Bem, apesar de achar meio “pretensioso” colocar crítica no título, creio que essa palavra é a que se encaixa melhor no que vou fazer. Hoje irei falar de um curta metragem simplesmente lindo chamado “Diga ao Meu Pai Que Estou Bem”. 
Uma história de Bruna Fracascio, roteirizada por Leonardo Canesin, esse curta fala da Ju, uma cativante menina de 9 anos com dislexia que, em um belo dia, foge de casa deixando apenas uma carta ao seu pai, basicamente dizendo ao mesmo que está indo embora por se achar um estorvo, ou um empecilho na vida de seu dele.
Com uma carta emocionante, ela retrata de um jeito até carismático a vida de uma criança com dislexia e como ela é ridicularizada na sociedade por sua dificuldade de aprendizado – não por não ser inteligente – mas sim por ver o mundo de uma forma diferente e não se encaixar nele. Vemos também uma realidade não muito comum, mas que existe: a de um pai que cria sozinho uma filha a qual ele não consegue lidar por conta de seu jeito diferente de ser. “Diga ao Meu Pai Que Estou Bem” mexeu de uma forma comigo como jamais acreditara que fosse possível, talvez por ter dislexia, mas principalmente por saber que meu filho mais velho passa pelo mesmo no seu período escolar. 
Abrimos os olhos e percebemos que provavelmente os atos dos nossos filhos não são preguiça ou safadeza, que pode ser algo que requer nossa maior atenção e nossa maior dedicação. Tudo que é mostrado não é só para te emocionar, mas para te informar e alertar que existem pessoas e profissionais da educação em pleno século 21 que ainda não estão preparados para lidar com a dislexia de uma forma normal e inclusiva.
Caso você tenha visto algo semelhante no que falei, possivelmente já deve ter visto “Moonrise Kingdom” de Wes Anderson em “Jesus Henry Christ” de Dennis Lee, que são usados como referências para essa obra sensacional. Se ainda não viu esses filmes, façam, porque vocês entenderão o que estou dizendo. 
A fotografia é ótima, os planos utilizados realmente combinam com a tonalidade do filme, principalmente mostrando os cenários e nos fazendo entender um pouco mais dos personagens ali mostrados. E as artes então, é algo que te deixa ainda mais dentro desse mundo, envolvendo de uma tal forma que te leva à reflexão.
Aprodutora Egrégora Filmes faz um trabalho não só competente, mas excelente, e todos estão de parabéns. O curta metragem merece todos os prêmios aos quais vem sendo indicado.
Hoje falei bonito, né?! Mas é porque hoje merece; sou pai e não só me identifico como passei por esses problemas e começo a passar com meu filho. Não tenho vergonha de admitir que chorei, não por tristeza, mas sim por saber que alguém se importa, e que na forma mais pura de entretenimento que é o cinema, isso foi mostrado.
Asfotos aqui fornecidas foram feitas por: Alexandre Marsola e Ana Teresa(Making -of). Animação por Estevão S. Souza Caso você queira conhecer um pouco mais aqui está a Fan page aonde as noticias são divulgadas: http://facebook.com/egregorafilmes.
Obrigado Bruna, Leonardo, todos atores e a produção por me darem a honra de escrever sobre algo emocionante, lindo e que com toda certeza me fez ser uma pessoa e um pai melhor. 
