ATENÇÃO: Esta resenha contém spoilers sobre a série A Seleção, de Kiera Cass, principalmente do terceiro livro da série, A Escolha.
Bem que eu disse quando listei por aqui 5 Motivos para Ler a Trilogia A Seleção, de Kiera Cass, que o terceiro livro terminava de forma muito apressada e abrupta, deixando a curiosidade de saber como seria um mundo sem as castas e aquele gostinho de quero mais, muuuuuuuito mais! Eis que a linda da Kiera ouviu o meu, o seu, o nosso pedido e resolveu nos atender! Além de dois novos contos no universo de America, The Queen & The Favorite, Kiera anunciou em agosto do ano passado que escrevia não um, mas dois livros que continuariam a história d’A Seleção, porém, sob uma nova perspectiva.
E finalmente, depois de meses de espera, o livro foi lançado simultaneamente em maio nos EUA e aqui no Brasil, e pude finalmente ter em mãos minha oportunidade de rever America e Maxon (em edição especial e numerada em capa dura, e com uma arte liiiiiiiiiiiiiinda).
Quando eu assisti ao trailer do livro, esperava algo completamente diferente do que encontrei nas páginas de A Herdeira. No trailer uma jovem bonita parece nos mostrar que por mais que tenha receios por sofrer a pressão de ter que viver o conto de fada que os pais viveram, está empolgada com a seleção e em encontrar um amor, um marido, um príncipe. Esperando me reencontrar com America e Maxon dei de cara com uma adolescente mimada, egoísta, prepotente e com uma visão do mundo que beira alguns preconceitos. Essa simpática é Eadlyn, a futura rainha, filha do nosso tão querido casal e irmã gêmea de Ahren, que já começa o livro reclamando que por causa dos 7 minutos entre o nascimento dela e o de seu irmão, ela é quem tem que carregar o peso da coroa. Eadlyn é o tipo de garota para quem você torce o nariz no momento em que conhece. Mas eu fui insistente, tive paciência e fui aturando o jeito dela até entendê-la melhor e, mesmo demorando para que isso acontecesse e em proporções bem menores do que sua mãe, ela acabou me cativando.
O que acontece depois do “felizes para sempre”?
America ganhou a seleção, e o coração do Príncipe Maxon. Juntos, os dois acabaram com a divisão da sociedade em castas, o tão sonhado objetivo de todas as revoltas que assombravam e dividiam o país de Illea. E viveram felizes para sempre. Será?
A Herdeira, quarto livro da série, nos mostra que não. Mesmo com o passar dos anos e a dissolução das castas, as pessoas ainda sofrem as consequências da antiga divisão e muitas continuam infelizes, vivendo à sombra do que o nome de suas famílias significavam no passado. O povo ainda está revoltado e age com violência para demonstrar seu descontentamento. Maxon não é mais jovem e isso se torna evidente para todos a sua volta, mas em meio ao cansaço da vida de um soberano que se preocupa com seu povo, decide que precisa de um tempo para bolar um plano que acalme as massas. Para isso, a sociedade precisa de uma distração, e juntos, America e Maxon conseguem pensar na distração perfeita: uma nova seleção, dessa vez, para sua filha Eadlyn.
…Que, claro, não aceita nada bem a notícia. Eadlyn é extremamente segura de si e sabe que não precisa de nenhum homem para governar o país, mas mesmo contra sua vontade, entende os motivos dos pais e aceita ajudá-los (depois de muito mimimi) e promete pelo menos tentar se esforçar para que o pai consiga ganhar o tempo que precisa para pensar em algo que atenda aos desejos do povo de Illea, mas tem certeza de que não se apaixonará durante a seleção. Ela faz de tudo para se manter afastada dos 35 garotos sorteados, inicialmente sem nos deixar claro o motivo de tanta frieza. Mas, conforme o grupo vai diminuindo e possíveis pretendentes se revelando, descobrimos o real medo de Eadlyn: se apegar aos jovens que aos poucos vão quebrando a muralha de gelo que ela passou anos construindo ao seu redor. LET IT GOOO, fia! Bora se apaixonar que alguns desses garotos aí valem a pena! <3
(e olha só que bacana, para a divulgação do livro prepararam até alguns vídeos curtinhos com a apresentação de alguns dos garotos que vão para o castelo tentar amolecer o coração de Eadlyn!)
É interessante que agora estamos do outro lado do muro. Em A Seleção, A Elite e A Escolha estávamos jogando no time de America, que passou por poucas e boas sendo uma das garotas da seleção. Agora temos a chance de conhecer o que acontece do outro lado, do de quem seleciona. Foi uma boa maneira de Kiera Cass nos mostrar como a seleção era difícil também para Maxon, sem precisar refazer o livro sob a perspectiva dele (como muitas escritoras aí tem feito só pra ganhar uma boa grana né COFCOF50TONSCOFCFOF) e nos apresentando novos personagens encantadores, teimosos, divertidos e cheios de histórias para contar e sonhos pelos quais lutar. Oun.
Adorei ver como Eadlyn amadurece ao desenrolar da história, percebendo que não é a adorada princesa que passou a vida tendo certeza que era. Quando finalmente é exposta ao país pela seleção, ela descobre o verdadeiro ressentimento de uma população que não vê na futura rainha a empatia e apoio que precisam. Eadlyn vê na seleção uma oportunidade e uma necessidade de mudar sua imagem, e mais do que isso, a seleção e os garotos acabam transformando-a realmente em uma pessoa melhor. Foi gratificante acompanhar o amadurecimento e o “amolecimento” de Eadlyn ao decorrer da história, deixando sua casca dura de lado para reconhecer os problemas não só de seu povo, mas das pessoas de sua própria família, saindo de seu mundo perfeito para entender que problemas maiores existem na vida das pessoas que ama, problemas aos quais ela nunca tinha dado atenção antes.
Claro que muitos de nossos personagens favoritos estão presentes, e também os não tão favoritos assim (Aspeeen ¬¬), mas nenhum deles rouba a cena. Momentos da seleção de America e Maxon são citados, mas só como forma de ajudarem Eadlyn a perceber que a história de seus pais não foi o conto de fadas perfeito e imaculado que ela julgava inalcançável, e que ela ainda tem um longo caminho a percorrer antes de entender o amor que uniu seus pais há anos.
Se antes eu queria puxar o tapete de Eadlyn, acabei chegando nas últimas páginas do livro torcendo por ela, e pelo meu garoto preferido, hehehe (SPOILERZINHO: que claro, eu, tradutora que sou, torço pelo intérprete de um dos selecionados), abalada por achar que as páginas de agradecimento ainda eram páginas de história mas… Não eram. E olha que a Kiera Cass aumentou 1000x o suspense dessa vez. É praticamente impossível adivinhar quem Eadlyn vai escolher, isso se essa teimosa escolher mesmo alguém! Ela cria laços especiais com mais de um garoto, e até ela mesma percebe como a decisão será difícil e se fecha com os leitores e ela mesma, não se deixando aprofundar no pensamento sobre os selecionados, nos deixando numa baita expectativa… Que pelo jeito só vai ser saciada no próximo (e último) livro, ainda sem nome e data de lançamento. Agiliza aí Kiera!
Não era o que eu esperava, mas para minha surpresa é ainda melhor! Eadlyn, você foi difícil de engolir… Mas no final das contas desceu redondo! Pode ler sem medo que vale a pena. Prometo. Minha falta de empatia por Eadlyn e seus pensamentos vagos sobre os garotos que nos deixam muitas vezes no escuro e suas infinitas reclamações de como sua vida é difícil e injusta são os únicos motivos que fizeram a história perder pontos comigo. Eu sei que devemos ler infanto-juvenil apertando o interruptor infanto-juvenil, mas nem a jovem fangirl dentro de mim conseguiu se emocionar com alguns dos conflitos e motivos de reclamação de Eadlyn. Mas todos os pontos positivos que me fazem devorar os livros da Kiera Cass em horas estão lá, firmes e fortes!
(meu sistema de notas vai ser em Butters porque não gosto de estrelas. E gosto muito do Butters. <3)
E você achou que o post tinha acabado por aqui?! Peralá que pra quem ainda não sabe, tem notícia das boas! Depois de muito vai-não-vai, pilotos furados e desapontantes de série… Finalmente A Seleção vai virar filme \o/ os direitos foram comprados pela Warner Bros e o filme será produzido por Denise DiNovi, Alison Greenspan e Pouya Shahbazian, com roteiro de Katie Lovejoy. Se os caras que produziram Se Eu Ficar vão estar envolvidos nisso, não tenho dúvidas de que vou amar.
Ainda não há novidades sobre o elenco, mas que tal dar seu pitaco? No site If List você pode opinar em quem quer ver no lugar de Maxon (até o Harry Styles, do One Direction já foi indicado pelas fãs hahaha), America e todos os outros personagens! Claro que já fiz minha listinha. Corre lá pra fazer a sua também, ou votar nos atores que já foram sugeridos! 😉