A Mão Que Balança o Berço é um suspense lançado em 1992, dirigido por Curtis Hanson (Los Angeles – Cidade Proibida, 8 Mile – Rua Das Ilusões), com o roteiro de Amanda Silver (trilogia Planeta dos Macacos com Andy Serkis, Mulan de 2020 e escrevendo o roteiro de Avatar 3).
O filme conta a história de Claire Bartel (Annabella Sciorra), que tem a vida aparentemente perfeita: uma vida confortável, uma casa grande, um marido que a ama, uma filha e está à espera de um outro filho. Em um dia, ela vai ao ginecologista, percebe que ele está apalpando seu corpo e junto com outras mulheres, resolve denunciá-lo. Ele é condenado a prisão, mas acaba se suicidando. Sua viúva, sra. Mott (Rebecca de Mornay, ótima do papel!), que também está gestante, perdeu o bebê e quer vingança.
Ela resolve, então, se infiltrar na família de Claire, trabalha como babá, cria o nome de Peyton Flanders e transforma a vida de todos em um inferno, como a sabotagem da carreira de Michael, marido de Claire, além de seduzi-lo. Também causa acidentes físicos na casa e os únicos que sabem sobre essa nova babá é o funcionário Solomon e a amiga do casal, Marlene (Julianne Moore em início de carreira).
O filme funciona como um thriller, é um suspense eficiente, envolve o espectador, que fica imerso na história e leva a trama até o final. O longa foi bem de bilheteria e o sucesso é merecido: custou 11 milhões de dólares e faturou 88 nas bilheterias mundiais, sem contar que se deu bem no Home Video. No Brasil, ficou conhecido na época do lançamento nos cinemas, em VHS, o título se tornou conhecido e até virou meme antes da palavra existir, sem contar as inúmeras reprises na TV aberta ao longo dos anos 1990.
Curtis Hanson faz uma boa direção de atores e conduz seu suspense na medida certa, construindo os personagens de forma gradual. Soma tudo isso com uma trilha sonora instigante, uma fotografia límpida, mas que até mesmo esse clima “normal” dá um pouco de medo no espectador, que nunca sabe qual será o próximo passo.
Infelizmente, o assunto assédio em consultório médico está presente nos dias de hoje e o longa envelheceu bem em mostrar um grupo de mulheres que se uniu, denunciou e embora o filme coloque as duas protagonistas em disputa entre si, sem essa rivalidade, não teríamos filme, ao menos não da forma em que ele foi concebido.
O filme tem bons personagens masculinos, em especial o Solomon, que pode ser o clichê dos distúrbios dos anos 90, mas que se apresenta com um coração enorme e enxerga o que os outros não conseguem ver.
Mas este é um filme das mulheres. Além de apresentar uma Julianne Moore no começo da carreira, mas já se mostrando como uma atriz promissora, o destaque fica para as protagonistas: Annabella Sciorra é o misto de mulher privilegiada, sonhadora, ingênua e que acha que sua vida está evoluindo com a nova babá, sem enxergar o óbvio.
Porém, o show aqui é da Rebecca De Mornay, que arrebenta como a vilã da trama, consegue manipular quase todos em volta, é uma psicopata acima de qualquer suspeita, conquista todos e se isenta da culpa. E conforme as suas maldades vão evoluindo, mais assustadora ela fica e dá mais medo do que muitos vilões clássicos do terror.
Para muitos, é das maiores vilãs do cinema.
Curiosamente, as atrizes protagonistas fizeram os testes para os papéis inversos: Annabella fez teste para a vilã e Rebecca, para a mocinha, mas a produção enxergou maior potencial se elas invertessem as personagens e deu mais do que certo.
A Mão Que Balança O Berço é um thriller familiar, tenso, instigante, envolvente e que merece uma chance com as novas gerações, principalmente porque está mais acessível em tempos de streaming.
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