Animais Fantásticos – Os Segredos de Dumbledore é o 11º filme da franquia Harry Potter e o 3º de Animais Fantásticos. Um spin off do universo da magia, iniciado em 2016 e que se passa antes do bruxinho mais famoso da cultura pop.
O filme se passa na década de 1930, onde Gerardo Grindelwald (Mads Mikkelsen, sempre ótimo e assumindo o papel que era de Johnny Deep) foi absolvido de seus crimes anteriores. El inicia um plano de assumir o poder do universo da magia e espalhar o caos pelo mundo em plena Berlim de ascensão do nazismo.
Paralelamente a isso, descobrimos a relação entre o Grindelwald e Alvo Dumbledore (Jude Law) e a ofensiva contra o vilão, que contará com o próprio Alvo, Newt Scamander (Eddie Redmayne), seu irmão Teseu (Callum Turner), a professora Lally (Jessica Williams) e o trouxa Jacob (Dan Fogler).
O filme é novamente dirigido por David Yates, que dirigiu todos os filmes da franquia a partir de Ordem da Fênix em 2007. O roteiro é assinado por Steve Kloves e pela própria J. K. Rowling, que está sendo contestada desde o insucesso de Os Crimes de Grindelwald em 2018 e pelas polêmicas desnecessárias nas redes sociais.
A verdade é que por mais que a franquia Animais Fantásticos tenha muitos méritos e que o primeiro filme seja sim um grande filme, assistir às continuações é a sensação de que as obras estão se arrastando demais. Os 5 filmes prometidos com mais de 2 horas não fazem sentido nenhum.
O filme de 2018 é um desastre quase que completo, mas este aqui tem um saldo melhor (o que não quer dizer muita coisa), tem um pano de fundo muito interessante, bons momentos, com falta de foco no roteiro, mas um indício de que a franquia possa ter encontrado o seu chão.
São mais de 2 horas de projeção, mas a trama cabia inteira em 100 minutos, pois o roteiro está preocupado em estabelecer novos personagens, novas subtramas e agradar os fãs. Mas o filme poderia ser mais simples em sua essência se focasse na trama política, metáforas com o nazismo e até mesmo com a polarização atual.
De fato, a segunda metade é muito mais envolvente e a história política é um grande acerto, sem contar que Mads Mikkelsen entrega um vilão que convence como um ditador autoritário. Mas a trama de Vicência Santos (Maria Fernanda Cândido), por exemplo, deu um sentimento amargo ao espectador e não dá para saber se o problema foi o roteiro ou a montagem.
Há tramas que foram bem exploradas, como a dos próprios animais – e um deles pode decidir o futuro do mundo bruxo – e a trama do Jacob junto com a Queenie, que foi manipulada pelo vilão da trama a se converter ao seu lado, mas aqui o roteiro deixa a dúvida sobre o seu caráter, lealdade e essa indagação vai levar a personagem até o final. E Jacob é um “trouxa” que é inserido no mundo bruxo, tem uma atração incrível com a bruxa Queenie, é o alívio cômico da trama e se tornou um dos personagens mais queridos desde o primeiro filme.
Mas tecnicamente o filme continua enchendo os olhos, seja pelo design de produção com riqueza de detalhes, a trilha competente de James Newton Howard (que emula muito John Williams na medida certa) e um figurino simples, mas que funciona no universo bruxo.
Este terceiro filme de Animais Fantásticos evolui em relação ao filme anterior, é inferior ao primeiro longa, está bem longe da magia que consagrou Harry Potter, mas tem muitas qualidades, a trama política é um acerto e mesmo com um desfecho em aberto para um próximo filme, fica difícil saber se a história tem gás para suportar novos longas ou segurar os novos fãs.
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