Battle Royale

Antes de tudo, gostaria de avisar logo de começo que, eu citei BR no meu texto sobre Literatura Infato-Juvenil e lá, adverti que a obra aqui tratada é + 18.

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BR é provavelmente a melhor obra de mangá da qual tive contato durante toda a minha vida e também, a mais triste, pois tudo é tratado de um modo tão realístico, que é palpável e aos poucos, parece ser tão próximo da nossa realidade.

Tudo tem início em um Japão fascista, aonde tudo que é proveniente do Ocidente é terminantemente proibido. Acompanhamos Shuuya Nanahara, estudante apaixonado pelo Rock ‘n’ Roll, sonhador, que por ‘’sorte’’ (explicar as aspas seria spoiler), acaba sendo escolhido pra participar do ‘’Programa’’.

O que é o Programa? Um sistema criado pelo governo com intuito de oferecer um pão e circo pro povo e, ao mesmo tempo, oprimir qualquer tipo de ação revoltosa por parte dos adolescentes, consistindo nas seguintes regras:

  Cada estudante receberá uma mochila contendo um mapa, água, comida e uma arma, seja ela uma metralhadora ou uma frigideira.

– Cada estudante usa um colar com localizador e um detonador.

– A ilha toda é dividida em quadrantes e esses viram zonas de perigo a cada 6 horas.

– O jogo todo dura três dias.

– Se dentro de 24 horas ninguém morrer os colares explodem e ninguém ganha.

– Só pode haver um vencedor.

Dentro desse contexto, a matança começa. Porém… O único problema é que, não só Nanahara foi escolhido pro jogo, mas sua sala de aula inteira! Sim, ele será obrigado a matar pessoas da qual, conviveu uma boa parte da sua vida, como seu colega de orfanato Yoshitoki Kuninobo, seus melhores amigos e etc.

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Claro que qualquer um dos pais ou responsáveis que se pronuncia contra o jogo, é eliminado.

Porém, não vivemos somente de personagens como Shuuya. Somos igualmente apresentados ao ‘’professor’’ Yonemi Kamon (oh serzinho desprezível), Mitsuko Souko e a Kazuo Kiriyama.

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Tudo dentro do contexto é pura exploração de questões morais, sobrevivência, desespero, sexualidade e lei do mais forte. Nenhum personagem fica sem um background decente, do principal aos antagonistas,  logo será mais fácil odiá-los do começo ao fim, principalmente Kazuo, que abraça as condições do jogo e acaba virando o maior assassino dentro do mesmo, manipulando até membros da sua própria gangue, conseguindo rapidamente uma metralhadora logo de começo de um dos mesmos.

E ao mesmo tempo em que não é difícil odiar, não é difícil amar pelo menos dois ou três estudantes, apesar de suas dualidades, afinal todos tem seus planos assim como Nanahara quer derrubar o programa, há o Shinji Mimura que é fundamental dentro do jogo, querendo virar ele de forma mais inteligente e tornar a caça, o caçador. (e na minha humilde opinião, o melhor personagem dentro do enredo)

Passando pro visual, se você é acostumado a mídias onde a violência é encoberta, esqueça! BR vai te mostrar toda a sanguinolência na sua cara, matando seja quem for, seja a parte de sexo que for, nada é poupado e tudo é detalhado nos mínimos detalhes sórdidos, então a arte é de chocar pessoas mais impressionáveis.

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Devido ao calibre político muito forte medidas foram tomadas pra que a obra saísse de circulação, porém já era tarde demais. Até um filme já havia sido lançado (bem mais ou menos, mas vale assistir).

Aqui no Brasil foram lançados 12 das 15 edições, porém o Casimiro (aqui do N&N) conseguiu pegar as edições completinhas numa loja de quadrinhos, então é só correr e comprar.

E BR deu origem a uma sequência Battle Royale II: Blitz Royale, onde a finalidade é encontrar o líder do Anti-BR Wild Seven e matá-lo. Novas regras foram impostas, como andar em dupla e é proibido ficar mais de 50m longe do mesmo, agora tudo é justificado por serem medidas de justiça contra a ‘’ação terrorista’’ do grupo. (Não li, mas posso fazer um update depois falando do que achei. E tem filme do mesmo, já incluo depois).

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BR é um mangá recomendado para pessoas com pouca capacidade de impressionismo, alto cunho político, social e moral e principalmente pra quem não muda de canal na hora do noticiário.

(E se é melhor que Jogos Vorazes ou Divergente? MAS É CLARO!)

Nerd: André Arrais

Pseudo-Cult, apreciador de café, ama quadrinhos como ninguém, rato de biblioteca, gamer casual, não sabendo tirar selfie desde sempre e andando na contra mão dos gosto populares. Finge é cheio de testosterona, mas vive rodeado de gatos. Esse é o meu design.

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