Ferrari é um filme de 2023, mas que está chegando aos cinemas brasileiros em 2024. Fez muita campanha para a temporada de premiações, mas acabou quase que praticamente ignorado, embora esteja fazendo sucesso comercial e arrancando elogios da crítica.
Quem dirige é o Michael Mann (de Colateral, O Informante, entre outros), o roteiro é de Troy Michael Martin, que morreu em 2009, mas que seu trabalho foi aproveitado neste longa agora, com adaptações, seu roteiro é baseado no livro ‘Enzo Ferrari – The Man And The Machine’, escrito por Brock Yates.
A história se passa no ano de 1957, onde a Ferrari não tinha o valor de mercado que tem hoje, estava mal das pernas, quase faliu e neste cenário, o fundador da empresa, Enzo Ferrari (Adam Driver) apostou todas as suas fichas na icônica corrida Mille Miglia, com o piloto em ascensão Alfonso de Portago (vivido pelo brasileiro Gabriel Leone, que viverá o Senna na série da Netflix).
A corrida foi, infelizmente, marcada por tragédias.
Não bastasse tudo isso, ele vive o luto de seu filho, morto no não anterior, está com o casamento em crise com Laura (Penélope Cruz) e ainda tem um filho com Lina (Shailene Woodley), sua amante.
Hollywood vive um momento de fazer “filmes sobre marcas”. Só em 2023, houve 4 lançamentos sobre empresas com o foco no roteiro: além deste longa, foi lançado Air – A História Por Trás do Logo, Blackberry e Tetris, mas não é exagero dizer que Ferrari é o melhor deles.
Não é de hoje que Michael Mann queria trazer a história de Enzo Ferrari para as telonas. Na verdade, desde 2000 o diretor estava tentando fazer este projeto ver a luz do dia, mas sem sucesso. Em 2015, o projeto voltou ao radar de Hollywood, desta vez com Christian Bale no papel principal. Houve uma nova tentativa em 2017 com Hugh Jackman, mas que ficou só na promessa. Ainda teve a pandemia da Covid-19 no meio do caminho, até que em 2022, finalmente, o projeto teve a luz verde, foi quando as filmagens começaram e com o atual elenco.
Ferrari é um grande filme e mesmo não sendo o melhor de Michael Mann, é notada sua mão pesada na direção.
A montagem e o ritmo são frenéticos, o espectador não sente as mais de duas horas e o orçamento de 95 milhões de dólares é bem utilizado em tela, embora há cenas em que o CGI seja mais perceptível.
Mas o filme não seria o mesmo sem o seu maravilhoso elenco, afinal, mesmo com toda a tensão construída, Adam Driver possui uma grande química com Penélope Cruz e Shailene Woodley e se os problemas de trabalho são evidentes, são nas conversas corriqueiras que entra o brilho do longa e que vai pegar qualquer espectador, mesmo aqueles que não conhecem de automobilismo.
O resultado é um grande filme com um rigor histórico, uma história que merece ser contada e com um elenco afiado.
Ferrari vai além de ser apenas um longa sobre uma marca famosa e vai além de ser uma simples cinebiografia, também foi imparcial no tratamento de sua trama e o resultado pode não ter sido brilhante, mas foi realizado com muita competência e carinho.
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