Karatê Kid: Lendas tropeça na fórmula repetida | CRÍTICA

Depois de quase 15 anos do reboot estrelado por Jaden Smith e Jackie Chan, a franquia Karatê Kid retorna aos cinemas com Karatê Kid: Lendas. A proposta é ambiciosa: reunir Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Sr. Han (Jackie Chan), mestres icônicos de duas eras diferentes. A promessa de conectar o universo clássico com o moderno é potente — mas será que entrega?

Na trama, conhecemos Li Fong (Ben Wang), um jovem talentoso no kung fu que se muda com a mãe (Ming-Na Wen) para Nova York em busca de um novo começo. Tentando evitar confusão, ele acaba sendo atraído para o mundo das lutas e decide competir em um torneio de artes marciais. Para isso, contará com a ajuda de dois mestres com filosofias distintas: Daniel LaRusso, defensor do equilíbrio e da tradição do karatê, e Sr. Han, pragmático e silencioso, com seu kung fu metódico.

Karatê Kid: Lendas traz nostalgia que não sustenta a estrutura

A maior aposta do filme está no fator nostalgia. Ralph Macchio e Jackie Chan dividindo cena é, sim, um momento marcante para qualquer fã da saga. Mas a química entre eles nunca passa da superfície. A sensação é de que os dois estão ali como aceno para o público, e não como personagens fundamentais da trama.

Se esperava uma passagem de bastão emocional ou uma reflexão sobre legado, o roteiro não entrega. A participação dos mestres icônicos é protocolar e pouco impactante.

Ben Wang segura o filme, mas não salva o roteiro

Ben Wang é o grande destaque como Li Fong. Ele tem carisma, entrega física e uma energia que lembra os melhores heróis adolescentes do gênero. Mas mesmo com seu esforço, o roteiro acaba engessando o personagem no velho clichê do “underdog” das artes marciais: rival violento (Aramis Knight), bullying escolar, romance previsível com a ex do rival (Sadie Stanley), e claro — o clímax no torneio.

É a mesma estrutura desde 1984, reciclada até a exaustão. Há tentativas de renovar visualmente com uma direção mais ágil, mas as subtramas paralelas e diálogos expositivos atrapalham mais do que ajudam.

A relação entre mãe e filho, por exemplo, poderia ser um fio condutor emocional forte, mas acaba ofuscada por uma subtrama sem peso envolvendo boxe — totalmente descartável.

Conclusão: alma clássica, execução genérica

Karatê Kid: Lendas carrega um título pesado, mas não entrega o impacto que se espera de uma proposta que junta dois mestres tão simbólicos. O retorno de Macchio e Chan é tímido e sem consequência real na trama. Falta ousadia. Falta conflito dramático de verdade.

Ainda assim, quem cresceu com a franquia pode encontrar algum charme nesse revival morno. É um filme que não tem grandes ambições e talvez esse seja seu maior mérito: ser um arroz com feijão do cinema de luta, que funciona para um público já conquistado, mas não vai além.

Posts Relacionados:

Thunderbolts é arroz com feijão bem feito | CRÍTICA

O Contador 2 aposta em carisma, leveza e ação para seguir um novo rumo | CRÍTICA

Looney Tunes – O Filme: O Dia Que a Terra Explodiu é diversão 2D com alma de guerrilha | CRÍTICA

Não esquece de seguir o Universo 42 nas redes sociais:

Instagram YouTube Facebook

Nerd: Marina Bueno

Share This Post On