Na última quinta-feira, chegou aos cinemas Branca de Neve, o novo live-action da Disney, que adapta o clássico filme de 1937, Branca de Neve e os Sete Anões, o primeiro longa-metragem do estúdio.
Sinopse
Branca de Neve acompanha a jovem princesa Branca de Neve (Rachel Zegler), cuja beleza desperta a inveja de sua madrasta, a Rainha Má (Gal Gadot). Determinada a eliminar a enteada, a vilã ordena sua morte, mas Branca de Neve consegue escapar e se refugia na floresta. Lá, encontra uma cabana onde vivem sete anões amigáveis, que a acolhem e se tornam seus aliados. No entanto, o perigo ainda ronda a princesa, pois a Rainha Má tem um plano cruel para eliminá-la de vez: uma maçã envenenada.
*O legado de *Branca de Neve**
Fazer um live-action de Branca de Neve não é novidade na indústria. Nos últimos anos, já tivemos obras como Branca de Neve e o Caçador, estrelado por Kristen Stewart, e Espelho, Espelho Meu, com Lily Collins no papel da princesa.
No entanto, um live-action produzido pela própria Disney carrega um significado especial. O clássico de 1937 marcou gerações e se tornou um dos filmes mais icônicos do estúdio, rendendo até mesmo um Oscar honorário.
Mas, apesar desse legado, a Disney parece não se importar com sua própria história. O filme cai no mesmo ostracismo dos outros live-actions do estúdio, seguindo uma estética visual similar a A Bela e a Fera, Pequena Sereia. Mesmo com Marc Webb (O Espetacular Homem-Aranha, 500 Dias com Ela) na direção, tentando trazer algo novo, o resultado é genérico.
Direção e estética
Marc Webb faz um trabalho mediano. Ele consegue criar cenas grandiosas e construir um reino visualmente bonito, com um início de filme encantador. Porém, o que mais se destaca é sua forma de filmar a Rainha Má, dando a ela uma presença imponente e ameaçadora.
Infelizmente, o que a direção e a fotografia ajudam, a atuação estraga. Gal Gadot tem uma presença visual forte, mas sua performance é fraca. Suas falas são caricatas e sem emoção, tornando a personagem menos imponente do que deveria ser. Isso se agrava ainda mais em sua canção, que já sofre com uma letra ruim e é prejudicada por sua interpretação sem força.
O elenco e os personagens
Por outro lado, Rachel Zegler está excelente como Branca de Neve. Ela transmite doçura e carisma, ao mesmo tempo que moderniza a personagem para 2025. Além disso, tem ótima química com seu par romântico.
Rachel Zegler e Andrew Burnap formam um casal adorável. Apesar de Andrew não ser o ator mais talentoso, o dueto entre os dois é bonito, e o roteiro consegue desenvolver bem a relação deles, tornando-a crível e fofa. Especialmente nas cenas com os anões, a dinâmica do casal funciona bem.
Falando nos sete anões, eles não causam o chamado vale da estranheza. Talvez na primeira aparição, mas assim que começam a cantar Eu Vou, Eu Vou, a nostalgia toma conta. Além disso, o desenvolvimento que recebem no roteiro é interessante, trazendo uma atualização respeitosa da história original — mesmo que muitos preferissem os anões clássicos.
Problemas técnicos e o final desastroso
O CGI do filme é inconsistente. Enquanto os anões funcionam visualmente, há cenas em que os efeitos especiais são extremamente artificiais, como nas transformações da Rainha Má. O pior momento, no entanto, está no final do filme, que é uma das piores ideias já vistas nos últimos anos. O desfecho é tosco e incoerente, prejudicando ainda mais a experiência.
Conclusão
No fim, Branca de Neve é apenas mais um live-action esquecível da Disney. O brilho e a magia do clássico original se perdem em um filme genérico e sem alma, que não faz jus ao legado da primeira princesa da Disney. Com um CGI duvidoso, uma vilã fraca e um final questionável, o filme se torna apenas uma produção nota 5. Infelizmente, Branca de Neve merecia muito mais — e o público também.