Coringa 2: Uma Montanha-Russa de Expectativas e Frustrações

Deixa eu te contar como foi assistir Coringa 2Joker: Folie à Deux. E, olha, é uma experiência que te deixa pensando, mas não necessariamente de um jeito bom. O filme tem seus momentos brilhantes, mas também deixa a sensação de ser uma sequência que, talvez, a gente nem precisasse. O primeiro Coringa já funcionava perfeitamente sozinho, com a intensidade emocional e o impacto visual que virou referência em discussões sobre cinema e psicologia. Mas Folie à Deux parece andar numa linha estranha entre o que deu certo antes e algo que eles estão tentando forçar.

Falando de aspectos técnicos, o filme traz novamente a direção de Todd Phillips, que já surpreendeu o mundo com sua abordagem crua e quase documental da queda de Arthur Fleck. Dessa vez, porém, ele adiciona mais camadas de surrealismo, principalmente através da música e das sequências musicais, em grande parte devido à inclusão de Lady Gaga no elenco, no papel de Harley Quinn (Lee). Gaga e Phoenix têm uma química forte, e ela certamente rouba a cena em diversos momentos, mas ainda assim, algo no roteiro parece estar faltando.

Joaquin Phoenix, que ganhou o Oscar pelo primeiro filme, retorna com toda a intensidade e habilidade de sempre. Mas a questão é: o que mais ele pode nos dar depois de uma performance tão impactante? No fim das contas, o filme acaba sendo um estudo de personagem, novamente, mas sem aquela inovação chocante que fez o original ser o que era. No quesito técnico, Larry Sher, o diretor de fotografia, mais uma vez faz um trabalho impecável, usando sombras, tons pastéis e iluminação de forma simbólica para representar a decadência mental do personagem e o caos de Gotham.

Agora, sobre o conceito de musical, aqui a coisa começa a desandar. O uso excessivo de músicas e números musicais cria uma desconexão com o tom sombrio e pesado que o primeiro filme construiu. Não que musicais sejam ruins (eu adoro um bom musical), mas parece que a coisa foi usada em excesso aqui, transformando o que era para ser uma sequência intensa num desfile de coreografias que, muitas vezes, quebram o ritmo. É um tiro no pé, especialmente para quem estava esperando mais caos, mais Coringa.

E falando em caos, o roteiro, assinado por Todd Phillips e Scott Silver, tenta explorar a dualidade de Arthur Fleck e Harley Quinn, mas falha em trazer algo tão perturbador quanto o primeiro filme. No final, o impacto emocional não é o mesmo. A trilha sonora, composta novamente por Hildur Guðnadóttir, é boa, mas com tantos números musicais, acaba ficando ofuscada por momentos que parecem estar ali só para “encher linguiça”.

Resumindo: Coringa 2 tenta algo novo, mas acaba sendo uma experiência frustrante para aqueles que esperavam a mesma carga emocional do primeiro filme. Quem entrar no cinema esperando ver o Coringa “pleno” em toda a sua glória anárquica, talvez saia com uma sensação de vazio. Boa sorte esperando essa “glória” no caos de um musical.

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Nerd: Carlos AVE César

Apaixonado por Criatividade & Inovação! Desde pequeno sempre gostei de fazer listas de filmes que tinha assistido, debater teorias e opinar sobre tudo. Em 2012 criei uma Fan Page de GOT, uns malucos botaram fé no que eu falava 1 ano depois montei um site de cultura nerd. Hoje divido meu tempo criando conteúdo para o Universo42 e estratégias de crescimento para a SKY Brasil.

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