A Brasil Game Show, ou simplesmente, BGS, é a maior feira de games da América Latina, atraindo vários públicos, desde os gamers ditos hardcore, passando pelos mais casuais ou até mesmo para quem não joga. Em 2023, o evento teve recorde de público. Foram cerca de 300 mil pessoas ao longo de 5 dias, segundo os organizadores, mesmo com a ausência de gigantes como a Sony e Microsoft e sem grandes lançamentos, atraiu muita gente. Mas como isso foi possível?
Nos EUA, os grandes eventos como a E3 e a SDCC já não têm o mesmo tamanho, dificilmente voltarão aos tempos de glória de antes da pandemia da COVID-19 e o principal motivo é que as grandes empresas de games já têm eventos próprios, que também atraem muita gente, gera repercussão e custam muito menos do que todo o investimento de um stand, televisores e consoles em uma E3, por exemplo.
A mesma lógica vale para uma San Diego Comic Con, que viu seu espaço diminuir com a ausência de gigantes como a Disney e a Netflix, que ambas têm a D23 e o Tudum, por exemplo. Toda a lógica de investimento e repercussão também vale para este caso.
Não bastasse tudo isso, ainda tem a greve dos atores de Hollywood, que afetou toda a indústria e não seria diferente com as feiras.
Mas, afinal, isso significa o fim desses eventos? Eles estão fadados a cair no esquecimento? As respostas para essas perguntas é: depende!
De fato, os eventos estão perdendo o fator novidade e ineditismo, mas nada impede de se reinventarem. Se a E3 não tem os grandes lançamentos ou os painéis, pode compensar em expandir para os games online, mobile e retro games, só para citar o que está em alta no mercado.
A própria SDCC, que começou como um evento de HQs e depois teve seu maior atrativo as estrelas do cinema e da TV, pode voltar às origens.
E tem um fator mais importante para um evento de grandes proporções que vale mais do que qualquer lançamento ou estrela de cinema: a interação social. Ver o público interagindo as mesmas experiências, as mesmas ideias e compartilhando suas paixões é o que move essas feiras, sobretudo após a pandemia, onde muitos deram mais valor à interação e o reencontro com os amigos.
E a BGS soube muito bem usar isso a seu favor: quem andou pelo evento, conseguiu acompanhar vários amigos se reencontrando, para muitos, foi a chance única do ano de se reencontrar na correria da vida. Sem contar que várias amizades foram criadas, muitos fãs puderam ver seu ídolo de perto, seja um youtuber, um game designer, ou aquela pessoa que serve de espelho ou até exemplo para a outra e esse encontro do criador com o seu público pode ser mágico.
Não bastasse isso, a área Indie, que era uma pequena fatia do evento, ganhou grandes proporções, um espaço de respeito, o público experimentou – e gostou – de muitos games que jogou e para quem cria esses jogos, é a chance de ter o seu espaço no mercado.
Isso sem contar os campeonatos, brindes, compras, cosplays e a criatividade que o brasileiro tem, fez com que essa BGS fosse única, inesquecível e que muitos nem perceberam a ausência de grandes lançamentos.
Os grandes eventos não estão no fim da vida e muito menos estão falindo, mas eles podem – e devem – se reinventar e adaptar às mudanças. Não é uma ciência exata e cada caso é um caso, mas o sucesso da BGS pode inspirar os outros a fazer também uma experiência memorável junto ao seu público.
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