Nerd no Egito | Parte 3 – Museu do Cairo

Olá mais uma vez! Sou eu, Naves, direto do calor absurdamente infernal do Egito! Fazendo ovo com farofa na areia de Saqqara! Vocês não imaginam! Brincadeiras a parte, vamos para mais um capítulo da novela Nerd no Egito – Um guia que não vê a hora de vencer a o mundo 2 para ir ao mundo da água (qualquer relação com Super Mario 2, é uma ótima coincidência, mas ficaria contente se o Sol não tentar espetar minhas nádegas).

Vamos lá!  (E se é a primeira vez que me vê falando do Egito, não se assuste! Volte para a primeira parte ou para segunda parte!)

Museu do Cairo

O trânsito local realmente é meio confuso em alguns momentos, foi bastante válido ter a companhia dos meus amigos para distrair-me no caminho, como também para discutir sobre novas informações e o que cada um poderia agregar para nossas pesquisas. Já estamos no terceiro dia de viagem, com bastante pique e sede de conhecimento.

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O Museu Egípcio foi criado pelo governo do país em 1835 e, atualmente, exibe a maior coleção de antiguidades faraônicas do mundo, com mais de 120 mil peças. Entre as mais importante
s estão artefatos das tumbas dos faraós e de membros da família real, como Tuthmosis IV, Amenhotep III e Horemheb. Só na tumba de Tutankamon foram encontradas 3.500 peças, sendo que 1.700 delas são exibidas permanentemente no museu. O prédio que sedia a instituição localiza-se no Cairo, tem dois pisos principais e foi construído em 1900, no estilo neoclássico, pelo arquiteto francês Marcel Dourgnon.

 

No térreo os visitantes encontram uma extensa coleção de papiros e moedas usadas no mundo antigo. Os papiros são geralmente fragmentos, devido ao desgaste que o material, delicado, sofre com o tempo. Já as moedas foram forjadas em materiais como ouro, prata e bronze, com inscrições em grego, latim, arábico, e hieróglifos. Esse material foi utilizado por pesquisadores para recriar rotas de comércio no Egito Antigo, buscando entender melhor a relação do Império com outros povos.

 

No piso térreo, também são exibidos os artefatos do Novo Reinado, período entre 1550 e 1070 antes de Cristo. Os objetos dessa época, tal como estátuas, mesas e sarcófagos, são geralmente maiores do que os criados em séculos anteriores.

 

No piso superior estão os objetos encontrados no lendário Vale dos Reis, pertencentes às duas últimas dinastias do Egito Antigo. Lá estão as joias e tesouros do faraó Amenophis 2º e da mais famosa rainha egípcia, Hatshepsut.

 

Os grandes museus do mundo têm espaço em sua coleção para a arte egípcia, mas, além disso, existem outros dois museus exclusivos para ela fora do seu país de origem. Um deles é o Museo Egizio, localizado em Turim, na Itália, e o outro é o Ägyptisches Museum und Papyrussammlung, também conhecido como o Museu Egípcio de Berlim, na Alemanha.

 

O governo estabeleceu o “Serviço das Antiguidades do Egito” em 1835, para administrar os sítios arqueológicos e realizar exibições dos artefatos coletados nas escavações.

 

Nos primeiros anos, o Jardim de Azbakian era utilizado como depósito. A coleção foi transferida várias vezes e, finalmente, foi guardada em um anexo do palácio de Gizé, onde permaneceu até a construção do prédio definitivo do museu, na cidade do Cairo, em 1900.

 

O grande destaque do acervo do Museu Egípcio é o tesouro de Tutankamon. O rei-menino, como ficou conhecido, assumiu o trono em um contexto de divergência política e religiosa e, com a sua ascensão ao poder, o país gradualmente reconquistou suas crenças e valores. O jovem rei governaria o Egito por nove anos, mesmo que, na verdade, não fosse ele o governante.

 

O tesouro de Tutankamon é um bom exemplo da arte egípcia em sua minúcia e função. Composto por 3.500 peças, ele tinha como objetivo ajudar o faraó na sua passagem para a outra vida, pois os egípcios acreditavam que a morte era o começo de uma nova forma de existência.

 

Eles formularam ideias sobre a alma e a imortalidade. Na cultura egípcia, existia o “Ba”, que pode ser entendido como a alma, e o “Ka”, que é a essência da vida. Juntos com o corpo, eles formam o ser humano. A preservação desses três elementos levaria à imortalidade, que eles almejavam imensamente. A arte era mais um instrumento para atingir esse objetivo, prova disso é que a palavra para “escultor”, em egípcio antigo, significa “aquele que mantém vivo”.

 

Belíssimas joias são expostas no Museu Egípcio. Exímios artesãos, eles tinham uma preocupação extrema com a harmonia do design e com as cores empregadas nas peças.

 

Um exemplo dos belos trabalhos de ourivesaria egípcios é o colar de Neferuptah, formado por uma rede tubular de contas de feldspato e coral. As fileiras são alternadas por finas camadas de ouro e peças em formato de gota arrematam a parte inferior do colar. De cada lado, uma cabeça de falcão dourada. Esse tipo de colar era o favorito para ornamentar deuses, reis e pessoas importantes, devido à sua capacidade de proteger quem o utilizasse. O exemplar exposto no Museu acompanhava a princesa Neferuptah em seu sarcófago.

 

As obras do Museu Egípcio impressionam não apenas pelas características mais conhecidas dessa arte, mas também por serem incomuns e inusitadas. É o caso da pintura do anão Seneb com sua família. Apesar de ter sido claramente executada segundo os critérios estabelecidos pela tradição egípcia, que estabelece que os homens tenham a pele mais escura que a das mulheres, que as crianças tenham o cabelo pendendo de apenas um lado da cabeça e com um dedo apontando para a própria boca, é interessante ver a solução que o artista encontrou para manter a harmonia da composição. Já que Seneb é muito baixo e o marido deve ser representado ao lado de sua mulher, e não inferior a ela, dois dos filhos de Seneb foram colocados no lugar de suas pernas.

 

A escultura em faiança de um hipopótamo azul também chama a atenção pela atualidade de seu design. No Egito, o animal era temido por seu tamanho e sua voracidade, mas também era símbolo de fertilidade e era venerado através da deusa Taweret. A representação do hipopótamo em azul, com flores de lótus e símbolos de renascimento, remete à arte abstrata, e poderia fazer parte de um quadro do espanhol Salvador Dalí sem destoar do universo surrealista do pintor.

(Fonte:  Urandir Fernandes de Oliveira – Projeto Portal)

 

Após a visita, ainda com grande sede de conhecimento, voltamos ao ônibus e nos preparamos para a próxima etapa. Uma das partes principais da viagem, foco de nossas pesquisas e de nosso desenvolvimento como super seres humanos, Complexo de Saqqara!

O interessante de buscarmos conhecimento e esbarramos com nossos limites de credo e força física, passamos a nos sentir revigorados, em uma nova fase de nossas vivências, tendo em mente o grande mundo que está  aos nossos olhos e este nos espera, de braços abertos como nos pedindo para entrar novamente em fluxo constante de entendimento e realidade em uma frequência altamente positiva.

Seguimos constantemente na espera de entendermos mais sobre nós mesmos, com o desejo intenso de passar isso adiante e garantir que tudo seja da melhor forma. O Egito para mim significou isso, uma reconexão. E muito mais! I’ll be back!

Nerd: Felipe Naves

Não há só faltas que me julguem incompleto, ou objetivos que me façam ser persistente. Só desejei a liberdade em questão, em troca de um copo de conhecimento. Fã de jogos clássicos, animes antigos e pesquisador de Ciências Paralelas. Procuro sempre trazer as vantagens de fazer o que se faz.

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