Hooowdy Hoooo!
Chegou a vez do tão falado Divergente aqui no Novo Nerd! Acabei de lê-lo na quinta feira (17/04/2014) e no mesmo dia corri pra ir assistir no cinema, e conto como foi pra vocês! 😉
Pra quem ainda não está familiarizado com a história, ela se passa em um futuro distópico, onde após aquela “terrível guerra” destruiu quase tudo, e os que sobraram resolveram dividir a sociedade em cinco facções, que determinam a sua “personalidade”, ou seja, se você acredita que o que causou as guerras foi o egoísmo, você irá para Abnegação. Se acredita que foi a ignorância, irá para a Erudição. Se acha que foi culpa da covardia, Audácia (que tradução mais… “não contavam com a minha astúcia!“). Se você culpa a agressividade, irá para a Amizade. E, por fim, se acha que o problema foi a duplicidade, irá para a Franqueza. As facções foram criadas com a intenção de evitar uma nova guerra, neutralizar as fraquezas da natureza humana, como eles dizem, para que se possa cultivar a “sociedade perfeita”.
E então temos Beatrice que, aos 16 anos e prestes a ter que escolher uma das facções para viver, está no conflito de abandonar sua família e atual facção (Abnegação) ou escolher ir para onde acredita pertencer. Mas ela vê esse objetivo ser complicado quando vai fazer o teste para ver a qual facção pertence, e obtém resultados inconclusivos, e a notícia de que é divergente. E que isso é perigoso, e lhe trará problemas.
Sem muitas informações e sem entender o que é e qual perigo isso representa, ela escolhe fazer parte da facção que sempre admirou: Audácia. Lá ela conhece Four, o Edward da vez. E tem que provar, não apenas para si mesma mas para seus instrutores e pessoas que a vigiam que ela pertence ao lugar.
Ok, vamos lá! Divergente é alguém que ameaça os “planos” de uma sociedade arquitetada, pois não segue os padrões e não pode ser controlado. Não pertence e não se encaixa em apenas uma facção, carregando características de mais de uma em si. Acho que essas são as principais informações, o mínimo sem spoiler que é legal saber para se interessar ou não pela história.
Sempre que ouvia falar sobre livro, era uma comparação enorme com Jogos Vorazes. Então, eu esperava muito, MUITO. Acho que esse foi meu erro. Não entendam mal, a premissa é ótima, a ideia é bem bolada… Mas mal elaborada. Não me conectei com nenhum personagem, achei que eles poderiam ter sido muito mais desenvolvidos, pois tinham muito potencial, tanto a história quando eles. Não sei, ficou raso, passei o livro inteiro esperando por algo acontecer, e quando aconteceu… Não me emocionou. No final do livro a autora quis colocar tantas emoções juntas, mas não soube trabalhá-las direito, tudo fica corrido, sem tempo para saber o que sentir, e no final todas essas emoções passam batidas. Fiquei um bom tempo sem me decidir se eu gostava ou não do livro… E decidi assistir ao filme para completar a experiência e tirar conclusões. Talvez me conectei tanto com Katniss porque a Jennifer Lawrence ajudou. Então lá fui eu ontem, toda contente, assistir ao filme, na estréia. Erro, grande erro.
Os gritos a cada 5 – 15min de filme acabaram com a ida ao cinema. Entendo a empolgação dos fãs, mas estava ridículo. Gritaram quando o filme começou, quando apareceu o nome dos atores, cada vez que os atores apareciam na tela, falavam a palavra “Divergente“, batiam em alguém, se beijavam, tiravam a camiseta, sorriam, faziam uma piada… TUDO era motivo pra uma gritaria histérica e batuques. E quando um cara reclamou, uma garota respondeu gritando: “NINGUÉM ME CONTROLA, EU SOU DIVERGENTE!” … ¬¬. Eu tenho outra palavra pra definir o que ela é, mas vou guardar pra mim. Enfim, acho legal a empolgação, mas quando ela acontece nas horas certas. O exagero acaba irritando a sala toda! No final do filme MUITA gente reclamando da bagunça, que acabou se tornando uma palhaçada e atrapalhando quem queria assistir sem histeria. Fora a galera sem noção com celular, ou comentando sobre o que ia acontecer no filme porque já tinha lido o livro, ou comentando sobre coisas que aconteciam nos próximos livros, tudo isso em voz MUITO alta. Uma falta de respeito bizarra que infelizmente influenciou na minha experiência com o filme, acabei não aproveitando grande parte.
Enfim, fora o desabafo, tive algumas surpresas no filme, umas boas e outras ruins. Eu particularmente gostei dos atores, mesmo a atriz não batendo com a descrição da Triz, uma menina pequena, “não-bonita”. Mas ela conseguiu me passar alguma personalidade, coisa que o livro não conseguiu. Eles intensificaram o lado “Audacioso” dela, dando mais sentido para a escolha e evolução dela durante a iniciação na facção, coisa que não é focada no livro. Achei a Tris do livro apagada, comum, nada de extraordinário na garota divergente. Senti raiva dela várias vezes por não perceber o que acontecia ao seu redor, mas a do filme a completou e ficou no saldo positivo. E eu não conseguia visualizar direito o Four enquanto lia, e no filme ele ficou bem representado, e até mais interessante do que o do livro. Ponto positivo para o desenvolvimento dos personagens no filme!
E então, temos a história. Muitos pontos foram alterados, melhoraram muitas partes e pioraram outras, mudaram a ordem de acontecimentos… Até aí, normal, em toda a adaptação nós temos esses poréns. Em geral, eu gostei do que foi feito, mas também senti uma infantilização da história. Ok, é para um público infanto-juvenil, mas… Acho que certos aspectos não devem ser ignorados, pois influenciam na construção das personalidades e da própria história. Mas em compensação, foi adicionado certo humor, e disso eu gostei bastante!
O final foi beeem alterado! E eu prefiro muito mais o do livro. As ações do filme foram contraditórias e acabaram ficando estúpidas. Não dá pra explicar senão vai ser um spoiler danado, haha! Mas é bem incoerente com o que aconteceria na realidade. Acaba sendo um “tudo por quase nada”. Vou mudar de assunto senão vou acabar estragando o filme!
Uma coisa que eu adorei no filme foi como eles focaram em ensiná-la a como NÃO agir como uma divergente para não ser descoberta, o que no livro, fica muito em aberto. Parece que ela não entende o risco que corre ao agir como uma e se aproveitar dos “benefícios” que isso lhe traz. Gostei de terem corrigido isso!
O que me irritou muito foi a tradução das facções. Li o livro em inglês, e no final tem uma parte muito legal de bônus, com um Q&A com a autore, trilha sonora do livro, quotes que inspiraram a escritora, explicações, temas para serem discutidos… Fora dois capítulos do próximo livro, Insurgente. Enfim, vários tópicos bem legais que me deixaram um pouco mais satisfeita com o livro! E em um desses bônus ela fala sobre o nome das facções, que em inglês são: Dauntless, Amity, Erudite, Abnegation e Candor, três substantivos (Amity, Abnegation e Candor) e dois adjetivos (Dauntless e Erudite). E tem um porquê. Os membros de cada facção foram quem as formaram, decidindo e escrevendo seus próprios ideais e regras, e cada uma escolhendo seu nome, sem se importar com as outras. Em português essa ideia não foi mantida, e temos apenas substantivos, o que me deu muito a entender que foram formadas por algo maior, sabem?! E não organizadas “igualmente” entre seus membros. :/
(Olhem só quaantas páginas só de bônus! *-*)
E algo a ser celebrado! No futuro não haverá AIDS ou qualquer outro tipo de doença transmitida pelo sangue. O uso de apenas uma agulha para uma multidão é uma coisa normal. Ok, você já espetou essa mesma agulha no pescoço de mil pessoas, mas tá bom, pode espetar no meu também, sem crise. Um detalhe que não é importante, mas que me incomodou muito!
Final score: Sei que é estranho, parece que só falei mal, mas vale a pena, tanto o livro quanto o filme, para quem gosta do tipo! Eu até pensei em não dar continuidade na leitura da série, mas decidi ler, sim. A ideia é muito interessante, mas fica aquela impressão de que poderia ser melhor. E quem sabe eu não esteja julgando cedo demais?! Vou ver como a história evolui nos próximos livros e como me relacionarei com os personagens, para poder julgar melhor. Tem algo que intriga na série, e sinto que merece uma atenção maior! Quero saber o que está além da cerca!
A história tem um pouco de Matrix (essa foi uma garota da minha sala que me falou, e achei muito interessante, pela “simulação” a qual as pessoas são introduzidas em algumas etapas da sociedade), Jogos Vorazes (sim, se assemelham, mas não em tudo, apenas na parte de uma revolta contra um governo em uma distopia) e Harry Potter (haha! Eu não tinha percebido isso até ver o filme! A escolha das “casas” e como elas formam as prioridades, e como se tornam uma!), e também tem algo único. Espero muito que essa indisposição minha tenha sido apenas uma primeira impressão, e que as coisas melhorem nos próximos livros!
Ah! Pra assistir ao trailer do filme, clique aqui!
E eu volto pra contar isso pra vocês depois, Nerds! 😉