Hotel Transilvânia surgiu como mais uma animação em meio a tantas outras. A fórmula de colocar personagens clássicos do universo do terror, mas com forte apelo ao público infantil deu mais do que certo e agora já chega em seu terceiro filme.
Os dois primeiros foram muito bem-sucedidos, sucessos com o público e a crítica, mas sempre estreavam pelos meses de setembro e outubro, justamente para fugir do concorrido período de férias e do verão americano.
Mas agora, em 2018, Hotel Transilvânia 3 estreia no meio do mês de julho, ou seja, no verão americano e nas férias escolares. É a prova de que a Sony Animation confia em sua principal franquia, e a boa notícia é que ela melhorou neste terceiro filme: Hotel Transilvânia 3 é o mais divertido da trilogia e promete agradar tanto crianças de 8 anos quanto quanto pessoas de 80 anos. Além disso, quem não conhecia e vai começar por este terceiro filme, não vai ficar perdido na história.
O filme começa com um prólogo no século XIX e já mostra a rivalidade entre o Conde Drácula e o Van Helsing (sim, o mesmo personagem interpretado por Hugh Jackman!) e depois já somos transportados à trama principal e atual: Drácula está cansado pelo trabalho e solitário, e sua filha, Mavis, sente que ele precisa de umas férias. A solução para isso foi um cruzeiro para monstros e tudo parece perfeito: a paisagem é paradisíaca, o tratamento é ótimo e ainda pode surgir um amor à primeira vista…
Quem assiste ao trailer pode achar que o material tenha “entregado demais”. De fato, o trailer foi mal editado e entrega uma cena-chave do filme que poderia ter sido deixada como uma maneira de surpreender o espectador no cinema, mas, felizmente, o filme tem vários plot twists, sobretudo em seu maravilhoso terceiro ato. E com uma conclusão muito inusitada.
Um grande acerto deste filme, bem como da trilogia, foi usar uma fórmula que a Disney/Pixar faz de maneira muito especial e que até hoje funciona: não importa o universo, não importa onde e quando, o importante é fazer com que o público se identifique com os personagens, criando-os de forma muito próxima de nós, humanos.
Os dilemas e problemas do Drácula com sua filha, genro, negócios e família, não são muito diferentes do que um humano “normal” passa. E essa aproximação com o público é o que define a empatia que crianças e adultos têm com a animação – a falta disso foi um dos problemas de Emoji: O Filme, por exemplo.
Assim o terceiro filme também conta com dilemas que se aproximam dos problemas humanos, afinal, quem nunca planejou aquela viagem dos sonhos, mas que nem tudo deu certo? Quem nunca precisou de férias para fugir de uma rotina estressante?
E não são apenas personagens e roteiro que fazem com que Hotel Transilvânia 3 seja uma animação bacana: tecnicamente está tudo perfeito, o visual está caprichado e até o 3D vale a pena.
Nada do que o diretor Genndy Tartakovsky não conheça: além de ele ter dirigido os dois primeiros filmes, ele também trabalhou em animações como Clone Wars, O Laboratório de Dexter e As Meninas Super-Poderosas, e aqui mostra que as animações podem se tornar franquias longe da Disney ou da Pixar.
Hotel Transilvânia 3 merece ser apreciado pelo público e em meio a tanta disputa neste período de férias com arrasa-quarteirões como Jurassic World: Reino Ameaçado, Os Incríveis 2 e Homem-Formiga e a Vespa, se mostra como uma deliciosa alternativa, onde quem sai ganhando é o próprio público.
E que venham mais exemplares do gênero.