Ahh, os musicais… Muitas canções, muita dança, muito sangue… Epa. Como assim, Evelyn? Você está falando de Rocky Horror Show? Não, nada tão excêntrico assim! Apresento a vocês Stage Fright, primeiro longa-metragem de Jerome Sable.
Stage Fright é um ~musical/sátira~ que conta a história de uma jovem talentosa (e nada inocente, pra quebrar o clichê, olha que beleza) que quer seguir os passos da mãe como cantora e atriz, mas está presa à cozinha do acampamento artístico onde trabalha com seu irmão. Quando o acampamento decide reencenar a peça que deu um trágico recomeço a vida dos dois irmãos, Camilla Swanson percebe que tem a chance de finalmente estar sob os holofotes e se tornar a diva que sua mãe a inspirou desde pequena a ser. Mas quando um serial killer que odeia musicais espreita o acampamento e a produção do espetáculo, todos começam a se questionar se o musical estrelado pela mãe de Camilla (The Haunting of the Opera… Hmmm… Onde já ouvi algo parecido antes?!) anos atrás é realmente amaldiçoado.
O filme tem aquela pegada de filme de terror antigo, com direito a momentos sanguinolentos de dar nojinho, eww. E não se assuste por ser um musical: as músicas não tornam o filme cansativo, pelo contrário, na maior parte das vezes são elas que funcionam como o alívio cômico. A música cantada pelas crianças e pelos adolescentes quando chegam ao acampamento é fantástica – as letras das músicas são muito bem elaboradas, com ótimas sacadas e piadas com musicais do tipo e com as situações que acontecem ao redor dos personagens, sempre tratando os acontecimentos – sejam dramáticos, românticos ou aterrorizantes – de forma sarcástica.
Mas Stage Fright não é apenas uma comédia nonsense cheia de sangue: a história é bem bolada e sedutora, me deixou cismada do começo ao fim e rendeu boas surpresas e pulos da cadeira. Os atores mandam muito bem tanto nas performances quanto nas interpretações, principalmente a Allie MacDonald, que faz o papel de Camilla. Que mulher L I N D A. As crianças do acampamento são um espetáculo à parte, simplesmente geniais.
Única reclamação? O tal do/a vilão/vilã. Quando finalmente ~o bicho~ sai das sombras e aparece, senti uma vergonha alheia que ultrapassou um tiquinho os limites da comédia. Mas é algo que dá pra relevar e continuar se divertindo naquela mixtura gostosa de Glee com Cisne Negro. Como uma mistura dessas pode dar certo?! Assista Stage Fright pra saber. E não se arrependerá. Palavra de escoteira!
(E se você não gostar… Bom, nunca fui escoteira! Tum-dum-tssss)
O filme saiu nos cinemas na gringa em maio do ano passado, e até agora, infelizmente, não encontrei nenhuma informação do lançamento aqui no Brasil 🙁