Então podia ter escrito este post antes né?
Mas aí provavelmente o título seria outro. O fato é que a BGS 2014 foi um arraso e eu fui como imprensa e não fui expulsa de lá! Rá!
Ela começou meio “miada” e com um medo enorme que fosse um fracasso. O problema inicial foram as ausências de grandes fabricantes e empresas como a Riot Games (League of Legends) e a Nintendo (que reza a lenda tá indo pro brejo). Dois meses antes a piada pronta era que a lista de restaurantes da praça de alimentação era duas vezes o número de expositores.
É, realmente, o número de stands era menor que no ano anterior e fato: a praça de alimentação tinha opções de restaurantes e número de mesas de fazer inveja a qualquer shopping center paulista na semana do Natal. O ponto é que contrariando as previsões o evento foi um sucesso! Com um público final de 252 mil pessoas, os corredores largos, fruto do baixo número de expositores, virou um diferencial e a praça de alimentação manteve todo mundo alimentado e hidratado em dias de 30 graus na sombra.
A verdade é que o brasileiro adora um gamezinho. E para a BGS, enquanto tiver empresas como Microsoft e Sony ou Ubisoft, EA e tantas outros mais, vai continuar atraindo o grande público. Ficar uma hora numa fila para jogar uma versão beta, tirar uma foto com o cosplay do seu personagem preferido, conhecer de perto o youtuber que fala de todas fases e truques do seu jogo predileto, tudo isso já vale a ida ao evento.
Mas como sempre, sucesso de público neste caso não significa necessariamente sucesso de crítica. Alguns pontos entre tantos outros que ficaram evidentes:
LOL versus Dota2
Nesta BGS uma das partidas mais importantes do ano em MOBAs (Multiplayer Online Battle Arena) foi jogada na surdina. Dividindo legiões de seguidores, League of Legends e Dota2 tiraram um braço de ferro imaginário. Fora do evento por questões estratégicas a Riot Games, representante do League of Legends não estava lá para impressionar os visitantes como fez o ano passado em um show com telões monstruosos. No seu lugar foi organizado um campeonato de DOTA2, a BGC Brasil Game Cup com um trofeu bacanudo, times internacionais, prêmios polpudos e uma área generosa para o público ( literalmente buscando tapar o buraco de Lol).
O embate veio de maneira inesperada, como LOL está em evidência devido a recentes eventos e a poucos dias da final do campeonato mundial, os expositores de fabricantes de componentes e acessórios, como Hyper X, Razer, BenQ, os principais patrocinadores dos times locais, como forma de promoção na feira, trouxeram os pro-gamers para sessões de fotos e partidas de exibição em seus stands. O que causou, literalmente um rebuliço e ajudou o sucesso do evento. Com filas imensas para fotos e autógrafos, times escoltados por seguranças dentro da feira e jogadores elevados a celebridades.
Já o campeonato de Dota2 (lembra dele?) acabou perdendo força e o espaço tão festejado para os corredores largos, na platéia de mais de 7 mil metros quadradosa deu a impressão de vazio e largado, com pouco apelo junto ao público. Dota2 é um jogo que já tem um público grande, mas ele está crescendo no cenário competitivo, mas ainda não tem a presença do desenvolvedor no mercado nacional e com isso agora que tem surgido times profissionais e campeonatos locais com premiações atraentes. Nem com o brilhante Luciano Amaral da Play TV, tentando animar a platéia o campeonato decolou, havia visivelmente problemas técnicos, atraso nos horários dos jogos e times escondidos no placo.
GG para LOL na BGS!
Microsoft versus Playstation
A coisa mais divertida numa BGS é que ela permite comparar ao vivo e a cores várias coisas do mundinho gamer. Comparar versões novas com anteriores: o novo Call Of Duty é melhor que o anterior? Games novos com antigos: The Witcher é melhor que Mortal Kombat X? Jogos exclusivos para consoles rivais como Sunset Overdrive e Bloodbourne. E óbvio, o eterno mimimi entre Xbox (Microsoft) e Playstation (Sony).
Como “leiga profissional” e falando de evento, eu comparo o óbvio que eram os stands de Xbox em seu império verde (sempre rola uma expectativa que um Hulk vai sair correndo daquele monte de verde pra combinar!) com um stand fechado e cheio de consoles e atrações. O melhor mesmo era a distribuição do energético do jogo Sunset Overdrive. Geladinho ele matou a pau! Infelizmente o stand fechado não dava a dimensão de quantas pessoas estavam nas filas para jogar lá dentro, reclamação de quem estava esperando e nas laterais dos paredões, as pessoas se amontoavam pelo chão em áreas improvisadas de descanso o que dava uma impressão de camping improvisado.
Já a Playstation tinha um stand totalmente aberto e telões monstruosos que hipnotizavam até mesmo quem estava do outro lado da feira. O som também era poderoso, com filas mais bem organizadas e um empenho especial em ter promotores que conheciam a fundo os games. Seguranças faziam uma marcação cerrada na molecada para ver a autorização legal exigida este ano para os games recomendados para maiores. Outra coisa bacana era o sistema de todo mundo ganha, com o mesmo sistema de “jogou ganhou” e cartela de carimbos do ano anterior, quanto mais marcas no cartão, mais posteres, bottons, camisetas e mês grátis na PSplus. Já vi até cosplay esta semana sorteando as Keys da feira em suas páginas de FB. Só tem esperto neste mundinho!
Polêmica da BGS
Mas e este papo de ser expulsa?! Explico. Como o maior meio de comunicação para o evento é a internet, haviam muitos produtores de conteúdo (blogs, youtubers, vlogs e entendidos), todos devidamente credenciados como imprensa. A organização disponibilizou uma sala, agua, café, wireless… enfim toda infra estrutura de apoio para informação em tempo real que é o diferencial da tal internet.
Mas ao mesmo tempo que a internet tem montes de pseudo “jornalistas” o comportamento do público no geral mudou. Numa era de selfies e social media, ele conhece youtubers e gamers não tão famosos, e sendo assim, a tal sala web, virou alvo de multidões de fãs que se acotovelavam na porta para ver os caras. Infelizmente isso, mais o fato que com tanta gente credenciada lá dentro, a tal sala virou uma muvuca, e os pseudo que citei começaram a exigir toalhar de algodão e água Evian, criticando a organização.
Circo armado, a solução foi expulsar quem estava causando e sacrificar quem estava trabalhando, fechando a sala web e deixando cada um por si.
O fato é que a organização agiu corretamente, o público agiu maniacamente e os youtubers/bloggers agiram amadoristicamente o que causou uma série de pequenas confusões, que não necessariamente tiraram o brilho e sucesso da BGS, afinal quem falou que o mundo de blogueiro é só mordomia?
Como sempre deixo claro, eu não sou uma gamer de carteirinha, não fiquei jogando loucamente os games novos, pois conheço nada, mas garanto que vi muita gente bacana, falei com expositores, conheci pessoas que fazem o mundo gamer mais humano. Parabéns aos organizadores… por insistirem neste evento e continuar fazendo ele acontecer.
Momentos BGS
Pais e Mães: sofreram, os ingressos eram caros, as filas enormes, sem autorização os menores não podiam jogar o que inviabilizava deixar os moleques na fila e sentar num cantinho, mas viraram heróis para muitos filhos, por levar eles lá.
Pro-Gamers: comprovaram que são reis num cenário carente de ídolos.
Youtubers: Com uma grande diversidade, provarão que são essenciais neste segmento. Meu carinho especial vai para o Tixinha, Toboco e Guilherme Gamer. os dois primeiros ficaram um tempinho comigo em plena praça de alimentação, e deixaram claro o carinho e cuidado com cada fã, eles pararam diversas vezes para fotos, sempre sorridentes e educados. O recado dos dois foi um só: amamos o que fazemos e respeitamos nosso publico. Gostei. Já o Guilherme Gamer, que vi no stand da Play TV, enfrentava uma maratona de fãs que pediam autógrafos, fotos, beijos, abraços… e tenho quase certeza que alguém pegou na bunda dele! Fofo e sorridente.
Celulares: comprovadamente, o celular 4G que funcionou perfeitamente no dia de imprensa e no primeiro dia de feira (quinta) não serviu pra nada a partir do terceiro dia de evento. O acesso para internet até ia, mas ligar e completar uma ligação era uma proeza.
Fotos: Branca Galdino