A comédia O Homem dos Sonhos é um longa de 2023, mas que chega aos cinemas brasileiros no início de abril de 2024, é dirigido, escrito por Kristoffer Borgli (mais famoso pelos curtas metragens), é produzido pela A24, também pelo cineasta Ari Aster (de Hereditário e Midsommar) e distribuído pela Califórnia Filmes.
Na trama, Paul Matthews (Nicolas Cage) é um professor com uma vida aparentemente comum: tem uma esposa, duas filhas e passa despercebido pela maioria, até que ele começa a aparecer nos sonhos de todo mundo, se tornando uma celebridade da noite para o dia, porém, ele começa a aparecer nos pesadelos das pessoas e de forma violenta, tornando uma pessoa temida e sendo cancelada gradativamente por todos.
Após o sucesso no Festival de Toronto, o filme está gerando muita expectativa, está sendo elogiado pela crítica e pelo público que já o conferiu. E em um mundo de diversas franquias, reboots e em obras pautadas pela nostalgia, é interessante ver que os projetos originais ainda têm espaço na telona.
O início é muito promissor e, de fato, é uma excelente ideia: enquanto o foco do roteiro está no humor, funciona e muito, sobretudo partindo da premissa de que, o que poderia acontecer se você começasse a sonhar com o Nicolas Cage? E se a mesma pessoa aparecesse no sonho de todo mundo?
E como não poderia ser diferente, as situações são hilárias, passando marcas querendo patrocínio, pegando carona neste sucesso passageiro, até mesmo em demonstrações gráficas dos sonhos em questão – a explicação dos sonhos com a figura de Cage apenas assistindo tudo passivamente é simplesmente hilária.
Aliás, por mais que o longa tenha momentos interessantes e uma boa premissa, ele funciona pela presença de Nicolas Cage, que está em um bom momento na carreira, após ter conseguido quitar as suas dívidas, está fazendo um projeto atrás do ouro, a maioria, fazendo muito sucesso e, claro, pautado em sua presença e seu carisma.
Em uma carreira de décadas, com altos e baixos, até com um Oscar no meio do caminho, ele nunca deixou de ser um ator querido pelo público e é bom ver um astro consagrado se reinventando no mundo do cinema.
Porém, apenas a figura de Cage não consegue sustentar um longa metragem de 100 minutos e O Homem dos Sonhos tem sim, diversos problemas: Kristoffer Borgli apresenta uma direção frágil e sem foco (imagina uma ideia dessas nas mãos de um grande cineasta).
Seu roteiro não se decide qual é a linha narrativa e até mesmo a transição da comédia para um quase terror, é de forma brusca e sem sentido, sem contar que, conforme a trama avança, os personagens ao redor vão ficando sem função narrativa e o público passa a não se importar com ninguém.
E o desfecho também ocorre de forma brusca, já que o filme encerra em qualquer lugar e, infelizmente, sem sentido algum para algo que parecia promissor.
Mas isso não quer dizer que O Homem dos Sonhos seja um programa descartável, afinal, é uma ideia fora da caixa, feita por um estúdio que tem aclamação entre os cinéfilos e que tem um astro carismático como o Nicolas Cage.
Quanto à parte em que o filme se perde, fica de aprendizado a todos.
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