Creed 3 é a terceiro filme da trilogia estrelada por Michael B. Jordan iniciada em 2015 e o 9º de toda a saga do Rocky Balboa. Desta vez, o astro Sylvester Stallone não está no filme por conta de conflito com os produtores, mas o roteiro e a produção contornaram essa ausência com uma boa história, um avanço da produção e com referências à franquia, mesmo que neste longa a intenção seja em olhar mais para a frente do que para trás.
Desta vez, o filme é dirigido por Michael B. Jordan, em seu primeiro trabalho na direção, o roteiro é de Zach Baylin e Keenan Coogler (irmão de Ryan) e já mostra um Adonis Creed aposentado há pelo menos 3 anos do mundo do boxe, apenas trabalhando nos bastidores, mas bem-sucedido na carreira, morando em uma mansão com sua esposa Bianca (Tessa Thompson, agora com muito mais tempo de tela e importância na trama) e sua filha Amara (Mila Davis-Kent).
O filme já começa com um flashback, passado em 2002, mostrando um Adonis ainda adolescente e sua intensa amizade com “Diamante” Dame Anderson, um jovem com potencial de luta, com o sonho de ser campeão, mas que ficou preso por 18 anos. Já no presente, ele cumpriu a pena, está na pele do ator Jonathan Majors (o Kang do Universo Marvel) e mesmo com a idade já avançada para um pugilista, ainda tem o sonho da carreira do boxe, mas precisa lidar com seus demônios internos, ao passo que seu amigo, Adonis Creed, fica com a culpa e sensação de impotência de não ter ajudado o seu amigo.
Michael B. Jordan faz uma direção consistente, segura, de alguém que já conhece a franquia, sem focar toda a atenção nele, pelo contrário, pois todos do elenco (até mesmo os coadjuvantes) têm o seu momento de brilhar e nada impede de o ator seguir com a carreira de diretor. É injusto comparar com o já consagrado Ryan Coogler (diretor do filme de 2015), mas o trabalho é interessante.
Há uma boa direção de atores, na condução de sua história e em lidar com toda essa orquestra que é lidar com uma produção deste tamanho, ainda mais considerando que o orçamento está maior em relação aos outros filmes e todo o peso de produção está mais visível nas cenas de luta.
Existem, ao menos, duas grandes lutas de boxe no filme, uma na metade e outra no final. Todas são muito bem coreografadas, claramente financiadas pelo streaming DAZN e o CGI funciona em função da trama, com grandes planos, mais detalhes nos golpes, na arquibancada e somente em algumas poucas cenas é que a computação gráfica é mais perceptível.
Dificilmente alguém vá sair da sessão de Creed 3 com algum sentimento ruim, pois estamos falando de um produto agradável, motivacional, com o foco na ação, mas sem esquecer dos personagens, em pegar o espectador pelo coração, em uma trama que flerta com amizade e família.
Até mesmo a rivalidade da luta principal é bem construída, desde o primeiro ato do longa, passando pela realidade de cada um, até o seu desfecho competente. Mesmo com algumas conveniências de roteiro, estamos diante de uma franquia com o mérito de atravessar gerações, se reinventar e ter fãs de todas as idades.
Quantas obras conseguem esse feito?
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