E lá vamos nós, de novo, outra vez. Chega aos cinemas mais um amontoado de clichês adolescentes, já vistos em incontáveis outros filmes do gênero. “Belo Desastre” conta a história de Abby Abernathy, que acredita ter deixado seu passado tumultuado para trás quando chega à faculdade com sua amiga America. Porém, tudo muda quando ela se envolve com Travis Maddox, um típico garoto bad boy que luta MMA para pagar a faculdade.
Com um roteiro fraco e mal estruturado, “Belo Desastre” parece ter saído da mente de uma adolescente de 15 anos. Mesmo assim, estaria mentindo se dissesse que o filme não me prendeu em vários momentos. E isso se deve ao fato do filme não se levar tão a sério, o que acaba sendo um ponto positivo.
Belo Desastre tem humor duvidoso
Com um senso de humor que perambula entre o estapafúrdio e o bobo, em algum ponto entre esses dois extremos ele conseguiu me tirar risadas genuínas. Em outros momentos, no entanto, o filme provoca apenas vergonha alheia.
Mas entenda, Belo Desastre é o puro suco da história já batida, mas que Hollywood ama, dos incompatíveis que se apaixonam. Eu poderia listar pelo menos meia-dúzia de “Belos Desastres” que já assisti. Infelizmente, todos os títulos que vieram à minha cabeça são melhores que esse.
Com uma montagem confusa, tive a impressão, várias vezes, de estar perdendo algum detalhe da trama, mas, no fim, o filme apenas não quis mostrar, resultando em diversos furos que você aprende a ignorar durante, mas que continuam lá, como um grande elefante branco.
Montagem confusa e rivalidade “porque sim”
A começar pela inexplicável aversão da Abby para com o Travis. Uma rivalidade construída do mais absoluto nada e que perdura por motivos desconhecidos, ou apenas porque o roteiro quis. Personagens que somem, ou que agem de forma completamente atípica para a situação. Para além disso, o senso estético é inexistente e a falta de coerência narrativa e as facilitações do roteiro só não são ofensivas por conta do tom despretensioso.
Dito isso, Belo Desastre tem seu charme. Não atoa Hollywood bate na mesma tecla há anos. O conjunto da obra é palatável para as tardes ociosas e é um forte candidato a se tornar o guilty pleasure de muita gente por aí.
Devo acrescentar o alívio de não ter mais um relacionamento tóxico sendo irresponsavelmente retratado nas telonas. Não que o casal seja um exemplo, mas está longe das problemáticas já testemunhadas em filmes destinados ao mesmo público.
Por fim, vale lembrar que o filme é baseado em um livro homônimo. E não, eu não li o material do qual o filme se baseia. Mas confesso que, apesar dos pesares, me interessei por conferir o livro.
Se você é fã de histórias de amor e romance adolescente, “Belo Desastre” pode ser uma opção para assistir em uma tarde preguiçosa de domingo.
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