A INTZ mudou. Além de não ter mais nome nas escovas de dente (coisa fofa demais que vimos há 4 meses na primeira visita) a casa estava mais ‘relaxada’. Transpirando uma tranquilidade de quem não precisa provar nada pra ninguém. A piada pronta foi a pegadinha do manager, marcou a entrevista as 8h da matina. Todo mundo caindo da cama na hora que entrei na house com a cara amassada de sono e a tranquilidade de um time em sintonia que acabou de acordar.
É, acho que é exatamente isso que está acontecendo com todos espectadores da CBLOL 2015. Estão acordando para o “fenômeno INTZ“. Exagero ou não, o time, invicto nas duas primeiras partidas e com uma vantagem de 3 pontos, está chamando a atenção pela coerência da obra.
Mas vamos ao que interessa… O que passa na cabeça da galera atualmente?
1. Como foi o fim de ano? Vocês tiraram férias, continuaram treinando? Contem pra gente como foi sair do ano em que foram consagrados como a equipe revelação de League of Legends (LoL) para esta nova fase.
Jockster – A gente usou as férias para trabalhar! Ficamos umas 3 semanas em casa, mas com uma semana de treino no meio, com o time jogando a distância. Estávamos bem ansiosos por 2015, pois este ano temos o potencial de sermos os TOP 1 do Brasil. Todo mundo está com o sentimento que dá pra chegar lá.
Revolta – Tiramos férias mais para trabalhar do que para descansar. Para mim, as férias foram para ajustar os detalhes práticos da minha vinda para a INTZ. Jogamos muito, mas cada um de sua casa, mais informal. Resumindo as férias, basicamente trabalhamos bastante.
2. Ainda falando de transições, vocês foram muito assediados? A INTZ foi uma das primeiras equipes a fechar o line up e assinar contratos, vocês decidiram com base numa proposta indecorosa ou usaram a lógica “em time que está ganhando não se mexe”?
Jockster – A segunda opção. Pensamos bastante no que era o melhor para o time. Sentimos que a INTZ precisava de uma mudança, que foi a vinda do Revolta, mas confiamos que esta era a melhor formação.
3. E a saída do Djoko? Acho que a maior curiosidade é se rola uma rádio peão entre vocês ou se vocês são surpreendidos com a notícia. Como é um processo de substituir um jogador?
Jockster – Nós acompanhamos a mudança. Tudo foi feito com transparência.
Revolta – Os jogadores foram consultados sobre a minha vinda e eles confirmaram a escolha.
4. Ano Novo, Vida Nova ou para vocês meio que continuou igual? Mudou algo na rotina ser o tal “time revelação 2014”? Qual é a parte legal deste crescimento: rola umas mordomias como toalhas brancas no camarim?
Jockster – As mudanças que a Riot Games promoveu na CBLOL 2015 ajudaram a ter mordomias. Ela deu bastante visibilidade para os times e isso ajuda a captar mais patrocinadores o que traz mais conforto.
MicaO – A infraestrutura de equipamentos e acessórios melhorou, mas não implica em mordomias e sim em mais qualidade de vida para gente poder jogar melhor.
5. No dia-a-dia, vocês se chamam pelo apelido ou pelo nome?
Jockster – Só o Zhao nos chamamos pelo nome, o restante é pelos nicks mesmo, até porque temos dois Gabriel’s e já ia rolar uma confusão.
MicaO – Não há um motivo específico para o Zhao ter ficado só Zhao.
OS JOGADORES
6. Falando um pouco de cada um de vocês, sabemos que um time é o conjunto da obra. Mas o Yang e o MicaO ganharam mais destaque no final de 2014, isso ajuda ou atrapalha? Rolou alguma mudança no comportamento deles do tipo: “Agora eu sou uma estrela” ou eles continuam roncando na hora de dormir e comendo a borda do pão de forma?
Jockster – Nunca comeram a borda do pão de forma! (risos). Não rolaram mudanças, tendo destaques ou não na equipe isso só serviu para serem mais zoados. (risos)
2. Tockers, na segunda partida da INTZ na CBLOL, você foi tipo o ‘bola de ouro’ da partida. Como é ser apontado como destaque de uma partida?
Tockers: Senti que todo tempo que estou me dedicando, está fazendo efeito e estou melhorando. Acho que isso é resultado de muitos treinos.
3. E você Revolta, como foi vir para um time super novo? É mais complicado que ir para os tradicionais? Você esperava que tivesse este entrosamento com os outros jogadores?
Revolta: Foi muito tranquilo. Nem eu esperava me adaptar tão fácil. Acho que contribuíram as experiências com a Keyd, CnB e Keyd, onde os ambientes variam bastante.
4. Ainda falando do Revolta, aproveitando a deixa, a Riot Games divulgou um vídeo que você comenta a origem do seu nick, que ele veio de uma fase em que você jogava ‘quebrando tudo’, é verdade? Há quanto tempo você joga profissionalmente, dá pra falar que a tal revolta baixou e agora você está mais maduro? Ou devemos esperar mais ‘roubadas de dragões’ nas próximas partidas?
Revolta: Então, eu jogo há dois anos. Meu primeiro time profissional foi a Keyd, onde fiquei um ano, sai de lá para um período de 6 meses na CnB e voltei depois para uma temporada de 6 meses na Keyd. Antes de entrar neste cenário profissional, reconheço que era ‘bem rude”.
5. Jockster, depois de mais de 6 meses convivendo com a galera, conta para gente qual foi a partida ou momento que mais te marcou. Aquele momento que você sentiu o peito queimar de orgulho de estar com estes caras no meio de um jogo.
Jockster – Esta pergunta é meio difícil de responder porque ainda não tivemos o momento que estamos batalhando, que é a conquista de um grande título, mas dentro do que passamos, o Circuito Game 7 na Age Campinas em Novembro e foi o primeiro presencial que me deixou balançado e mexeu comigo.
MicaO – Eu acho que este torneio marcou pois estavam todos os times menos a PainGaiming e isso foi bacana, jogar e ganhar de todos.
6. MicaO, como capitão, o que é mais fácil: entrar numa partida que o outro time é favorito e incentivar os jogadores ou consolar o time quando perde uma partida? Explica pra gente qual é a real responsa de um capitão.
Tockers – Não perdemos ainda com ele como capitão (risos).
MicaO – É mais fácil incentivar, pois para partidas grandes rola uma ansiedade para mostrar o quanto treinamos. O desafio ajuda. Quando a gente acha que vai ser fácil, a gente leva a sério mas de forma mais relaxada e aí que mora o perigo. No geral a gente não sente pressão de ganhar sendo favorito porque já esta todo mundo meio esperando por isso, mas se você não é o favorito é mais fácil “por sangue nos olhos” do time.
7. Yang, sem abrir a estratégia da equipe e falando mais por você. Qual é aquele Champ que você não suporta, tipo, não curte muito escolher para jogar e pior quando vê no outro time rola uma preguiça porque não gosta do poder dele?
Yang – Sempre tem um campeão que você não gosta, mas se for bom para a estratégia do time naquela partida, você vai usá-lo e é difícil no cenário competitivo não querer jogar com um Champ. Seu dever é conhecer todos e saber tirar o melhor de cada para ajudar seu time a ganhar.
CBLOL 2015
8. Como primeiro campeonato do ano e decisivo para os times dentro do cenário de LoL, o que vocês acharam das mudanças deste ano como:
a. Perder pontos por mexer nas line ups: isso inibe e faz os times se esforçarem para “dar certo”?
MicaO – Toda regra tem seu lado bom e ruim. Se citarmos a Kabum Black, que foi prejudicada com esta regra, pois trouxeram os coreanos (Lee “Shadow” Min Ho e Won “Reset” Jun-ho) e como tiveram problemas com os vistos, ficou fora do poder da organização esta situação e acabaram perdendo pontos por isso, prejudicando eles no início do campeonato. Mas no geral a regra é boa porque não rola uma bagunça. Não tem a rotatividade entre as equipes. Era uma mudança de regra necessária para dar uma organizada no cenário brasileiro e evitar as “roubadas” entre equipes.
9. Coach dentro da cabine: vir de um cenário em que estavam acostumados a não ter ninguém por perto, ter o coach lá vai ajudar ou ainda tem que avaliar, já dá para afirmar algo?
MicaO – Como nosso coach está banido e não pode ficar na cabine, ainda não tivemos esta experiência, mas acreditamos que vai ser bom.
10. Como fica está rotina da CBLOL 2015 de ter partidas presenciais, religiosamente todo fim de semana por 7 semanas seguidas?
Yang – As vezes é cansativo e domingo é um dia mais tenso, pois treinamos a semana toda e ainda temos que aguardar o sábado para chegar na partida domingo, mas no geral o presencial é bacana e com certeza, muito melhor que online.
MicaO – Anima mais ir pessoalmente, e ir até lá dá mais visibilidade para o campeonato, é maior a vontade de mostrar tudo o que treinamos pois sabemos que tem mais gente assistindo.
11. Estúdio mega fodástico, Rioters por perto, câmeras. Rola um nervosismo?
Jockster – Em qualquer presencial rola um nervosismo, como é toda semana, você acaba se acostumando melhor.
12. Locutores vestidos pra um casamento?
Jockster – (Muitos risos) Adoramos!!!! Só falta a noiva!
13. Virar “comentarista” em outra partida. Rola uma preocupação de falar algo que depois vire contra você ou seu time?
Tockers – Não tem uma preocupação pois recebemos todo preparo aqui na organização para esta situação.
Yang – De qualquer forma rola um cuidado, afinal estamos todos na mesma condição de jogadores disputando um campeonato em comum.
MicaO – Sim, tomamos o cuidado de não entregar a estratégia.
14. Esta CBLOL está bastante concorrida, levei um tempo pra conseguir agenda para falar com a INTZ. Esta rotina de treinos, entrevistas, fotos, vídeos. É tipo a vida que sonharam como gamers?
Revolta – Não! Definitivamente não era o que sonhei. Eu achei que ia só jogar e ficar de boa aparecendo pro público. Isso tudo, todo este trabalho, o como fazer, obrigações, é tudo muito novo no Brasil. É bom mas não é da forma como sonhava.
MicaO – Acho que todo mundo aqui jogava por prazer e eram campeonatinho e não imaginávamos chegar aqui.
15. Nas partidas até agora, vocês arriscam dizer o nome de 1 jogador que pra vocês está se destacando? Aquele cara que está fazendo tudo certo, mesmo que a equipe dele não esteja indo tão bem?
Jockster – Nos surpreendemos com o Kim “Emperor” Jin Hyun, da Keyd. Ele nos impressionou por não cometer nenhum erro.
16. O Yetz da Jayob neste fim de semana, soltou um “Se a gente empatar está bom” antes da partida contra a PainGaming. Pra vocês em algum momento rola algo deste tipo, quando uma partida é muito difícil? Ou a INTZ entra sempre pensando na vitória? Rola uma dúvida? Podem dividir conosco um pouco disso?
Jockster – Quando sabemos que o time que vamos enfrentar vai ser difícil, por ser forte, rola um talvez não dê, mas não verbalizamos isso e vamos pra cima com foco em ganhar. Mas nunca rolou um “se empatar está bom”. Treinamos muito para acontecer isso!
17. Por último, vocês acham que ter uma vantagem no início do campeonato dá uma falsa sensação de segurança? Ou ajuda nos treinos e cria mais sinergia na equipe?
MicaO – Dá mais visibilidade para a equipe, mas estamos bem realistas e sabemos que não jogamos com todas equipes. Estamos ciente que o mais difícil ainda está por vir e que faltam 5 semanas e muita coisa pode acontecer. Consideramos que temos tudo a provar ainda. Só começamos. Estar em primeiro não é uma conquista, é uma consequência do quanto estamos treinando para isso.
18. Encontrar com outros jogadores tem sido amistoso, ou por ser sempre dentro de um cenário competitivo, tem muita rixa ainda?
Tockers – Não dá para ter rixas, o tempo é de cumprimentar e jogar, não rola tempo nem pra dar 3 beijinhos! (risos)
19. Qual a pergunta mais comum que fazem pra vocês atualmente?
Revolta – “O que aconteceu que você acerta SMITE agora?!” (muitos risos)
Jockster – “Todo mundo pergunta o porquê e o que aconteceu com o Djoko.”
20. Na “vida real”, temos aí um cenário de desgraças, tipo: falta energia, falta água, inflação, vocês falam disso ou discutem coisas cotidianas em algum momento?
MicaO – As vezes quando sentamos para conversar discutimos coisas aleatórias. De um modo geral estamos bem absortos nos jogos.
Para encerrar, alguém gostaria de falar algo? Mandar um beijo pra alguém?
MicaO – Queria agradecer ao meu irmão que sempre me ajudou a seguir este sonho quando todo mundo da minha família era contra. Hoje conto com o apoio de todos, mas ele que me incentivou mais e sem ele eu não estaria aqui.
Yang – Eu tenho uma história parecida e quero agradecer a minha irmã que é a pessoa que mais me apoia e ajuda, chegando a ter momentos que só ela estava me apoiando.
Revolta – Lembra de falar dos patrocinadores!
Um “SALVE” do Novo Nerd para a Cougar, Kinguin, QueroPreço, BenQ, Connection Gaming, SteelSeries e DXRacer.
Tuitter do Revolta, MicaO e Yang para quem quiser mandar mensagens.
Facebook da INTZ pra ficar por dentro e torcer. #GoINTZ
Fotos: Branca Galdino