O Universo 42 foi convidado para a pré-estreia do filme A Filha do Rei do Pântano e quando acabou a sessão, eu já imaginei que críticas polêmicas sobre o filme estariam por vir.
O livro já tinha feito muito sucesso, a Daisy Ridley está dando vida a protagonista, a trama está classificada como drama e suspense, para o meu gosto, era uma receita bem boa de sucesso!
Pois lá no cinema mesmo, durante a reprodução do filme, deu para notar o climão de insatisfação dos espectadores. O filme é lento, rola aquelas mentiras meio absurdas, sabe?! E, acredito que seja o pior ponto, ele é mal dirigido.
A história vai mudando a roupagem na dinâmica tantas vezes que fica um pouco confuso, você não sabe o porquê aquilo está acontecendo e como vai agregar na história. Quem dirige é Neil Burger, que também dirigiu todos os filmes da série Divergente, que eu sinto a mesma lentidão perdida nessa saga.
Além disso, as atrizes e atores ficam com a interpretação um pouco canastrona, meio que com um tom de novelão. Também tem uns momentos de jump scare que não assusta ninguém. Nem eu me assustei e normalmente caio em todos!
A trilha é bem qualquer coisa, a fotografia e as cenas com paisagem natural são bonitas, mas nada uau!
Tirando essas apontadas de defeitos dos parágrafos anteriores, posso dizer que se você se conectar com a Helena, a filha do Rei do Pântano, certamente irá se interessar pela história, ficará intrigado e até um pouco fascinado em como ela transformou a sua vida.
Daisy Ridley as Helena Pelletier in The Marsh King’s Daughter. Photo Credit: Philippe Bossé
A própria chamada oficial do filme dá um mega spoiler, mas Helena carrega muitas cicatrizes física e emocionalmente, e por mais que ela tente escondê-las ou apagá-las, a vida mostra que é impossível que isso aconteça de forma definitiva. Mas ela ganha uma nova chance de lidar com o seu passado.
O filme retrata muito sobre abuso e violência, mas não de forma visualmente escancarada, para isso é mais delicado, da mesma forma de como é retratada a conexão com a natureza, como isso é, e pode ser, poderoso e libertador.
Há constantemente um flerte entre bem e mal. O personagem Jacob, o Rei do Pântano, tem o papel de representar isso, e como existe tanta dualidade dentro da sua existência.
Daisy Ridley as Helena Pelletier in The Marsh King’s Daughter. Photo Credit: Philippe Bossé
Porque o monstro mais horripilante pode cometer atos muito legais, e nada invalida as duas coisas: ser horripilante e fazer coisas legais.
Mas, apesar de tudo isso, eu gostei bastante do filme e fiquei curiosa para ler o livro. Fiquei querendo saber, principalmente, como é o final do livro, porque no filme, foi o que mais me desagradou.
Vou um pouco contra a maioria das pessoas que estavam lá na sessão comigo, inclusive do meu acompanhante que detestou, mas gostei sim do filme, assistiria de novo, como provavelmente farei, mas não entrou na minha lista de favoritos. Diferente das cicatrizes da Helena, ele não deixa grandes marcas!
O filme “A Filha do Rei do Pântano” está em cartaz em todos os cinemas do Brasil.
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