha de Guan Du. Desde então, Cao Pi se torna seu marido, ela se junta aos guerreiros de Wei e os dois batalham lado a lado, fielmente.

Zhen Ji foi a única personagem com quem joguei a maioria dos Dynasty e Orochi Warriors até o final, completando todos os diferentes itens, missões e rotas. Foi uma das primeiras vezes que zerei um personagem desse jeito, também. Me abriu um novo mundo, um novo modo de jogar.

Fiquei fascinada pela história dela. Ela me mostrou que não é só por fazer parte de um arco romântico e de um casal que ela não podia ser um mulherão da p****. E eu, que sempre fui uma romântica incurável e achava isso uma fraqueza, vi que não precisava ser. O amor pode ser um grande aliado em nossas vidas. Depende do tipo de amor – a gente só tem que encontrar a pessoa com a qual podemos contar e que valerá a pena ter ao lado em nossas batalhas diárias.


6. Clementine, em The Walking Dead

Nós a resgatamos, mais de uma vez. Nós cuidamos dela como se fosse nossa filha. Nós a protegemos, custasse o que custasse. Nós a vimos crescer, nos tornamos Clem. Fizemos escolhas juntos, sacrificamos muitas coisas juntos. vivemos muitas coisas juntos. Clementine, do jogo da Telltale (descanse em paz), é muito mais heroína que muito personagem da série de TV The Walking Dead.

Spoilers à parte, acompanhar toda a tragetória de Clem, seus aliados e inimigos é uma experiência extremamente magnética. E ter a honra de acompanhar o crescimento de uma personagem tão icônica como Clementine é o que torna a série tão única. Eu ainda não terminei o jogo, e admito que estou um pouco relutante para continuar, pois isso significa se aproximar cada vez mais do fim dessa série incrível, de longe, a mais cativante e emocional. Que Bigbi não me ouça!

Vi algumas notícias que indicam que, pelo jeito, a história de Clementine ainda não chegou ao fim fora dos games… Mas, como não quero spoilers, não cliquei pra ler, hehehe! Confesso que isso me anima bastante a continuar, sabendo que ainda temos uma esperança de acompanhar as aventuras de Clem em outras mídias!


7. Max, Chloe e Rachel, em Life is Strange I e Before the Storm

Um dos motivos para a série Life is Strange (+ Tell me Why) estar no meu top 3 de melhores jogos é por causa das personagens. Max nos cativa por ser uma garota que, apesar de parecer a típica adolescente introvertida, tem o que é preciso para lidar com situações que vão muito além da zona de conforto de qualquer pessoa.

Artística, observadora, muito mais carismática do que achei que ela seria, Max nos leva por escolhas que parecem impossíveis de serem feitas ao lado de sua amiga de infância Chloe, a típica adolescente rebelde e durona que, na verdade, não passa de uma garota profundamente magoada pelas tragédias que a cercam, como o desaparecimento de sua melhor amiga Rachel, a típica adolescente popular, aparentando a perfeição que começa a ruir quando as primeiras rachaduras aparecem, expondo seu interior conflituoso.

A nerdice de Max, a boca-suja de Chloe e toda a tempestuosidade de Rachel nos encantam, nos fazem sorrir, chorar, arrancar os cabelos e sentir saudade. Essas garotas, que são muito mais do que seus estereótipos, são a alma do sucesso da série. Quer saber mais sobre Life is Strange? Que tal ler os 5 motivos que listei para você dar uma chance para o jogo?

Menção honrosa: Karen Reynolds, mãe de Sean e Daniel Diaz, em Life is Strange II

Por motivos de spoiler, não posso falar muito sobre o que fez Karen se destacar no jogo e aparecer aqui na minha lista. Mas a mulher é porreta. O que pode ser uma opinião bem polêmica para quem jogou!


8. Fran Bow e Little Misfortune

Embora sejam jogos do mesmo estúdio, o Killmonday Games, e as comparações sejam inevitáveis, Fran Bow e Little Misfortune são duas personagens que lidam com os mundos sombrios ao seu redor de formas muito distintas, o que torna cada personalidade e cada experiência de jogo ainda mais únicas.

Fran Bow foi um grande sucesso com sua narrativa psicologicamente e visualmente aterrorizante. Corpos em pedaços, palavras odiosas escritas com sangue nas paredes, mistérios atormentadores e fugas de criaturas perversas eram só alguns dos desafios que a amável Fran Bow teve que enfrentar em sua longa jornada, ao lado de Senhor Meia-noite, seu fiel amigo felino e guardião. A garota, em contraste com sua aparência frágil e indefesa, lida com essa realidade surreal com muita coragem, doçura e empatia por todas as amizades que faz pelo caminho.

Little Misfortune, por sua vez, teve problemas ao ser a sucessora de algo tão ímpar como a envolvente história de Fran Bow. Muitas pessoas, ao esperarem pelo mesmo estilo de terror psicológico, se surpreenderam negativamente com o visual um tanto quanto gracioso de Little Misfortune. Impressão essa que, infelizmente, também fez com que eu demorasse muito para finalmente jogar o segundo jogo do estúdio. Mas não concordo com as críticas feitas quando os dois jogos são comparados: são duas experiências incríveis, e cada uma com sua proposta.

Apesar de visualmente mais leve e menos perturbador, a narrativa de Little Misfortune, mesmo com todos os elementos lúdicos, nos causa incômodo em diversos momentos. As dores da personagem, mais jovem e mais carismática do que Fran, são camufladas em seu mundo de faz-de-conta e glitter, e ela enxerga com alegria e positividade até mesmo as verdades que fariam qualquer pessoa perder a fé.

No início, você olha para Little Misfortune com seu jeitinho e aparência de boneca, com sua voz engraçadinha, com seus atrevimentos travessos e quer abraçá-la, protegê-la de toda a maldade que a cerca sem que ela pareça perceber… Mas, quanto mais tempo passamos com Little Misfortune (e eis minha única reclamação: esse tempo é muito curto!), nós é que ficamos sentindo como se precisássemos de um abraço dela, para que ela nos ensine um pouco sobre o modo encantador, inocente e doce dela de ver o mundo.

Dois jogos, duas crianças, duas garotinhas com duas vidas cheias de problemas diferentes, aventuras diferentes e personalidades diferentes. Dois modos de lidar com tragédias, perdas, tristezas, rejeições, solidão e desalento. O que as torna iguais é a força com a qual seguem em frente, o encanto que trazem para os jogadores.


Sua personagem favorita já apareceu em uma das partes da lista?! Talvez ela esteja na próxima! Conta aí pra gente, quais foram as personagens que marcaram sua vida, e por quê?

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Nerd: Evelyn Trippo

I just have a lot of feelings, e urgência em expressá-los. Tradutora (formação e profissão), aspirante a escritora e estudante de projetos em games. Pára-raio de nerds, exploradora de prateleiras em sebos e uma orgulhosa crazy pet lady.

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