Premonição 6: Laços de Sangue deixa tudo em família | CRÍTICA

Chega aos cinemas na próxima quinta, dia 15 de maio, Premonição 6: Laços de Sangue. Que, com certeza, tem como um de seus objetivos atualizar a extensa lista de traumas causados em seus fãs. Com direção de Zach Lipovsky e Adam B. Stein, o novo filme chega após uma longa espera de 14 anos. Mas a pergunta é: ainda tem espaço para a Morte depois de tanto tempo?

Premonição 6: Laços de Sangue mostra que premonições sobrevivem por gerações

Dessa vez, a história gira em torno de Stefanie (Kaitlyn Santa Juana), uma universitária que começa a ser assolada por um pesadelo recorrente. Nele, ela presencia um terrível desastre que resulta em várias pessoas mortas de formas brutais. Com a sensação de que “isso não é só um pesadelo”, ela decide voltar para sua cidade natal, onde talvez encontre as respostas de que precisa com a única pessoa que reconhece do seu sonho: sua avó Iris (Gabrielle Rose/Brec Bassinger).

Iris é uma mulher que carrega no olhar o peso de quem já viu a morte de perto e, de alguma forma, conseguiu enganá-la. Nos anos 60, ela teve uma visão premonitória que salvou dezenas de pessoas. Agora, a neta terá que juntar as peças do quebra-cabeça para evitar que, após tanto tempo, a Morte finalmente venha acertar as contas.

A Morte não tem pressa… muito menos limites

Se tem uma coisa que Premonição me ensinou, foi que a Morte não tem pressa nenhuma. Além disso, ela também é vingativa e planeja suas retaliações das formas mais criativas e tenebrosas possíveis. Eis aqui, então, um dos maiores desafios da franquia: criar acidentes mais estapafúrdios a cada continuação. O que gera uma competição consigo mesmo quando o assunto é superar a brutalidade anterior.

E esse desafio de superar as mortes dos filmes passados nos brindou com uma série de sequências aflitivas, daquelas de ficar na ponta da cadeira, tirar o fôlego ou rir de nervoso. Todas as alternativas são válidas. Das mais impressionantes, certamente preciso citar a da máquina de ressonância magnética e a do caco de vidro, que, inclusive, já foi parcialmente mostrada nos trailers. De fato, quem assistir Premonição 6: Laços de Sangue provavelmente passará a pensar duas vezes antes de fazer um simples exame, colocar um piercing ou beber um copo de suco com gelo.

Despedida honesta

Essa necessidade de sempre elevar o patamar dos acidentes acabou distanciando a franquia da ideia original de “coincidências fatais”. Com o avançar dos filmes e o estabelecimento da mitologia daquele universo, a Morte ganhou cada vez mais contornos de entidade ciente, que executa seus planos com requintes de crueldade. Com isso, tudo foi se conectando e preenchendo lacunas.

Premonição 6: Laços de Sangue chega, portanto, com a missão de amarrar todas as histórias em uma despedida honesta. Claro, sempre ficam umas brechas aqui e ali. Felizmente, nada tão à superfície que custe a experiência de quem assiste. E, apesar do tom de despedida, tenho minhas dúvidas do quanto estão dispostos a deixar essa franquia morrer. Afinal, Jogos Mortais, Halloween e Sexta-feira 13 estão aí para contar história. Quando você menos espera, eles ressurgem.

Premonição 6 entrega carnificina criativa

Talvez a melhor aliada de Premonição 6: Laços de Sangue tenha sido a baixa expectativa. Após quatro sequências, o mais comum é esperar por uma redução da qualidade. Somado a isso temos uma distância de mais de uma década separando o novo filme do anterior. O problema piora substancialmente quando lembramos que na direção estão os responsáveis pelo live action de Kim Possible. Mas, para a minha grata surpresa, Zach Lipovsky e Adam B. Stein se mostraram excelentes em construir tensão e nos guiar em conclusões equivocadas.

E como, quando tomamos a decisão duvidosa de pôr a nossa sanidade em jogo ao aceitar passar quase duas horas vendo como a Morte pode ser ardilosa, não esperamos uma história profunda, cheia de camadas ou discussões. Não, queremos apenas saber qual será a próxima artimanha da dona Morte e o quanto ela será criativa dessa vez. E é exatamente isso o que Premonição 6: Laços de Sangue entrega.

O maior desastre da franquia

A cena da premonição em si é um pouco diferente em relação aos outros filmes (e, infelizmente, a diferença você só vai descobrir quando assistir ao filme). O longa não tem pressa ao construir o maior desastre da franquia. O roteiro e a direção tomam o tempo necessário para que o espectador crie teorias sobre os elementos focados na tela, desfrute de pura agonia só de pensar no dano que tal objeto poderia causar.

Por esse motivo, o acidente no rooftop se tornou um dos meus favoritos da franquia. Talvez ficando atrás apenas do famigerado acidente que traumatizou toda uma geração: a das toras de madeira.

Premonição 6: Laços de Sangue se despede de Tony Todd

Um dos principais fatores para filmes de terror funcionarem é fazer com que o público se importe com os personagens. E nesse quesito Premonição 6: Laços de Sangue acerta na maior parte do tempo. Seja com o desespero da Stefanie para ser ouvida, ou com a preocupação legítima entre irmãos. Porém, por mais carismáticos que sejam, o maior interesse mesmo está em quão absurda será sua morte.

Premonição 6: Laços de Sangue também marca a despedida do ator Tony Todd, que faleceu em novembro de 2024. Antes, deixou registrada, no longa, sua participação como o personagem enigmático que está presente em todos os filmes da saga, William Bludworth.

Lista de traumas atualizada

No fim das contas, Premonição 6: Laços de Sangue entrega exatamente o que promete. Talvez até um pouco mais. É um retorno que respeita a essência da franquia, brinca com nossas expectativas e ainda nos faz olhar desconfiados para qualquer objeto cotidiano. Foi como reencontrar uma velha conhecida que continua sádica, criativa e irremediavelmente cruel. Se é mesmo o fim da linha? Difícil dizer. Afinal, cada Premonição tem o poder de gerar traumas capazes de fazer o espectador mais cético ter medo da própria sombra. E, vamos combinar, cada geração precisa de um “caminhão de toras de madeira” para chamar de seu.

Premonição 6: Laços de Sangue estreia nesta quinta, somente nos cinemas.

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Nerd: Tamyris Farias

Designer e produtora de conteúdo apaixonada por cinema e cultura pop. Amante de terror e ficção científica, seja em jogos, séries ou filmes. Mas também não recuso um dorama bem meloso.

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