Biografias sempre são interessantes. Nos ajuda a ver melhor como eram os costumes, como ocorreram os eventos, e como se comportavam as pessoas em épocas passadas. E, principalmente, nos ajuda a compreender melhor a trajetória de uma certa figura histórica que geralmente só conhecemos de fotos ou livros. Esse é o caso de Tesla: O Homem Elétrico, que leva esse tipo de experiência um pouco mais além.
O filme retrata a vida de Nikola Tesla (Ethan Hawke), na época de sua ascensão como um renomado e controverso inventor, cujas invenções na época eram subestimadas, e hoje são consideradas à frente do seu tempo.
Acompanhamos a vida de Tesla desde os tempos em que ele trabalhava para Thomas Edison (Kyle MacLachlan) até o período em que a famosa Torre de Tesla foi inventada.
Como podemos esperar de um filme que aborda a vida de um inventor cujos trabalhos envolvem principalmente eletricidade, encontraremos aqui diversos diálogos e explicações técnicas que podem deixar alguns espectadores perdidos enquanto acompanha as cenas.
Mas embora complexos, esse tipo de conversa e interação entre os personagens torna crível que eles realmente sabem do que estão falando, o que deixa tudo mais realista.
O filme é quase que todo sob o ponto de vista de Tesla. Dito isso, personagens surgem e vão embora de maneira súbita às vezes, o que pode confundir espectadores desatentos. Mas o destaque, além do próprio protagonista, é a presença constante de Anne Morgan (Eve Hewson). Além de estar presente na trama praticamente do início ao fim, Anne também tem um outro papel: a da narradora contemporânea do filme.
Tesla é quase que uma grande apresentação de museu. Conforme a trama vai avançando, Anne retorna como narradora, nos explicando acontecimentos como se fosse uma professora ou guia de museu. Inclusive, nos mostrando os resultados de pesquisas no Google, o que torna tudo muito interessante, como se realmente estivéssemos tendo uma aula de história. Apesar disso, muitos momentos podem sair um pouco do tom, interrompendo a dramaturgia para inserir informações, cortando assim a experiência cinematográfica em questão. Mesmo assim, é uma proposta diferente.
E nesse mesmo sentido, esse estilo de “apresentação de museu” também é retratado em cenários. Em diversas cenas, os cenários atrás dos personagens são fotos ou pinturas. Muitas, inclusive, sendo as fotos reais retratando a ocasião que o filme está se referindo. Obviamente, isso não é questão de falta de orçamento ou nada parecido. Mas sim, uma pura liberdade criativa para retratar os eventos de uma forma mais artística e, porque não, divertida e ao mesmo tempo intimista.
Quando falamos dos fatos históricos retratados na trama, é bem interessante como temos um bom resumo do que acontecia naquela época.
Apesar de focar em Tesla, somos introduzidos a outros homens e mulheres importantes daquela época, como o próprio inventor Thomas Edison, o empresário George Westinghouse (Jim Gaffigan), o primeiro criminoso morto executado através de cadeira elétrica William Kemmler (Blake Delong), a atriz Sarah Bernhardt (Rebecca Dayan), e o banqueiro J.P. Morgan (Donnie Keshawarz) que também é o pai de Anne.
Fora diversos eventos importantes como a invenção da cadeira elétrica e a World’s Columbian Exposition de 1893, e por aí vai.
Tesla: O Homem Elétrico é uma experiência diferente para quem busca uma biografia em forma de filme que seja interessante e autêntica. Apesar de um pouco lenta e com diálogos muito técnicos em alguns momentos, para os fãs de história e tecnologia, isso pode ser algo secundário.
Uma produção cinematográfica autêntica e que parece querer honrar a memória de uma das mentes mais brilhantes, e ao mesmo tempo mais injustiçadas, do século XX.
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