É muito bom ser surpreendido: O Fugitivo chegou sem fazer barulho no verão de 1993, apenas como mais um filme de ação e se tornou um dos melhores filmes da temporada. Abocanhou 7 indicações ao Oscar no ano seguinte, vencendo a categoria de Ator Coadjuvante e foi a 3ª bilheteria de 93, perdendo apenas para Jurassic Park e Uma Babá Quase Perfeita.
Era agosto de 1993, o verão daquele ano estava acabando, o fenômeno Jurassic Park de junho e julho estava mais frio e o cinema precisava preencher essa lacuna e ausência de um grande filme. E foi aí que O Fugitivo entrou.
O filme logo conquistou o público e a crítica, esteve em todas as listas dos melhores filmes daquele ano, é lembrado até hoje e não é a toa que se tornou referência.
O Fugitivo é baseado em uma série de TV homônima dos anos 60 e conta a história de Richard Kimble, (Harrison Ford, ótimo!) um cirurgião que foi acusado, injustamente, pelo assassinato de sua esposa. Ele consegue escapar da prisão, é tido como um fugitivo e foragido da justiça, quer provar sua inocência e pegar os culpados, mas será perseguido por toda a polícia, sobretudo pelo insistente delegado Samuel Gerard (Tommy Lee Jones, vencedor do Oscar pelo papel).
Aparentemente, O Fugitivo parece ser um filme simples. Seu roteiro, pautado na perseguição, não é diferente de muitos filmes do gênero, mas há grandes diferenciais que tornam este filme uma grande experiência.
Primeiro a direção precisa de Andrew Davis (de Um Crime Perfeito). Aqui ele faz um grande trabalho na condução da história e na direção de atores, que estão perfeitos em seus papéis, sobretudo a dupla principal. E olha que Tommy nem tinha a fama que tem hoje em Hollywood e Harrison Ford não era a primeira opção para o papel principal: Michael Douglas, Andy Garcia e até Kevin Costner foram cotados.
Mas a escolha deu mais do que certo, todos estão em sua melhor forma e a interação é evidente.
Também há alguns detalhes técnicos a serem apreciados aqui, como os grandes planos no filme, dando a imponência que a história exige, acompanhados pela maravilhosa trilha sonora de James Newton Howard (indicada ao Oscar).
Mas um dos maiores destaques de O Fugitivo é sua brilhante montagem, também foi indicada ao Oscar (perdeu para A Lista de Schindler e a trilha também), com cortes rápidos e seu ritmo alucinante: são mais de 120 minutos que passam rápido e jamais cansam o espectador.
É a simetria perfeita entre bom roteiro, personagens, trilha e montagem. E o resultado é um dos melhores (senão o melhor) filme de ação dos anos 90.
O Fugitivo custou 44 milhões de dólares e faturou 368. Foi presença importante no Oscar, vencendo a categoria de Ator Coadjuvante e sendo indicado também a Melhor Filme, Trilha Sonora, Montagem, Fotografia, Edição de Som e Mixagem de Som.
As categorias de som foram vencidas por Jurassic Park e as demais por A Lista de Schindler. Foi uma safra interessante e inesquecível para nós, fãs de cinema.
E ver ou rever um filme de ação que se tornou referência, resistiu ao tempo e com várias qualidades que vão além das cenas de ação, é algo para se aplaudir de pé.
Um marco cinematográfico!