CBLOL 2015 | Entrevista Keyd Stars

A Keyd Stars foi o primeiro time de League of Legends que topou me dar uma entrevista no ano passado. Às vesperas de embarcar no Bootcamp de um mês em Portugal, fui recebida na Game House pelo Renan Phillip e toda trupe. De lá para cá, parece que passou um tempo e todas idas e vindas do time trouxeram uma maturidade enorme a esta que é uma das melhores equipes de LoL no cenário brasileiro.

Edu Kim de manager virou coach nesta temporada, sempre elegante, ele que comanda a gritaria em coreano para orquestrar a dupla dinâmica: Kyung-Min “DayDream” Kang e Jin-Hyun “Emperor” Kim, dois coreanos super animados que vieram dar um gás na equipe já turbinada pelos experientes Matheus “Mylon” Baronti, Caio “Loop” Almeida e Murilo “Takeshi” Alves.

Com uma das maiores torcidas no Brasil e um histórico de vitórias, falar com o time dá um frio na barriga pra mim que ainda não passei do level algodão doce no LoL. O papo rolou lá nos estúdios da Riot Games. Captura de Tela 2015-01-03 às 19.30.59 OS COREANOS E NÓS

1. Vocês já tiveram jogadores coreanos antes, a experiência ajudou na integração do Emperor e Daydream? Ou muito superficialmente, pois são perfis diferentes? Dá pra comparar em linhas gerais ter jogadores de fora no ano passado e neste?

Mylon – A experiência inicial do ano passado ajudou muito a relação com os dois novos coreanos deste ano.  A interação foi muito mais fácil. O fator deles serem muito mais extrovertidos e abertos ajudou muito pois o An “SuNo” Ho e o Park “Winged” TaeJin eram mais reservados.

Loop – Ajudou pois já tinhamos uma ideia de quem estava vindo, acho que o principal ponto foi na comunicação, apesar que no jogo o inglês ser diferente do normal de conversação, pois usamos palavras mais simples, frases diretas, na convivência achamos que seria mais tranquilo.

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Edu Kim, de manager a coach. Essencial para a integração do time na hora do jogo.

2. O Edu está mais presente nesta CBLOL, vemos ele na cabine, acompanhando passo-a-passo o time, vocês ainda dependem muito dele traduzindo algo em coreano num momento crítico?

Edu – Minha presença é para ajudar. As vezes não estou ali para resolver nada, somente porque eles se sentem mais seguros tendo alguém que fale a língua deles por perto.

Loop – O Kim está se esforçando para melhorar o time como um todo e está mais presente, principalmente na hora dos pics e bans, onde sua presença é fundamental.

3. DayDream e Empreror chegaram exatamente na virada do ano (28/12). Vocês todos estavam na house? Tiveram férias? Como foi a virada do ano com eles?

LoopEles chegaram 2 dias antes do ano novo e passamos a virada todos juntos na praia. Foi a nossa forma de fazer uma integração mais rápida, bem ao estilo brasileiro. Esta experiência foi boa para eles e serviu para dar uma relaxada geral pois sabíamos que teríamos um desafio longo e sem pausas pela frente. Foi um período maior para ter contato com a nossa cultura, praia, muitos churrascos, nós focamos em nos integrar e mostrar o lado divertido do brasileiro.

DaydreamEu fiquei muito surpreso com a nossa recepção pois o time inteiro estava no aeroporto nos esperando. Todos falavam muito conosco e por ser o primeiro encontro eu me senti muito a vontade entre eles. Isso foi bastante confortável para nós que estávamos chegando, nos sentimos acolhidos.

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Emperor e DayDream em sua “posição coreana” conforme explicado pelo Mylon

4. O que eles definitivamente, ainda não acostumaram com os brasileiros?

DaydreamEstavamos dando uma volta pela cidade, vi que aqui na cidade tem muitos policiais, armados, mas o mais estranho foi ver policiais andando a cavalo no meio das pessoas. Estranhei muito!

Emperor(Com uma cara impagável de não gostei!) Acho muito estranho e não me acostumei que as mulheres cumprimentem os homens com beijos no rosto. 

5. Depois dos problema de visto dos coreanos da Pain Gaming (Olleh e Lactea) corre o risco disso acontecer com a Emperor e DayDream?

EduNão, cuidamos para que toda documentação estivesse ok e eles não se preocupassem com este ponto.

5. Vocês pretendem fazer BootCamp no exterior este ano? Qual foi o aprendizado em relação a isso? Muita gente criticou falando que vocês voltaram “enferrujados” para o cenário nacional. Esta percepção acabou ganhando relevância se compararmos a Kabum que também voltou para o cenário nacional, pós WildCard sem grandes destaques nas partidas.

MylonO Bootcamp não foi problema em si. Melhorou minha performance em uns 300 %. Percebi que minha habilidade era reconhecida ao jogar com os europeus. No caso nosso desempenho na semifinal da CBLOL foi um fator isolado e refletiu mais a pressão do lado psicológico do que qualquer outra coisa. Com relação a Kabum, eles nunca foram  superiores, simplesmente tiveram um campeonato bom.

Renan Phillip Estamos estudando um novo BootCamp com relação a este ano mas depende de calendário e resultados em geral.

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6. Daydream você está indo muito bem nas partidas de acordo com todos e foi citado pela INTZ como uma surpresa, um jogador que “faz tudo certo”. É mais fácil jogar no Brasil?

DaydreamEu já tinha um estilo próprio na Coréia e ele era diferente do estilo coreano, eu acredito que é este fator que faz com que eu me dê bem aqui. Pois os estilos coreanos são diferentes.

7. Emperor e Loop a comunicação entre AdCarry e o Suport é considerada um ponto fundamental para o desempenho com o time, vocês trabalham algo fora do jogo para melhorar este ponto? Aulas, dinâmicas, um pega na mão do outro e olha nos olhos… Como vocês trabalham este ponto?

LoopEu acredito que é mais a amizade. Combinamos muito de gostos. Mesmos gostos musicais, conversamos muito. Acredito que fora do jogo é a amizade que nos ajuda a entrosar.

Emperoro Loop me trata muito bem, com muita consideração. Ele sempre fala as coisas devagar, com palavras simples, de fácil compreensão. Ele se preocupa muito se eu estou ententendo. Isso reflete na minha forma de jogar, pois ele consegue fazer com que eu tenha muita confiança ao jogarmos juntos e este conforto fortalece nosso entrosamento dentro das partidas.

8. Loop e Mylon, vocês são atualmente os jogadores com mais tempo de Keyd Stars, tiveram o SunNo e o Winged o ano passado, depois o Revolta, a chegada do Takeshi, a saída do brTT, agora chegaram o Emperor e Day Dream. Como é esta coisa de veteranos, tem algum ritual de iniciação, regras da casa, ou qualquer outra integraçao que vocês ja criaram?

Mylon(pensativo) Não temos nenhum ritual. Eu costumo ser mais extrovertido para fazer as pessoas se entrosarem mais rápido, pois mesmo sendo animado, geralmente sou mais reservado. Sinto que com isso eles se aproximam mais de mim e assim eles nao tem porquê ter receio de algo. Eu foco em deixar o  time mais alegre e descontraído.

LoopNão. O principal ponto da Keyd é que ela seja mais uma família. Todas pessoas que chegam, nós tratamos e focamos em  entrosa-las como irmãos. Brincamos muito entre nós. Acho que não tem pegadinhas, pois tentamos acolher da melhor maneira. Ser um irmão e melhor amigo.

9. A Keyd Stars era um time mais reservado e agora vemos muito mais ações como vídeos, posts no Facebook.  Isso faz parte da estratégia de marketing do time como um todo ou vocês sentiram que era hora de dar mais atenção aos fãs?

Edu Estamos mais maduros e identificamos uma carência de ter mais contato com os fãs. Decidimos fazer isso muito mais como um mimo para os fãs, pois é trabalhoso e toma tempos, mas queremos ser menos Ídolos e ter mais interação com quem torce pela gente pois nos ajuda a ter mais confiança nos jogos.

10. Takeshi, como foi vir da CnB para a Keyd Stars. Além do desafio, você acha que seu modo de jogar mudou muito. Conte um pouco desta transição.

Take meu modo de jogar continua o mesmo. Continuo com meu estilo assassino (risos). Na CnB eu tinha muita amizade com os jogadores e ainda não conhecia o Mylon e o Lopp, muito menos o Brtt. Como fui muito bem recebido, me integrei muito bem e senti que a Keyd me desenvolveu bastante. O Bootecamp que eles fizeram trouxe muitas informações e me mostrou várias formas novas de jogar o que melhorou muito minha performance desde que sai da CnB.

11. Como é o tempo livre de vocês em época de CBLOL? É puro descanso ou vocês jogam mais para descansar?

TakeshiFolga é folga e cada um faz o que quiser. Um dia de folga é bem normal. Não fazemos nada de mais, como acaba sendo pós jogos, e somos mais reservados, ninguém fica indo pra balada, vamos dar uma volta no shopping, ir a um cinema… Nada de mais.

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Muito sério, Takeshi não admite pensar em um plano B caso a Keyd não se classifique.

12. Takeshi, você comentou que se preocupa com o audio liberado na hora de Pics e Bans, e isso levantou algo relativamente novo que é o cuidado que cada jogador tem que ter em partidas presenciais. Vocês tem algum preparo especial neste sentido? Psicólogo, orientador? Coach?

Takeshitreinamos o Pics e Bans e sabemos o que não falar na hora que o áudio sai, mesmo porque é sinalizado quando eles abrem o audio. Assim não fazemos nada de mais. Treinamos muito e já estamos bem predefinidos antes de chegar na partida em si.

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13. Qual foi o jogo mais difícil para vocês dentro da CBLOL até agora?  Pain?  Orange?  INTZ? . CnB? E por quê?

TakeshiO jogo contra a INTZ . Estávamos confiantes mas acabou sendo um jogo longo e desgastante, pois acho que não esperávamos que eles impusessem tanto o jeito de jogar em cima da gente. Contra a Pain acabamos sofrendo com o nervosismo e não estávamos no nosso melhor.

14. Segundo todos, o jogo com a INTZ foi épico, com uma virada sensacional no final, rolou um, “deixa ver até onde eles vão”? Em outra partida contra a Kabum, tivemos uma roubada de Dragão do DayDream que deu uma ‘virada’ no ritmo do jogo e favoreceu a vitória. Podemos assumir que é uma característica da Keyd Stars? Trabalhar melhor sobre pressão e criar viradas dentro dos jogos?

Takeshi Não esperamos a virada. Esperamos começar ganhando e terminar ganhando. Mas às vezes somos supreendidos. As vezes a gente encaixa ou não no jogo e se isso acontece, de não encaixar, corremos atrás de virar o jogo ao nosso favor.

15. Para as próximas partidas, Kabum Black pode ser considerada a partida que requer mais atenção ou o preparo para todas as partidas é o mesmo, sempre rigoroso devido ao histórico das semifinais de CBLOL do ano passado em que vocês eram os favoritos e acabaram perdendo?

Takeshio preparo é o mesmo para todas as partidas. Mas nem sempre o favorito vence, a Kabum ganhou da Pain, a Dexterity ganhou da Jayob. Em todos os jogos vamos pra cima tentar ganhar.

16. Como está o ritmo/ rotina de treinos durante a CBLOL? Podem falar um pouco a respeito?

Eduos treinos não mudaram muito. O que mudou foi a forma de treino, demos uma relaxada pois como no ano passado tivemos um problema sério de stress, aprendemos que devemos tomar mais cuidado com isso. Quando o treino é muito rigoroso a gente sente que não é tão efetivo. Eu passo mais tempo revendo as partidas, assisto todos treinos para poder estar presente e auxiliar para previnir isso.

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17. Existe algum plano B se vocês não se classificarem como no ano passado? Tem outros torneios e campeonatos em vista?

TakeshiIsso está fora de questão!

EduNão pensamos nisso.

LoopO ano todo está tendo campeonatos. Mas estamos indo passo a passo, afinal, não vamos querer chegar no topo sem passar pelos degraus, ou como diria um amigo meu, o Gaulles, “o jogo mais importante é sempre o próximo”.

Um “SALVE” do Novo Nerd para a Vivo FibraG2AD-Link, TwitchRazerNVidia, ExitLag, DXRacer, Apha e Key Store.

Twitter do Mylon , LoopRenan Phillip e Edu Kim para quem quiser mandar mensagens.

Agradecimento especial a Riot Games pela autorização para fazermos a entrevista nos estúdios.

Facebook da Keyd Stars pra ficar por dentro e torcer.#GoKeyd

Fotos: Marcelo Prais 

Nerd: Branca Galdino

Profissão: mãe de menino. Apelido: véia louca dos gatos. Adora tecnologia, tem vários games em casa, mas não passa da 1ª fase do Galaga. Trabalha como Mídia e ouve Kpop. Crê piamente que "de Nerd e louco, todo mundo tem um pouco"!

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