Questão de Honra é um drama de tribunal lançado em 1992, recebeu 4 indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme, é baseado em uma peça teatral do mesmo nome e conta a história de Daniel (Tom Cruise), um segundo-tenente que também age como advogado. Ele recebe da capitã tenente Joanne (Demi Moore) a missão de defender dois soldados que assassinaram um companheiro na base de Guantánamo, na Cuba. A suspeita é de que se trata de um crime de alerta vermelho, quando a ordem vem de um superior, no caso, do coronel Nathan (Jack Nicholson), que terá que provar sua inocência.
O filme é dirigido por Rob Reiner, que estava em alta no início dos anos 1990 e final dos 1980, em filmes como Conta Comigo, Harry & Sally, Louca Obsessão e este aqui é facilmente um de seus melhores filmes. Já o roteiro é do grande Aaron Sorkin (vencedor do Oscar por A Rede Social) e mostra muito da marca dele que conheceríamos anos depois, como os diálogos rápidos, diretos e com o foco nos personagens.
O longa é dos melhores do ano de 1992 e um dos melhores filmes de tribunal dos últimos anos, sem contar que é um filme que pouco envelheceu, se considerarmos sua história, seu ritmo, que está interessante até hoje e os diálogos instigantes. São mais de duas horas de projeção, que jamais cansam o espectador, que se envolve e acompanha a evolução da trama.
Isso sem contar a maravilhosa direção de fotografia do grande Robert Richardson, fresquinho pelo Oscar em JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar e embora este seja um filme que fala muito com o espírito americano, com o foco nas forças armadas, linguagem formal e de forma imponente, mas que uma pessoa de qualquer parte do mundo possa se envolver com a trama, se considerar que este é um drama de tribunal, com foco em um caso claro de injustiça e abuso de poder, assunto infelizmente muito presente aqui no Brasil.
Há grande momentos em Questão de Honra, mas a maior cena é a do tribunal, que é referência até hoje. O filme mostra muito bem a dualidade entre os dois advogados, o promotor experiente Kevin Bacon e o advogado de defesa Tom Cruise, com pouca experiência em tribunais e muito acostumado a fazer acordos por baixo dos panos.
E o grande ápice desta cena é quando aparece em cena o personagem de Jack Nicholson, que mesmo não sendo o protagonista, é a pessoa mais memorável, lembrada e o que tem o melhor papel por aqui. O filme ganha muita vida com ele em cena, é o que mais se aproxima de um vilão, mas consegue engolir todos em cena, embora todos sejam excelentes atores.
Não é à toa que o momento mais célebre do longa, no depoimento do personagem com a famosa frase ‘you can’t handle the truth’, ou em tradução livre, você não suportaria a verdade. É um momento tenso, onde Tom quer arrancar o máximo de informação, mas Jack é um coronel experimente e mesmo tendo ordenado um assassinato, consegue provar o seu ponto para o júri e a audiência.
O filme ainda foi uma das maiores bilheterias de 1992, custou 41 milhões e faturou 243 mundialmente, se tornou um clássico, querido até hoje e merece ser revisto por qualquer cinéfilo.
Questão de Honra é um excelente filme, de gente grande, um drama de tribunal poderoso, eficiente, com uma ótima performance de todos, em especial de Jack Nicholson e vai ser difícil sair do filme da mesma forma que entrou.
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