Tomb Raider é uma franquia muito bem sucedida no mundo dos games: desde os tempos de Playstation 1 a franquia segue arrebentando, com sucesso de público e crítica e sempre se reinventando, tanto que ganhou um reboot em 2013 e o novo filme da franquia, estrelado por Alicia Vikander, que está em cartaz nos cinemas é baseado tanto em Tomb Raider de 2013 quanto em Rise of the Tomb Raider e não nos games do PS1 ou PS2.
Tamanho era o sucesso da franquia no final dos ano 90 e início de 2000 que o cinema não perdeu tempo e tratou de adaptar este famoso game, mesmo com o péssimo histórico de adaptações dos games para o cinema.
Neste cenário, em 2001, chegou aos cinemas, Lara Croft – Tomb Raider, que trazia a beldade Angelina Jolie no papel de Lara Croft. O filme foi destruído pela crítica, sobretudo pelo seu roteiro sem coesão, mas que seu bem nas bilheterias, o que foi o suficiente para uma continuação.
E então, dois anos depois, em 2003, chegava aos cinemas, Lara Croft – Tomb Raider: A Origem da Vida.
O filme chegou no meio do conturbado verão daquele ano, com várias decepções como Hulk e Matrix Reloaded e embora este não seja um filme absolutamente ruim, é sim, uma decepção.
No filme, Lara é novamente interpretada por Angelina e descobre uma misteriosa que contém um mapa para a Caixa de Pandora, que contém todos os males da humanidade. Mas ela perde o globo para Chen Lo, líder de um grupo da máfia chinesa, que pretende negociar o artefato com o terrorista Jonathan Reiss. Para tentar detê-lo, Lara tem a ajuda de Terry Sheridan, papel de Gerard Butler, um mercenário e seu antigo namorado.
O filme acerta no ambientação, há bons cenários aqui, como as sequências na China ou na África (onde o artefato está de fato), Angelina está mais à vontade como Lara do que no primeiro filme e há algumas cenas boas de luta. em matéria de produção, este filme se sai melhor do que o anterior, fruto da direção de Jan de Bont, diretor de Velocidade Máxima e Twister.
E a mística em volta da famosa Caixa, que é muito bem sugerida, mantém o interesse do espectador até o final.
Mas o filme tem problemas – e graves – que, inclusive, ficam mais evidentes do que as qualidades, como a falta de carisma de todo o elenco: à exceção de Jolie, o elenco está péssimo e esquecível, mesmo Gerard Butler em início de carreira, que antes de dar vida ao Leônidas em 300, se arriscou aqui como um sexy symbol, que estava mais preocupado em fazer pose de galã do que em atuar. O resultado é constrangedor.
Sem contar que ele e Angelina não têm química nenhuma: não há uma só tomada que faça com que o espectador torça pelo casal ou se identifique com o que vê em tela. Já quanto ao restante do elenco, não bastasse a falta de carisma, os atores são genéricos, sobretudo o vilão, que é totalmente esquecível.
Mesmo o confronto entre Lara e Jonathan é completamente anti-climático e conveniente para o roteiro ali no terceiro ato para encerrar a apressada montagem do longa.
A Origem da Vida foi igualmente destruído pela crítica, mas, ao contrário do filme anterior, foi mal de bilheteria: custou 95 milhões e faturou 156 no mundo inteiro. Curiosamente, seu desfecho é feito para arquitetar uma continuação, que jamais aconteceu.
E lá se foi mais um caso em que games e cinema não se conversaram direito. Por muito tempo isso aconteceu com os quadrinhos, mas que, felizmente, temos uma indústria consolidada das HQs no cinema.
Já espera-se algo parecido com os games desde os anos 90. A chance viria com Warcraft e Assassin’s Creed, mas o resultado foi decepcionante nos dois casos.
Seria o novo Tomb Raider, com a oscarizada Alicia Vikander essa virada de paradigma? Só o tempo dirá.
Nota: 2 vidas