Sonic 2 – O Filme é a continuação do sucesso do filme de 2020, que estreou com muita desconfiança, principalmente porque as adaptações de games para o cinema não são exatamente um primor em sua maioria e no caso específico de Sonic, as primeiras imagens e trailers foram tão criticados que os produtores não tinham outra saída senão refazer os efeitos do zero e entregar um novo filme praticamente.
E o trabalho valeu a pena: o filme foi muito elogiado pelos fãs, se tornou querido, faturou mais de 300 milhões mundialmente e a continuação era inevitável.
Sonic 2 começa justamente onde acabou o primeiro filme: o ouriço ficou na terra com o seu novo amigo, Tom (James Marsden), sua namorada Maddie (Tika Sumpter) e eles vivem aparentemente bem na cidade de Green Hills.
Já o vilão Dr. Robotnik (vivido por um Jim Carrey hilário), está preso no Planeta dos Cogumelos, planeja voltar à terra, deter o seu rival e vê a oportunidade disso na figura de Knuckles (voz de Idris Elba na linguagem original), que é o último dos Echidna, uma espécie rival da família do Sonic, quer vingança pela destruição do seu povo e quer colocar as mãos na chamada Esmeralda Mestre, um elemento que torna poderoso quem a tem posse.
Paralelamente a isso, Tom e Maddie vão viajar por uns dias para o casamento de Rachel, irmã de Maddie, deixam o ouriço sozinho em casa, mas logo essa paz é interrompida pela chegada de Knuckles, a volta de Robotnik, mas não demora muito para que ele tenha a ajuda da raposa Tails (voz de Collen O’ Shanussy no idioma original), um ser muito inteligente que vai ajudar Sonic onde ele for.
O filme é dirigido novamente por Jeff Fowler e um dos produtores é o Tim Miller, de Deadpool. De fato, a produção está muito caprichada, o CGI está muito mais bonito, bem renderizado e a equipe do longa teve muito mais liberdade criativa desta vez.
O humor continua afiado e hilário (embora algumas piadas se repetem, como uma nova cena de bar), o filme promete agradar crianças de 8 a 80 anos, independentemente de conhecer os jogos ou não e tem uma narrativa muito inocente no bom sentido, pois resgata aquele humor infantil e simples de uma sessão da tarde de outrora.
Até mesmo o elenco humano tem mais importância no roteiro desta continuação e não apenas como tapa-buraco. Tom possui muito mais tempo de tela, mas quem se destaca mais é a Maddie, que passou de simples interesse amoroso a uma pessoa realmente inteligente e com ideias fora da caixa.
É a melhor pessoa humana do filme.
Há um plot twist por volta da metade do longa envolvendo o casamento da irmã, que deve dividir os espectadores, mas que se revelou uma saída de roteiro para os eventos do 3º ato.
É notável a tentativa de fazer uma grande franquia. Com o sucesso do filme anterior e com o peso de produção deste aqui, não é difícil de perceber as ambições dos envolvidos em Sonic 2, seja na inserção de novos personagens e nas diversas referências aos jogos.
Embora Jim Carrey ainda esteja à vontade e entregue um Robotnik quase definitivo das telonas, desta vez, ele não reina sozinho em tela, pois a inserção de Tails e principalmente de Knuckles, se mostraram um grande acerto de roteiro e carisma. O Echidna, de início, se mostra uma rival à altura do Sonic, com muita força física, inteligência e a público compreende suas motivações.
E se o primeiro filme apresentou algumas referências de quem conhece os games, este aqui é puro deleite e é praticamente uma carta de amor aos fãs: a própria sinopse já tem referências às Esmeraldas Caóticas, o 2º ato é totalmente inspirado na fase Ice Cap, de Sonic 3, o fato de o Sonic não saber nadar e depender das bolhas de ágia também são exploradas por aqui e por falar em água, uma das fases mais difíceis do primeiro game, a Labyrinth Zone, aparece em uma cena maravilhosa.
Todo o 3º ato é incrível, seja pela ação apresentada, os conceitos dos personagens envolvidos e, claro, pelas referências aos jogos. E quanto menos souberem fica melhor, acreditem.
Há uma cena no meio dos créditos, que promete levar os fãs à loucura e que indica o que podemos ver em um possível 3º filme.
Sonic 2 – O Filme é ainda melhor do que o primeiro filme, seja como cinema ou pela fidelidade dos jogos. As adaptações de games para o cinema sempre foram contestadas e com razão, mas seria este o momento delas se provarem com qualidade e virarem o jogo, literalmente?
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