Em época de copa do mundo, quero falar hoje sobre um comportamento importante que é a competição. Mas não somente a competição, mas como jogar nos faz desenvolver habilidades. Quem joga está acostumado a competir – seja um leaderboard do seu clã, seja um ranking esportivo, seja uma lista de vestibular. Já falei aqui que todos sempre jogamos, estamos sempre competindo. E agora uma palavra da moda está em alta: gamificação, ou gamification. Mas o que é essa tal de Gamificação?
Se define gamificação como o uso de mecânicas de game design em algo que não é um jogo, com o objetivo de engajar, melhorar, incentivar algo. Muito se fala isso em sala de aula, em empresas que precisam treinar. Mas a gente vê isso em tudo hoje em dia – quem nunca viu hoje um Stories no Instagram que você tem que votar em algo? Olha, o que está se fazendo aqui é engajando o usuário em uma competição de forma extremamente simples – trazendo engajamento, interação. Não só o Insta brinca com ferramentas de gamificação. Waze faz isso também colocando ranking de conquistas, a Nike faz isso com a Nike Plus, onde mostra como você corre e te põe em disputa com seus amigos, e o quase falecido, Foursquare, que ficava mostrando qual dos seus amigos saia mais e conhecia o maior número de lugares. Rankings, Badges, cada vez mais você percebe ferramentas assim em atividades e programas do dia a dia (eu particularmente adoro entrar em um site e ficar ganhando esses badges bizarros do tipo – o cara que mais reclama, o cara que mais ficou com o site aberto sem fazer nada.
Alias, dá graça você procurar e conquistar badges dificieis!). Mas não só ranquear e competir é a base da gamificação. Já vi uma vez um programa de agenda que era baseado em gamificação que era como um jogo de RPG. Você vai na academia, ganha STR, lê um livro ganha INT, cumpre uma atividade do dia a dia e ganha pontos. E ao invés de ranking, você pode mudar avatar, comprar acessórios, personalizar visual. Muitas das vezes, gamificar não é só estimular a competição, mas buscar o alcance de uma meta.
Não sei se as pessoas perceberam, mas programas de fidelidade são ótimos exemplos de gamificação. Eles engajam você no programa, te estimulam e fidelizam buscando um cliente mais ativo e fiel, recompensando o cliente por isso! Então uma dica importante aqui: Se o jogo ou o ambiente gamificado não é interessante, o usuário vai desistir. Ninguém quer jogar um jogo chato. A narrativa da gamificação é extremamente importante. Todo mundo que jogou Last of Us ama o jogo pela narrativa, a jogabilidade é importante, mas não é o que brilha. Storytelling é um dos atributos mais importantes da gamificação, justamente porque engaja o player! Na real, eu acho que todo mundo joga o tempo todo e fica buscando gamificar as coisas, não é só o Scott Pilgrimm que se imagina em um videogame, todo mundo pode fazer as atividades do dia a dia se tornarem mais interessantes se estabelecerem metas lúdicas e divertidas!
Jogar e competir com os amigos melhora comportamentos! Quem assistiu Karatê Kid (eu prefiro o velho, afinal senhor Miyagui é imbatível!), sabe disso! E não é só pegar um moleque que não seria nada na vida e vai virar campeão de MMA, mas sim treinar habilidades e até mesmo deficiências de forma lúdica, desafiando o usuário a melhorar sempre. Entender um bom jogo nos faz melhorar conhecimento, empatia, interação, articulação. E gamificar coisas da sua vida pode te fazer upar levels importantes.