Sobre piratas e sereias em guerra: Prólogo

Quem aí já leu aquela série de livros, torcendo apaixonadamente por um casal… Só pra, no final, a mocinha decidir ficar com o outro, aquele que você não suporta? Ou qualquer outro tipo de grande decepção que te deixou de ressaca literária por dias… Foi uma situação desses que me deixou tão fula da vida ao ponto de decidir que, um dia, eu escreveria meu próprio livro, teria meus próprios personagens, faria minha história, do meu jeito, haha! Foi assim que, em 2013, comecei a pensar na trama de um mundo onde piratas e sereias estão em guerra. Onde um desses piratas teve a vida destruída por um bando delas, quando ainda muito novo, mas, na mesma noite, teve a vida salva por uma pequena e assustada sereia com um bondoso coração humano. Até hoje, 4 anos depois, muitos dos personagens ainda não tem nome, e o futuro deles é incerto… Desde então, tenho estudado muito sobre os temas, sobre as mitologias, tenho me animado e desanimado com a moda das sereias… E, depois de muito tempo escondendo esse projeto ainda sem nome na gaveta, hoje venho apresentar a vocês o pior dia da vida de Logan Lynch, nosso pirata irlandês casmuro. 😉

Prólogo

Havia fogo, destruição e morte por toda a parte. Eu já não olhava para os corpos boiando ao meu lado. Tinha medo de reconhecê-los. Meus olhos percorriam a cena, sem focar em lugar nenhum por muito tempo, tentando adivinhar de onde elas viriam. Eu não me iludia, elas me encontrariam, mais cedo ou mais tarde, assim que tivessem exterminado todos os que eu conhecia.

Meu corpo tremia tanto que eu mal conseguia me segurar ao pedaço de madeira em que estava. Meus dentes tremiam também, fazendo um barulho alto, mas eu não me importava mais em ficar escondido. Que viessem, não havia sobrado muita vida ou sanidade em mim para que elas levassem.

E então, eu vi: uma sombra negra no mar iluminado pelo fogo. Vindo em minha direção. Meu corpo tremia ainda mais, e eu já não sabia se era pelo medo ou pelo choque de ver tudo o que eu conhecia ser destruído bem na minha frente.

A sombra foi ficando cada vez maior, até que aquilo saltou da água. Ela era maior do que todas as outras que eu tinha visto naquela noite. Algo no jeito como ela se movimentava até mim era gracioso, contradizendo toda a sua aparência. Eu não vi o fim de seus cabelos, tão longos que continuavam debaixo da água, junto com sua cauda. Sua pele era quase totalmente repleta de escamas. A pele sobre os ossos da costela até seu quadril era rasgada por grandes guelras. Ela veio em minha direção sorrindo, um sorriso que só um demônio era capaz de dar, o rosto ainda todo manchado de sangue que nem a água do mar conseguira lavar por inteiro.

Eu podia ouvir um som baixo, como um grito rouco. Parecia vir de longe, até que percebi que o som vinha de mim. Podia ouvir o som das carabinas e das espadas sendo empunhadas pelo navio que havia chegado há pouco tempo, o som dos piratas tentando afugentá-las. Destruí-las, não – eu sabia que isso era impossível.

Eu sabia que a ajuda tinha chegado. Mas era tarde demais. Eu não me importava.

Nerd: Evelyn Trippo

I just have a lot of feelings, e urgência em expressá-los. Tradutora (formação e profissão), aspirante a escritora e estudante de projetos em games. Pára-raio de nerds, exploradora de prateleiras em sebos e uma orgulhosa crazy pet lady.

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