Inferno na Torre permanece como um dos filmes-catástrofe mais influentes e importantes do cinema, o que é um feito técnico e artístico, mesmo se passando mais de 4 décadas de seu lançamento.
Se hoje temos o cinema de Michael Bay ou Roland Emmerich, agradeça a Inferno na Torre lá em 1974.
Não que seja um filme inventivo, original ou que inaugurou um gênero, muito pelo contrário: o filme só foi possível após o megassucesso de O Destino de Poseidon em 1972 (e vocês que achavam que Hollywood só trabalhava com fórmulas hoje). Além do mais, é baseado em um livro na qual a Fox e Warner garantiram os direitos e dividiram os custos.
E o resultado foi um filme megalomaníaco (no bom sentido), um arrasa quarteirão antes do termo ser inventado – que só surgiu com o fenômeno de Tubarão, do Steven Spielberg – um sucesso de público (maior bilheteria de 1974, num ano de Poderoso Chefão 2 e Chinatown), de crítica e premiações.
Inferno na Torre venceu os Oscar de Fotografia, Montagem e Canção Original, além de ter sido indicado a Melhor Filme, Ator Coadjuvante para Fred Astaire, Direção de Arte, Edição de Som e Trilha Sonora para John Williams (que ganhou no ano seguinte por Tubarão).
Os efeitos práticos são críveis até hoje, apesar de sua longa duração, o filme ainda mantém o seu caráter de entretenimento e de atiçar as plateias.
Rever ou ver a história de um prédio, um arranha-céu que é tomado pelas chamas após um descuido em sua construção no dia de seu lançamento pode parecer banal hoje, mas essencial para amantes da sétima arte, ou para entender a evolução do cinema.
O prédio não pega fogo de uma vez, as chamas são mostradas aos poucos, até para mostrar a imensidão e imponência do local, como James Cameron fez com seu Titanic em 1997.
Mas não foram só os efeitos ou cenas espetaculares que venderam e contribuíram para o sucesso de Inferno na Torre. O filme tem um elenco de primeira linha como: Steve McQueen como o líder dos bombeiros, Paul Newman, Fred Astaire, Faye Dunaway (que ganharia seu Oscar em 1976 por Rede de Intrigas) e O.J. Simpson (aquele mesmo do caso da série American Crime Story).
Inferno na Torre é um daqueles filmes que se tornam referência e objeto de estudo para efeitos especiais e de usar o cenário em favor da ação. Sem esquecer o fator diversão, que parece ser a ordem dos estúdios hoje.
Muitos se esquecem, mas cinema também é diversão escapista.
