Sinopse: Gemini: O Planeta Sombrio é um thriller de ficção-científica sobre uma missão espacial enviada para terraformar um planeta distante. No entanto, a missão encontra algo desconhecido que tem o seu próprio plano para o planeta.
Quando os créditos subiram, passei vários minutos tentando refletir sobre o que tinha acabado de assistir. Calma, isso não é uma coisa boa. Definitivamente. Porque estava tentando entender como um filme tão promissor tinha se saído tão aquém do esperado.
Você com certeza já assistiu Gemini: Planeta Sombrio. Você o viu em Alien O Oitavo Passageiro, Interestellar, O Enigma do Horizonte, e em vários outros com a mesma temática. A diferença é que todos os citados são bons.
Gemini: Planeta Sombrio começa com um longo momento expositivo, explicando todo contexto da trama e mostrando como pretendem lidar com o fato de que a Terra não é mais habitável. E, apesar de entendermos, o filme não se preocupa em trabalhar essa apresentação, prejudicando o aprofundamento de personagens e ainda nossa relação com eles. Tornando praticamente impossível que nos preocupemos com o bem-estar de qualquer um deles.
Além do curso que a trama decide tomar, os diálogos ajudam a tornar a experiência ainda mais difícil. Não sei se por isso, mas o fato de ser uma produção russa toda filmada em inglês pode ter contribuído para a elaboração dos mais genéricos e, em vários momentos, bregas diálogos que uma produção poderia apresentar.
Existe um processo na pós produção chamado Audio Dialog Replacement, que consiste na substituição das vozes gravadas nas filmagens originais por novas gravações, com o objetivo de se obter uma melhor qualidade de áudio. Essa técnica é muito usada, mas é tão bem trabalhada que você nem percebe. Não aqui. Em Gemini, esse processo de “dublagem” é plástico e deixa ainda mais evidente a má atuação dos envolvidos. É de doer mesmo.
Com um orçamento de 65 milhõe de dólares, a produção optou por não mostrar o alien durante boa parte do filme, o que é uma solução inteligente para contornar a falta de verba. Alien – O Oitavo Passageiro fez isso de forma extraordinária pelos mesmos motivos. Mas, infelizmente, esse é um recurso que exige um trabalho de atmosfera para deixar o espectador apreensivo, na ponta da cadeira. Algo que o diretor Serik Beyseu infelizmente não conseguiu fazer. Nada ajudava a compor esse quadro de tensão, da fotografia à trilha sonora.
Mesmo com algumas ideias interessantes, muito do que é apresentado em Gemini é apenas uma sombra trêmula de formas mais bem definidas. Uma pena, tinha potencial.
Gemini: O Planeta Sombrio chega aos cinemas em 02 de fevereiro de 2023, pela Paris Filmes
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