Comprei o livro logo quando foi lançado, comecei a lê-lo assim que possível… Mas em certo ponto o fechei e fiquei cerca de um ano sem abri-lo novamente. Depois de “Se Eu Ficar” e “Para Onde Ela Foi”, minhas expectativas eram muito grandes, e o começo de “Apenas Um Dia” me decepcionou um pouco, tendo ares de um romance tão água com açúcar que me enjoou ao ponto de (quase) desistir. Mas fico extremamente satisfeita em admitir que eu estava enganada. Ao dar a segunda chance ao livro neste começo de ano, quando comecei a desempacar minha pilha de livros para ler, me surpreendi. Quando peguei novamente o livro, praticamente não consegui mais largá-lo até chegar ao final – que, diga-se de passagem, não é bem um final, mas uma ponte desesperadora para o segundo livro da série, Apenas Um Ano. QUERO. AGORA.
SINOPSE: A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida. Apenas um Dia fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro… Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.
Achei que esse tal dia juntos ia durar o livro todo, mas… Coisas acontecem. E tais coisas acabam resultando no inesperado, que cada vez se modifica mais, ampliando os rumos da história e dos personagens. Acompanhamos Allyson – barra Lulu – se perder para se encontrar, se perder novamente e lutar para se encontrar novamente, enquanto busca por outras coisas que perdeu ao longo do caminho. Torcemos por ela, nos entristecemos por ela e nos revoltamos por ela, cada vez que pessoas a sua volta que deveriam amá-la e encorajá-la insistem em trancafiá-la ainda mais no pequeno mundo que criaram para ela. É com orgulho que acompanhamos a Allyson entendendo que aquilo tudo é pouco, e que ela precisa de mais para ser feliz, para ser quem realmente é.
Pontos Positivos: Apenas Um Dia resgata a corrente do bem, de uma forma sutil e linda. Nos ensina – ou melhor, nos faz lembrar de que, no caminho para realizar nossos sonhos, é importante que ajudemos outros a realizarem os deles. A ligação dos personagens com Shakespeare é grande, e as lições que eles têm a nos ensinar são bem parecidas com a do famoso escritor: cuidado com os mal entendidos e, principalmente, nem sempre as pessoas não são quem parecem ser. E gosto muito de Allyson, seja como ela mesma ou como Lulu. Ela é decidida e forte, capaz de se transformar e se impor para ir atrás do que quer.
Pontos Negativos: O exagero nos acasos e gentilezas é um grande ponto negativo, tornando partes da história quase surreais, boas demais para serem verdade. Tá certo que o acaso e o destino nos dão uma mãozinha aqui e ali, mas certas partes do livro parecem exigir uma sintonia inalcançável com o universo para que este esteja ao nosso favor, e nos faz lamentar o fato de que o mundo perfeito no qual Allyson vive, principalmente como turista, não existe.
Trechos Marcantes: “- Já pensou o que teria acontecido se eles [Romeu e Jutieta] não tivessem sido tão impacientes? E se Romeu tivesse parado por um segundo e chamado um médico, ou esperado Julieta acordar? Se ele não tivesse tirado conclusões apressadas e se envenenado achando que ela estivesse morta, quando ela estava apenas dormindo? (…) Já vi aquele filme tantas vezes, e, a cada maldita vez, é como gritar para a garota num filme de terror. ‘Pare. Não vá para o porão. O assassino está lá!’. Com Romeu e Julieta eu grito “Não tirem conclusões apressadas”. Mas esses tolos alguma vez nos ouvem?”
“- Sou alemão de nascimento, mas serei holandês quando morrer.”
Nota: 4,0/5,0
A nova capa de Apenas Um Dia e sua contiuação, Apenas Um Ano.
(Se eu fiquei fula da vida com a capa nova ser mil vezes mais bonita? Imagina!)
Apenas Um Dia mereceu mais do que apenas um chance e, realmente, me mostrou que nem sempre as coisas são como parecem ser. O que me parecia um livro que iria para a lista de livros para serem trocados, se tornou um comichão por mais. Vou logo aproveitar os preços baixos e comprar a continuação e, se você ainda não comprou Apenas Um Dia, mas se interessou, aconselho que não perca a chance! 😉 Da forma mais despretensiosa e leve possível, é um Shakespeare dos tempos modernos!