O Pequeno Stuart Little foi uma grata surpresa do final de 1999. Estreou próximo do Natal daquele ano justamente para pegar o público da época e o resultado deu muito certo: faturou mais de 300 milhões nas bilheterias mundiais e foi indicado ao Oscar de Efeitos Especiais (mas mereceu perder para Matrix), justamente pelo maravilhoso CGI do ratinho protagonista.
Hoje em dia, fazer um rato digital pode parecer banal no cinema, TV ou games, mas na época era algo revolucionário e foi o que mais vendeu o filme, mas a obra vai além: foi justamente pelo carisma do Stuart, a convivência familiar e o clima de matinê (e aqui no Brasil, de Sessão da Tarde) é que o filme se tornou querido por muita gente.
Foi uma pena que a continuação, Stuart Little 2, de 2002, não tenha feito o sucesso esperado e o 3º filme de 2005 tenha chegado diretamente para DVD (e é uma animação pouco vista), mas não apaga o charme deste filme.
O Pequeno Stuart Little é baseado no livro de Elwyn Brooks White e conta a história do Sr. E Sra. Little (Hugh Laurie, sim o nosso Dr. House e Geena Davis), que já começam o filme visitando um orfanato à procura de um irmão adotivo para seu filho George (Jonathan Lipnicki, de Jerry Maguire). Mas com tanta criança no local, o casal ficou indeciso e decidiu pelo ratinho Stuart, causando a decepção inicial do garoto, mas não demora muito para que ele se torne um membro da família, mas o gato Snowbell, então mascote da família, fica com ciúmes e vai fazer de tudo para atrapalhar a vida do pequeno Stuart.
O filme é dirigido por Rob Minkoff, que foi co-diretor de O Rei Leão e aqui faz uma direção correta e que aposta no carisma dos personagens, sem exigir demais do elenco humano.
E o roteiro – pasmem – é de M. Night Shyamalan, diretor/roteirista de O Sexto Sentido, Sinais, Corpo Fechado, entre outros. Obviamente, não há elementos sobrenaturais ou o final surpresa, mas mesmo em um filme para a família há alguns elementos que veríamos nos filmes dele, como o medo do desconhecido e o preconceito – elementos presentes em A Dama na Água e A Vila, por exemplo e que o ajudaram a se tornar uma das pessoas mais admiradas de Hollywood.
Mesmo quem assiste o filme hoje pode achar sua história trivial e seus efeitos banais, mas foi um grande trabalho da equipe de efeitos especiais, sobretudo na concepção e construção dos pelos do protagonista e o resultado ficou o mais crível possível. O que a Pixar fez, anos depois com Ratatouille, Stuart Little já fazia nos anos 90.
Sem contar que é cômico ver o nosso Hugh Laurie antes do Dr. House em um papel completamente diferente. E para quem for ver o filme na versão dublada, o Stuart é dublado pelo Rodrigo Santoro e o Snowbell, pelo Miguel Falabella.
O Pequeno Stuart Little pode não ter se tornado clássico do cinema nem um arrasa-quarteirão, mas a empatia é imediata e impossível não se apaixonar ou se encantar pela trama e pelo nosso pequeno grande protagonista.
Pode ver sem medo.