Dormindo com o Inimigo é um filme lançado em 1991, que conta a história do casal Laura (Julia Roberts) e Martin (Patrick Bergin), eles têm uma vida aparentemente feliz, tranquila e vivem no lugar mais paradisíaco possível. Mas Martin é um marido violento, bate em sua esposa frequentemente e em um sinal de desespero, Laura forja a própria morte, muda de nome e vai viver uma nova vida, mas Martin descobre que ela está viva e vai atrás dela.
O filme é dirigido por Joseph Ruben (de O Anjo Malvado), tem o roteiro de Ronald Bass (vencedor do Oscar por Rain Man e já trabalhou com Julia em filmes como Lado a Lado e O Casamento do Meu Melhor Amigo). Na época do lançamento, o filme foi detonado pela crítica, mas um sucesso de público, sendo uma das maiores bilheterias de 1991.
Também foi um sucesso no home vídeo, sendo um dos filmes mais alugados na época, inclusive aqui no Brasil, também dando muita audiência nas reprises da TV e hoje em dia está disponível no catálogo da Star Plus.
O filme pode não ser perfeito, sobretudo pela direção problemática e nem todos os diálogos funcionam, mas o longa se tornou ainda mais relevante com o passar dos anos e o aumento do feminicídio.
Provavelmente em 1991 as pessoas não estavam preparadas para discutir um assunto tão delicado e ainda tabu no cinema mainstream, mas com a mulher tendo voz cada vez mais e o Brasil com uma lei tão importante quanto a Maria da Penha, este filme se torna cada mais vez relevante.
Mas fica o aviso de gatilho: mesmo sendo um filme hollywoodiano, não é um programa divertido e pode impressionar quem é mais sensível ao assunto.
Em Dormindo com o Inimigo, a estrela Julia Roberts, vindo do sucesso de Uma Linda Mulher, lançado em 1990, faz um papel com menos glamour, com menos dos seus trejeitos, mas ainda assim, marcante.
Dormindo com o Inimigo é um suspense eficiente, um thriller capaz de deixar o espectador grudado na cadeira. A cada tomada e conforme o filme avança, a tensão aumenta e fica o receio da nossa protagonista ser descoberta, ainda mais sabendo que esta pode ser uma história comum para muitas mulheres.
E boa parte de toda essa tensão vem da excelente trilha sonora do saudoso Jerry Goldsmith, que já venceu um Oscar pela trilha de A Profecia, de 1976 e nos agraciou com a trilha de Star Trek em 1979 (sim, aquele hino que você está pensando).
Juntando com o que o espectador vê em tela, Jerry ainda deixa a ação mais intensa e claustrofóbica e não é exagero dizer que sua trilha também é um personagem do filme.
O desfecho pode não ser tão inventivo, mas não dá para dizer que foi ruim e o grande público casual não vai reclamar do que viu em tela.
Dormindo com o Inimigo é um suspense que merece ser visto, discutido ou descoberto e tomara que uma estrela como a Julia Roberts em tela faça com que esse mal chamado violência doméstica diminua no Brasil, no mundo, até que o número de casos chegue a zero.
Quem disse que o cinema é só diversão casual?
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