Desde It, adentrei de cabeça no mundo das obras de Stephen King. Já li alguns de seus livros, não em ordem de lançamento ou de popularidade, mas por ordem de interesse. Sendo assim, ao saber sobre a nova adaptação de seu primeiro e mais grotesco livro, O Cemitério, corri para ouvi-lo (sim, escuto audiolivros das obras de King, e devo dizer que é a melhor coisa).
Já havia assistido ao filme Cemitério Maldito de 1989 antes, então já conhecia um pouco da história. E não foi surpresa ela estar praticamente igual ao do livro – com exceção do final -, até porque foi o próprio King quem escreveu o roteiro. Sem falar na maravilhosa música do Ramones, Pet Sematary, que toca durante os créditos do filme. Já em maio de 2019, finalmente tivemos uma nova adaptação do livro do rei. Apesar das mudanças explicitadas no trailer e da insatisfação de muitos fãs com isso, e apesar de eu mesma ter ficado um pouco chateada com essas mudanças, não deixei de assistir ao filme o quanto antes. Não me arrependi, mas admito que as mudanças dão a sensação tanto de novidade quanto se estranheza. Basicamente temos dois filmes diferentes, porém bons, e um livro maravilhoso.
As três obras têm a mesma alma: como cada pessoa lida com a morte e com o luto. O livro dá mais detalhes sobre como cada personagem lida com esses temas, mas o filme de 1989 não deixa a desejar. Já no filme deste ano, as coisas acontecem muito rápido e não sentimos muito os personagens passando por momentos de luto, a não ser um em especial. Mas a adaptação atual não é inteiramente ruim, mesmo com as mudanças e com o desenrolar da história. Ainda não tenho certeza se gostei do final ou não, mas sei que me diverti e fiquei nervosa em muitas cenas.
As coisas que continuam as mesmas nas três versões são: a família Creed ainda são os personagens principais, composta de Louis, Rachel, Ellie e seu gato Church e Gage, e estão de mudança para a pequena cidade de Ludlow, no Maine (sempre o Maine), onde Louis tornou-se o novo médico responsável pela enfermeira de uma faculdade. A casa da família fica a beira de uma perigosa rodovia e são vizinhos do simpático velhinho Jud Crandall, o melhor personagem da história, na minha opinião. Além da rodovia mortal, os Creed tem em seu terreno um cemitério criado por crianças para enterrar animais de estimação mortos. Mas há duas partes desse cemitério, e o ideal é que nunca se passe pela barreira.
Assisti ao filme de 1989 há muito tempo, então não me lembro como e se trabalharam com isso na obra, mas no livro temos uma criatura muito conhecida do folclore americano, o Wendigo, e umas das melhores cenas do livro tem foco nela. Adoraria que tivessem trabalhado melhor com ele no filme atual, mas, por enquanto a melhor obra que retrata Wendigos ainda é o videogame Until Dawn.
O novo Cemitério Maldito vale ser assistido, mesmo com as mudanças drásticas que foram tomadas. Mas posso garantir que, as que mais incomodam não são as que já conhecemos pelo trailer. Mesmo assim, mesmo que você tenha lido a obra de King, assista-o como um filme não relacionado ao livro, como um filme original.